Entra e sai de livros (13/03/11)

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Tomei vergonha na cara e estou tentando ler 50 páginas por dia para matar pelo menos 1/3 da pilha ainda nesta encarnação.

Li:
Anno Dracula, de Kim Newman - No final de Drácula de Stoker, em vez de Van Hensing e seus companheiros destruírem de vez a ameaça do vampirão, acontece o desastre: Vlad dá a volta por cima, destrói seus inimigos, casa-se com a rainha Vitória e o mundo muda. Três anos depois, com vampiros no poder e a população dividida entre vampiros e "quentes", prostitutas de dentes compridos são misteriosamente assassinadas por alguém que se intitula "Jack, o estripador".
Parece lekal, né?

É. Mas não é daqueles livros que eu evangelizaria: Anno Dracula sofre de excesso de personagens, a maioria emprestados de outras obras - esse é o grande "plus" do livro, a referência cruzada com outras obras de ficção, especialmente da era vitoriana. Me diverti reencontrando personagens de Sherlock, de Drácula mesmo, vampiros relativamente obscuros com Ruthven dando as caras (sorte que li O Vampiro Antes de Drácula para saber quem e a importância dele), mas quando até Fu Manchu deu as caras veladamente eu disse "chega" e comecei a torcer para os marcianos de Wells aparecerem e matarem todo e qualquer personagem literário ainda não-citado.
Com tantos personagens alheios, o autor não se preocupa em desenvolve-los tão bem quanto faria - parece que Newman se preocupou mais em enfiar referências em cada área livre pra provar o quão extenso leitor ele é - e você se apega superficialmente a os principais (que obviamente iriam virar casal) e tá nem aí com o destino dos outros.

(E nessa de ficar de enfiando qualquer coisa no enredo, tem pelo menos três capítulos inteiros que eu mandaria limar se fosse o editor original: 18, 27 e 29 - eles acrescentam nada à resolução da trama ou à desenvolvimento de personagens).

Pra completar a lista de pontos ruins, um bando de vampirusdumaw emburrecem subitamente e ficam assistindo briga em vez de por fim ao perigo representado pelos heróis. Típico -_-'

De pontos bons... a trama é escrita de forma correta, mas sem muitas invenções, tem umas cenas legais, né... o autor me surpreendeu uma vez - pensei que a pessoa secreta que estava fazendo uma coisa que não vou spolear era uma, e revelou ser(em) outra(s) - e se você souber quem são alguns dos personagens sem consultar a lista no final do volume, vai até se sentir recompensado intelectualmente, tipo ter estudado a matéria certa pra prova. =P

Veredicto: leia na livraria, na biblioteca, pegue emprestado sem medo. Mas se teu bolso e/ou estante estão apertados, precisa não.

(Um off: existe alguma crítica sobre a Aleph de publicar apenas material de ficção/fantasia estrangeira e não investir em material nacional. Pessoalmente, eu acho que a Aleph está fazendo algo importantíssimo pro mercado trazendo para cá obras que são famosas, que volta e meia você vê referenciada em entrevistas, reportagens e prefácios, mas que não existiam em nossa língua)(ou com edições tão antigas e raras que são disputadas a tapa no sebo, tipo Duna)



Comprei:
A Maldição de Titã, de Rich Riordan - Típico meu: vou comprando a série sem ter lido o primeiro ainda... -_- Mas isso se chama trauma de quem ficou bobeando e não acha mais quando decide comprar.

Ah, sim: me recuso linkar editoras que transformaram o facebook em site oficial. Passar bem.

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