Conto de fadas...

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Historinha de Fadas que o pai de Klara, uma personagem minha, vai contar para ela.

(isso, to tentando escrever um livro do come�o ao fim, nem que ele fique na gaveta depois)

update: corrigir alguns errinhos e dei um leve upgrade. N�o que algu�m se importe... XD (30/4/8)


"Era uma vez, h� muitos anos atr�s, uma linda menina que era amada pelos seus pais e que prendia seus longos cabelos com dois la�os, um azul e outro vermelho. Certo dia ela teve de seguir sozinha pelo escuro caminho que atravessava a velha floresta, mas mal pisando na trilha ela trope�ou numa raiz e caiu em cima de uma velha faca enferrujada, que atingiu seu cora��o, partindo-o em dois.
Mas em vez de morrer, era uma velha faca m�gica perdida h� s�culos, a menina foi dividida em duas meninas id�nticas, do mesmo tamanho, rosto e voz, iguaizinhas ao que ela era antes. Elas tamb�m estavam vestidas com as mesmas roupas da menina de outrora, e �nica diferen�a entre elas era que uma tinha os cabelos na metade da altura do que era antes, mas com o la�o vermelho fazendo apenas um rabo de cavalo com os cabelos do lado esquerdo, e a outra tamb�m com cabelo na metade da altura, mas com o la�o azul prendendo s� um rabo de cavalo, mas do lado direito da cabe�a. A menina do la�o vermelho era corajosa demais e n�o tinha medo de nada, mas a menina do la�o azul era medrosa demais e tinha medo de tudo.
"E agora, como vamos voltar a ser uma s� ? Como vamos nos apresentar ao Rei Fora da Floresta assim?", perguntava La�o Azul, que � assim que ela come�ou a se chamar a partir de agora. "Eles n�o v�o acreditar que �ramos uma s�, v�o rir de n�s, nos expulsar do castelo e nos entregar aos ogros e bruxas!".
"Eu n�o tenho medo e vamos nos apresentar ao Rei assim como somos agora!", respondeu La�o Vermelho, que era o nome da outra menina. "Baterei em todos que rirem de n�s, baterei nos ogros e baterei em qualquer bruxa que aparecer! Vamos!". E pegou um velho galho de �rvore e seguiu a estrada. E apesar de ter muito medo para continuar, La�o Azul decidiu ir atr�s de La�o Vermelho, por ter mais medo ainda de ficar sozinha, e ambas seguiram a viagem.
Quando chegaram ao primeiro ter�o da trilha, uma velha bruxa apareceu, horrenda, amea�adora e andrajosa. Ao ver tal mulher, La�o Azul se escondeu e La�o Vermelho avan�ou para ataca-la sem aviso ou motivo. Mas como era uma crian�a, foi pega pele gola pela bruxa, que n�o era fraca assim, e jogada para junto de La�o Azul.
"Quem s�o voc�s, irm�zinhas", perguntou a bruxa, "que se vestem de forma t�o igual? Responda, menina de la�o azul".
"N�o somos irm�s, bruxa", respondeu La�o Vermelho, a que nunca tinha medo de nada, "�ramos uma �nica menina que foi divida em duas por uma faca m�gica." E La�o Azul, por ter medo, n�o respondeu a pergunta que era dirigida � ela e ficou atr�s de La�o Vermelho.
"Eu tenho o dom de fazer voc�s duas uma s� novamente", disse a bruxa, "mas como La�o Vermelho foi muito mal-educada e me atacou sem motivo, e como La�o Azul foi mal-educada e n�o respondeu a pergunta que fiz a ela, n�o vou ajudar. Adeus". E a bruxa desapareceu numa explos�o com cheiro de enxofre.
"E agora, como vamos voltar a ser uma s�?", se perguntaram.
"Vamos voltar", disse La�o Azul, "a floresta � cada vez mais escura e perigosa, e eu tenho medo!"
"Vamos avan�ar", disse La�o Vermelho, "a floresta � cada vez mais escura e emocionante, e eu n�o tenho medo!"
E apesar de ter muito medo para continuar, La�o Azul decidiu seguir La�o Vermelho, por ter mais medo ainda de ficar sozinha, e ambas seguiram viagem. Quando chegaram ao segundo ter�o da trilha, um lobo apareceu, imenso, faminto e de olhar assassino. Ao ver tal animal, La�o Azul - que era medrosa - se escondeu sem pensar e La�o Vermelho - que era corajosa - atacou sem pensar tamb�m, e logo foi engolida o inteira pelo animal, numa s� bocada. Logo o lobo farejou La�o Azul e, paralizada de medo, ia ser engolida tamb�m quando a bruxa reapareceu e matou o lobo, salvando La�o Azul de ser engolida.
Mas a bruxa n�o era boa, pegou La�o Azul pela m�o, levando-a para casa. L� obrigou a menina - que n�o tinha coragem de fugir nem de desobedecer nem de enfrentar - a trabalhar para ela. Todos os dias ela tinha de fazer as refei��es e limpar a casa toda, que era escura e imunda, mas s� podia comer os restos das refei��es da bruxa, e seu lugar de dormir era em cima de um tapete sujo e gasto entre o fog�o e as vassouras.
