Provas de Cálculo Númerico podem facilmente ser comparadas com uma experiência transcedental, daquelas bem ao estilo anos 70, quando qualquer um jurava ter chegado do outro lado do universo depois de fumar uma mistura não-ortodoxa de ervas.

Lá pelo 3° exercício, depois de uma infinidade de somatórios, senos, cossenos, Pi, fórmulas que exigem outras cinco fórmulas diferentes para poderem funcionar, você acaba entrando numa espécie de transe, e todo estimulo externo que não tenha relação com sua calculadora e o papel da prova passa a ser ignorado. Há uma espécie de simbiose entre você e a calculadora.

O 4° exercício expande sua consciência a níveis nunca alcançados antes. Estrelas a milhões de anos-luz encontram-se entre você e a calculadora. Tudo o que acontece em toda parte pode ser acompanhado por você. Tentar interromper o aluno num momento desses seria terrível. Sua mente poderia não voltar ao corpo, ficando perdida lá pela Nebulosa M-78.

O 5° e último exercício faz com que você alcançe a onipotência por alguns milissegundos. Provavelmente, em algum multiverso, você foi capaz de criar um Big Bang e todo um universo com seus poderes adquiridos monentaneamente pelo alto grau dos cálculos envolvidos. Todos os segredos do universo são de seu conhecimento. Você seria capaz de recriar a vida por completo, se não estivesse mais preocupado com aquela maldita conta que não bate.

Ao entregar a prova e voltar seu nível de consciência para o estado "normal" (até onde um estudante de Ciências da Computação pode ser normal, bem entendido....), começam a aparecer todos os resultados do stress físico decorrentes de toda essa experiência astral. Dor de cabeça, dores nas juntas, stress, e uma estranha amnésia da última meia hora decorrida.

Graças a Deus, a prova hoje é menos descomplicada. E, depois disso, eu vou precisar tirar uns dias de descanso.... Pelo menos até as provas do 4° Bimestre, os exames, etc....