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MUSHI-SAN, O ALVO HUMANO - Deixa eu contar isso aqui antes que me esqueça dos detalhes...

Dia um: Foi na semana passada, indivíduo depois de hoooooooooooooooooooooooooras de fila (tenho culpa se todo mundo vai pra mesma agência - a minha?) chega no meu guichê para dar entrada em seu FGTS. Olhando a documentação, vi que faltava coisa, e infelizmente, não dava para dar entrada sem que ele retornasse à empresa e trouxesse o que faltava...
Pra quê fui dizer isso?
O indivíduo (devia ser mais novo que eu, bem alinhado) começou a ficar nervoso, dizendo que era direito dele receber, que eu tava barrando, que tava tudo na carteira de trabalho etc etc etc. Eu falei que não podia etc etc etc ele ficando cada vez mais histérico, até que enfim a gerente intercedeu, fez uma gambiarra lá e disse que parte do que ele queria (eram dois FGTS) era possível de ser feito.O carinha tava com os olhos cheios de lágrimas...
Ok, não era assim que me ensinaram, mas separei a documentação e chamei o próximo da fila. Nem sei por quê não liberei o dinheiro do carinha na hora, se era fila, sistema caído, ou saco cheio mesmo...

Entre o dia um e o dia dois: Bom, fui jogando o documento para ser liberado sempre pro dia seguinte. To cheio de coisas acumuladas, geralmente faço no dia anterior à bomba explodir. No caso dele, até que tentei, mas o sistema não deixava. Talvez fosse problema do sistema...
...e ontem foi o último dia, e vi que o problema era dos documentos que ele entregou. Liguei pra casa dele (a mãe atendeu), e avisei que teria de passar comigo diretamente por que deu problema. Na verdade, tinha até esquecido de quem era o documento.

Dia dois: Hoje. Durante o almoço, colega diz que cliente recebeu ligação minha e ele tava atendendo. Perguntou onde tava o documento dele e fui lá pegar pra ele.
Logo depois voltei ao batente, meu colega continua atendendo ele (continuo jurando que tinha esquecido quem ele era) e atendi outro cliente. Depois tive de ir pra máquina de xerox, uma sala a parte do público depois de duas porta, e não é que o chorãozinho entrou nervoso querendo tomar satisfação comigo. Nem lembrei o caso dele, só expulsei ele de lá, é restrito pra funcionários. E ando não ando tendo dó de gente cabeçuda, principalmente cliente. Deve ser tensão pré-férias.
Agora em lembro também que ele disse que não era pra fugir dele e que iria em esperar no meu guichê. Que meda...
(Hoje vai ser dia de eu dar uma de bonzão no blog. É stress)
Sossegado, tiro o restante das cópias, vou até meu colega que atendeu a criatura e pergunto o que houve: um dos dados estava errado, a empresa teria de corrigir, e ele não quis saber, que eu deveria ter visto isso da outra vez, que era culpa minha etc etc etc (tem argumentos que sempre se repetem :P)(e eu poderia ter visto na hora mesmo, mas não me lembro por que não. Como disse, podia estar sem sistema, ou sem saco atender direito alguém assim). Ok, a par da situação, fui tentar me livrar do chato o mais rápido possível e tentar voltar atender que eu tava atendendo: perguntei pra ele se era aquilo mesmo que meu colega tinha explicado, sim, e disse a mesma coisa que ele disse. Teria de ir para a empresa fazer a retificação et caetera.
Ele voltou a ficar nervoso, e a técnica que uso nessas horas é simples: ignore e volte a atender quem você estava atendendo, senão você entra na bagunça :/ Virei as costas e fui perguntar pra gerente na salinha lá atrás um treco que o cara que eu tava atendendo perguntou, quando, vejo e ouço um objeto passar por mim e cair no chão. O FDP tinha pego o carimbo (daqueles de plásticos, com tinta interna, grande) do meu guichê e jogado em mim.
O burburinho da agência virou silêncio.
Sei lá por que, continuei ignorando e fui pra gerente lá atrás como se não tivesse acontecido nada =P Mas tinha, né? Os colegas já tavam se perguntando o que aconteceu e o atirador de carimbos tinha entrado na mesma porta que ia pra xerox pra me pegar. Juro, continuei calmo (digo, aparentando calma), no instante seguinte vários funcionários estavam bronqueando e expulsando ele de onde é acesso restrito a funcionários.
Puseram pra fora, peguei meu carimbo de volta, expliquei rapidinho pra gerente o que aconteceu e fui cuidar da minha vida. A gerente atendeu ele, ele teve de fazer o que eu e meu colega já tínhamos dito (antes disso o carinha ficou num canto chorando, segundo um dos vigilantes) e o povo ficou em silêncio.

Pra mim não aconteceu nada, o erro foi da empresa que deu e preencheu documentos errados. Pra gerente... ô gerente enrolada. Demorou um tempão pra reinventar a roda e concordar com a gente (mas nunca percebe que no fim concorda com a gente). Pro chorão, nada. Depois deu vontade de abrir BO ou algo que o ponha como suspeito caso aconteça algo comigo. Não fiz nada, e fico repetindo pra mim o "perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos aquele nos tenha ofendido". Sei lá se minha intenção de perdoar é sincera mesmo, ou é covardia... mas me esforço pra que seja perdão mesmo. Sei lá.


Legal é que o resto do dia a agência ficou em silêncio, quem viu o objeto voador tentar me acertar, emudeceu, e quem chegou depois, respeitou o silêncio vigente.
O carimbo não quebrou e passa bem, já voltando a exercer suas atividades regulares
Acho que deveria ter me acertado, iria ter licença alguns dias e o FDP iria se divertir aqui na 49ªDP
Até aí, alguém com tantas crises histéricas corre o risco de encontrar alguém maior e mais mal-humorado que eu. Nem preciso fazer nada contra ele, ele que pode acabar se destruindo sozinho :/
E ainda bem que não foi um chinelo =P

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This page contains a single entry by mushi-san published on April 24, 2002 9:14 PM.

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