J� La�o Vermelho, que n�o tinha medo, nem estava morta, mas tamb�m n�o tinha for�as para sair de dentro da barriga do lobo morto, ficou presa l� dentro um temp�o, at� conseguir sair de volta pela boca do animal. Como estava imunda, se lavou num c�rrego que havia ali perto e em seguida, mesmo dentro da barriga do lobo ela tinha ouvido a bruxa levar La�o Azul, foi procurar por sua outra metade.
Naquele mesm�ssimo momento, La�o Azul estava sozinha na casa da bruxa, cercada de montanhas de panelas e pratos encardid�ssimos para lavar, e viu que a porta da casa da bruxa estava aberta. Juntou toda sua pouca coragem e saiu, para fugir... chegando l� fora, por�m, teve medo da grandeza e do sil�ncio da floresta e voltou correndo para seus afazeres. "Ela me maltrata, mas ao menos aqui estou segura dos perigos que se escondem nas sombras l� fora", se lamentou enquanto desencardia um caldeir�o. E no dia seguinte a porta estava aberta de novo, ela fez a mesma coisa, mas andou um pouquinho al�m antes de correr apavorada de volta para a casa da bruxa. E no dia seguinte, mais um pouquinho, e foi assim todos os dias.
Logo La�o Vermelho encontrou a casa da bruxa, mas essa ficava do outro lado de uma ponte, e a ponte tinha um Guardi�o impedindo a passagem para o outro lado. Como La�o Vermelho n�o tinha medo de nada, correu e atacou o Guardi�o com um galho, mas foi facilmente repelida. "Diga as palavras e te deixarei passar, La�o Vermelho". Mas La�o Vermelho fingia n�o ouvir, descansava e juntava for�as antes de fazer um novo ataque. "Ele � maior e mais forte do que eu, mas n�o tenho medo dele", pensava. E depois de algumas horas descansando, voltou a atacar de novo e foi recha�ada da mesma forma, com o Guardi�o dizendo a mesma mensagem todas as vezes, "diga as palavras e te deixarei passar, La�o Vermelho". E foi assim por muitas vezes seguidas...
At� que certa vez a La�o Azul sentiu-se suficientemente segura para ir embora da casa da bruxa e n�o voltar mais. Era meio dia e todas as sombras da floresta estavam menores e menos amea�adoras. Isso aconteceu ao mesmo tempo em que La�o Vermelho decidiu mudar de atitude e perguntou quais eram as palavras ao Guardi�o da ponte, em vez de tentar for�ar sua passagem para o outro lado da ponte. "As palavras s�o, minha jovem, 'por favor'".
E no instante que La�o Vermelho pediu "por favor" para o que Guardi�o liberasse seu caminho atrav�s da ponte, e foi atendida, La�o Azul apareceu na outra margem. As duas se encontraram no meio do caminho, se abra�aram, comemoraram e imediatamente voltaram para a trilha, logo alcan�ando o fim dela. E no fim da trilha havia uma grande muralha de espinhos, alta demais para ser escalada, larga demais para ser contornada, profunda demais para ser afastada facilmente. E atr�s da muralha facilmente se via o castelo do Rei, onde elas queriam chegar desde o come�o.
"Essa muralha me d� medo, mas temos de chegar l�", disse La�o Azul.
"N�o tenho medo dessa muralha, mas ela � um obst�culo consider�vel", disse La�o Vermelho.
Ent�o La�o Azul empunhou uma pequena espada - que tinha encontrado na casa da bruxa para se defender - e bateu com ela na muralha, cortando alguns espinhos e folhas. E antes dela levantar os bra�os para cortar mais espinhos, La�o Vermelho tamb�m veio ajudar e ambas come�aram a fazer um caminho por dentro da muralha de espinhos. Elas se arranhavam, se cansavam, se ajudavam e avan�avam sempre. At� que, sem perceber, chegaram do outro lado da muralha. Ou melhor, ela chegou ao outro lado da muralha: n�o existia mais La�o Azul nem La�o Vermelho, eram uma s� novamente, a menina com os dois la�os no cabelo que existia at� o come�o da hist�ria.
E rapidamente ela chegou ao castelo, se apresentou ao Rei Fora da Floresta e contou sua aventura ao monarca. E como esse rei gostava de hist�rias, premiou a menina com tesouros por causa da singularidade do seu relato, por agora ser prudente e educada. Logo ela voltou para casa pelo mesmo caminho, mas isso � outra hist�ria para outro dia. De qualquer forma, ela chegou l� e viveu feliz para sempre."

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