Em alguma parte dentro de mim, deve ter alguma esp�cie de trava de prote��o.
Alguns meses atr�s um assaltante entrou no meu quintal. Assim, ele e outro tentaram assaltar o Botic�rio na avenida, levou tiro na altura da bacia e nao pegou dinheiro nenhum.
Minha casa � numa rua paralela da tal avenida, bom assim, fica mais f�cil fazer compras e pegar �nibus. Na hora do assalto, est�vamos eu e minha m�e na sala, ela costurando e eu escaneando minhas infinitas tralhas. Certo momento ela ouve algo e sai da sala, e eu continuo digitalizando jornais velhos at� que ou�o Marissel (apelido da minha m�e) conversando com algu�m, parecia voz de b�bado.
Bom, pra resumir daqui em diante: o ladr�o entrou em nosso quintal com buraco de bala e tudo. Passando mal, suando frio e com dois revolveres. Ficamos mais de meia hora com ele no quintal, tentando nao o irritar e ficando na frente dele toda vez que a pol�cia fazia ronda no quarteirao. Aconteceu muita coisa, desde vizinhan�a se aglomerando no final de tudo, a ele mentindo que tinha sido pego por um inimigo e a gente se cagando de medo de que caissemos em queima de arquivo.
Ele dizia que queria ir ver a mulher antes de morrer, etc e tal, nao queria ir pro hospital, queriamos que o levassemos ateh a casa dele (e a aura do "inimigo" nos pensamentos da gente). Bom, depois de tudo, mesmo verde de dor, ele decidiu ir embora sozinho. Desceu uns 30 metros da rua, virou uma esquina, caiu no ch�o e a pol�cia o levou.
Minha m�e teve a frieza de negociar e ser gentil com ele ateh o fim, chegando ao ponto de dar guardanapo pra cobrir o ferimento e levar as coisas dele para o cambur�o.
J� eu... acompanhei de perto, mas tava distante. � a tal trava. De certo modo, interpretei tudo como se fosse um filme que eu estava vendo. N�o senti medo, n�o fiquei tenso, nem tive ato coragem, nada. S� acompanhava aquele filme, fazendo o m�nimo pra n�o deixar pior: afastei os bichos e n�o sa� da cena.
Bom, agora to assim, com a trave acionada.
Sobre o assalto, a loja foi assaltada umas 20 vezes ano passado. O ladr�o n�o morreu e trabalhava numa padaria aqui perto. Minha m�e s� desabou depois de tudo.
E fui buscar meu pai que tava numa reuni�o com uma diretora de creche numa pizzaria aqui perto. Joguei a not�cia num pacote s�. Ele foi correndo pra casa. E a tal diretora acho que nunca mais p�e os p�s nesse bairro depois de ouvir algo assim t�o de uma s� vez. ��
alguem perguntou? (Reply)
Mushi, meu velho, vc devia dar uma pausa de escrever hist�rias fict�cias, e come�ar uma autobiografia. Com certeza, ia ter uns momentos maneir�ssimos l�. ^^
Parab�ns pra a sua m�e, tbm, pelo sangue frio. Sei l� o q vai ser, mas compre algo legal e d� de presente pra ela. ^^
Forte amplexo, cara.
Louco
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autobiografia? qdo releio meus diarios, morro de t�dio... (Reply)
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