Cobaias, atenção!

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"- Filha, já se trocou? - a cabeça de sua mãe aparece pelo vão da escada, acrecentando mais susto à uma menina que encontrou o senhor dos sonhos de mau-humor.
- AAAAI!! ...atchim! N-não, mã.
Em dois tempos, Klara-mãe estava do lado da cama, separando a filha do amontoado de bichos felpudos.
- Eu duvidava que sim... e ainda está com os cabeli molhada... e febril! Prega! Tu nunca me obedece!!
- Atchim! Atchim! Excuso, mãe.
- Fica quieta e não me deixa o calorímetro cair. A mãe de Klara tinha o dom de ignorar os princípios básicos da física quando o assunto era a saúde da filha ou do esposo. Moveu-se mais rápido que a luz da escada até a cama da menina quando algum instinto ancestral notou algo de errado, e no instante seguinte à constatação da febre fez brotar do nada termômetro, xaropes, comprimidos e uma toalha seca para concluir o serviço inacabado de retirar o excesso de água dos loiros cabelos da filha. Já esta aquietou-se - meio por estar encabulada com a bronca da mãe, meio por ainda por sua alma vibrar na frequência dos ecos do seu sonho ruim - e deixou a mãe terminar de enxugar seus cabelos e troca-la com roupas mais secas, passiva como se fosse uma boneca de pano.
- Tu está um dedinho de quente, mas não é febre ainda. Abra a boca.
- Ah, o de pinguinho não, é malíssimo.
- Só pus vinte pingui na água, Klara! Bebe zinha e não faz carauta!
- (Glub, glub) - ela bebe como se a água fosse dissolver seus dentes - Blergh!!
- Tu é mui exagerata, filha!
- Então bebe tu os pingui, mã!
- Não sou eu quem está a ficar febril, e não quero ter gosto azio na boca pelo resto do dia.
- (Eca, eca!) Finória! Tu sabia que eu não estava exagerando!! Klara diz fazendo cara de azedo enquanto a mãe sorri achando graça da sua criança, penteando os cabelos dela ritmadamente, que fazem a menina se distrair da realidade e se voltar mais e mais aos seus pensamentos, mesclando em seu ser o gosto amargo do remédio com o ruído de fundo do pesadelo. [...]
- E papae?
- Na capa. Acredita que vai fazer grande comércio com aqueli estrangeiri, mas faz para mim que eles não vão comprar nada não, se muito umas moedinhi velha. Agora finite de se trocar para cearmos, fiz macarronada hoje.
- Nham! Vivo de macarronada, já estou lambendo os beici!! E de pospasto?
- Pudim de leite. Do jeito que tu gosta.
- Nham! Nham!
"


Mushi-san pesquisa: um livro com a maioria dos diálogos escritos nesse estilo seria cansativo? Ininteligível? Dá noção de um lugar diferente?
Grato ^^

1 Comentário

Druida em 09/09/06, às 12:33: Eu gostei... Não entendi muito o sentido do texto, mas os dialogos tão interessantes sim ^^ (Reply)

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This page contains a single entry by mushi-san published on September 9, 2006 12:06 AM.

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