Vou dar um resumo telegr�fico no que aconteceu, se eu esticar demais o texto, vou acabar parando no meio -_-?
H� uns cinco anos meu av� come�ou a agir de forma estranha: achava que tinha dinheiro, queria comprar carros, fazer empr�stimos?
Foi diagnosticado Mal de Alzhemeier e a situ��o foi piorando ano a ano: com o tempo ele foi esquecendo quem eram os parentes, perdendo locomo��o, n�o se cuidava mais? de uns dois anos para c� minhas tias contrataram empregadas para cuidar dos meus av�s (apesar da resist�ncia da minha v�), meu pai visitava eles a cada dois ou tr�s meses, e meu av� foi definhando devagarzinho?
Sexta passada recebemos a not�cia de que ele tinha tido uma convuls�o e entrado em coma. De Colorado ele foi levado para Londrina, l� o coma reverteu, mas teve pneumonia, outras complica��es e acabou n�o resistindo, falecendo na sexta dia 29 por volta da 2 da tarde.
Recebemos a not�cia quase tr�s e meia, e como minha irm� n�o dava certeza se ia (meu cunhado trabalha o dia todo �s vezes, estava muito cansado para dirigir e ela n�o iria sem ele), estavamos combinando que eu iria de �nibus e meus pais com meu irm�o e cunhada no carro deles. Meu sobrinho ficaria, s� iria cansar o moleque que n�o entenderia nada :|
Mais tarde minha irm� mudou de id�ia e pos meu cunhado para dormir antes de sairmos. Meia-noite os carros saiam de S�o Paulo: eu com minha m�e no carro de minha irm� (na verdade, � de minha m�e?) e meu pai com meu irm�o. Mas o carro do meu irm�o estava estranho: dava para ver que uma lanterna traseira estava quebrada, depois ele notou que a palheta do para-brisas tamb�m estava quebrada, e na primeira chuva que pegamos, ele parou e descobriu que al�m disso tudo, a caixa de c�mbio tinha quebrado e n�o tinha mais a 5� marcha nem a r�. Eram mais de duas da manh�.
MUITO chateado, ele teve de desistir da viagem, esperar o guincho do seguro e meu pai foi se espremer no carro onde eu estava.
Se minha irm� n�o tivesse mudado de id�ia, s� eu teria chegado a tempo para o enterro, de �nibus.
Chegamos l� depois das nove, com v�rias paradas no caminho para meu cunhado descansar, trocas de motorista (ele com minha irm�). O corpo do meu av� estava bem cuidado (ouvi ?o v� est� bonito, n�??). Houve tristeza, houve choro, mas houve al�vio por ele estar finalmente descansando, e n�o foi uma morte surpresa, todos estavamos esperando isso h� anos. Muita gente foi visitar o corpo, at� meus av�s do lado materno (que moram a duas horas dali) e o enterro foi �s 16 horas. Ajudei a carregar o caix�o.
Enterros s�o estranhos: reencontramos parentes e amigos que n�o v�amos h� anos, especialmente meus pais que foram criados naquela cidade e casaram l�.
Dormimos na casa de minha av�, que at� que est� forte, e partimos de l� hoje cedo. Meu pai ficou mais algumas horas e pegou �nibus de volta para S�o Paulo no come�o da noite.
H� li��es a serem aprendidas? N�o sei. Fica a lembran�a do meu av�, que era uma boa pessoa. Tive sorte de t�-lo conhecido, apesar de eu n�o ter sido chegado � ele, nem � ningu�m.
E fica a esperan�a que a tens�o que percorria esse ramo da fam�lia, e chegava at� aqui, finalmente cesse, abrande, ou d� espa�o a coisas melhores.