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O Doutrinador (de L. Cunha e G. Wainer) - Antes de você ler essa resenha, avisozinhos:
1) eu coloco aspas em "resenhas" no título do post, e não é a toa: não sou boa nessa arte e tem gente que faz análise de HQs (e livros) melhor que eu internet afora.
2) nunca neguei que tendo à esquerda no espectro político, talvez isso se reflita no que vou escrever a seguir. Ou não. Inclusive, me sigam no twitter pra ver o que é doutrinação de verdade :P (to brincando!! :P)
3) o texto abaixo é dado apenas com base apenas na HQ impressa, ignorando inclusive material que tem ou teve na internet - imagino que isso reflita o perfil de boa parte das pessoas que pegarão o gibi nas bancas.

O personagem caiu no meu radar nem lembro como, acho que com o anúncio do filme, que não vi (e só vi o trailler depois de ler o gibi) e não me interessei, tanto pelo herói quanto pelo filme, etc. Mas, sabe como sou, rata de banca, que viu as revistas bonitinhas e coloridinhas expostas junto dos personagens de sempre, a preço acessível e ninguém levando... - ô dó - decidi arriscar, mesmo com minha mente apitando alto "é uma cilada, Bino", em nome da arte resenhística :P

(Na verdade, algumas das minhas compras são na base da curiosidade mórbida mesmo)

Bom, vamos ao que interessa: eu esperava encontrar uma aventurona em que um personagem casca grossa (um Justiceiro genérico, ou algo vagamente inspirado na xerox da xerox de Batman: O Cavaleiro das Trevas, um decalque do Miller do século XX) bate/caça/mete medo/whatever em políticos e, de brinde, o autor tira uma de pessoas com orientação política liberal/esquerda, já que ouvi que o criador do Doutrinador é mais alinhado pro conservadorismo político ou algo assim.
Existem muitas boas histórias assim, entretenimento puro.
Ou, por causa do nome, um personagem com discurso de massas, que educa segundo uma linha ideológica, uma doutrina. Fazer bons enredos nessa linha mais é mais complicado, mas ainda é viável.

O que encontrei: das cinquenta e duas páginas do gibi, vinte e três são fotos e textos rasos sobre o filme ("eis a nossa Gotham", "o nosso Clarin Diário", "ela é nossa Robin"). O resto são sequências de "ação" onde o personagem tem uma luta mal elaborada com um guarda e, duas vezes, ele atira à distância (sniper) na cabeça de "políticos corruptos". Sem conflito, sem trama, quase que asséptico e higiênico, acrescido de diluídas pistas do passado do tal Doutrinador e do contexto que ele vive.
E há também páginas que são meio que "pin-ups" com o que parece ser o bordão do personagem: "eu sou a urgência das ruas". São de nove à doze páginas (por aí, algumas fazem parte de uma das sequências de "nosso herói fica longe, pega arma e mete chumbo certeiro", mas a história não depende delas e vice-versa) em que o protagonista faz pose e diz que representa e esteve com todas as parcelas do povo brasileiro (tem até o Doutrinador de cocar junto com índios e Doutrinador no sertão com touquinha imitando o estilo cangaceiro). Fica a impressão que tentam alavanca-lo como a nova máscara de "V de Vingança" ou "Casa de Papel" pra vender em alguma futura onda de protestos :P
Enfim, se tem o Doutrinador tem alguma doutrina, ela é derivada de algum joguinho de tiro, daqueles bem simprão, com boneco parado e fiapo de enredo, porque algo mais elaborado não cabe na memória do cartucho.

# Veredicto: Não chega a ser ruim, mas não consegue ser nada. Faltou gibi e qualquer historia tosca do Frank Castle faz melhor.
# Bom: a arte meio dura, mas boa, assim como as cores. E o acabamento dos gibis da Guará merecem estrelinhas na caderneta.
# Mau: fica a impressão que colocaram as historias originais de quando apresentaram o personagem, e esqueceram de colocar algo com trama.
52 páginas • R$ 12,90 • 2019 • veja no site da editora

O que mais me incomodou no potencial desse personagem é que ele parece ser dirigido pelo senso comum da opinião pública: geral diz que político X é corrupto e mal, então vamos abatê-lo e voltaremos a ser puros e limpos. O problema é que opinião pública é direcionável, especialmente quando se caça bode expiatório, então é quase certeza de quem vai ser abatido é o menos queridinho de quem grita mais alto na feira de opiniões.
Outra coisa: apesar que a fantasia usa muito o clichê de "matando o feiticeiro, tudo que é mal se desfaz", na vida real, quando político cai, quase certeza que quem o colocou lá vai colocar outro do mesmo naipe no lugar. Quem pôs os políticos nos seus cargos não foram os marcianos.
E nem to pondo em pauta aqui a discussão ética de "matar alguém para resolver problema", mas do personagem ir matar sem contexto ou sem conflito físico para justificar (narrativamente) o ato. Tem algo de doente em simplesmente eliminar uma vida de forma impessoal e sem tirar uma gota de suor ou sangue do "herói".

Em tempo: autor deu opinião política fim de semana passada (bem de acordo com o esperado) e editora se distanciou dela :P


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(Nova)
Richard Rider, um aluno do Colégio Harry S. Truman, estava sentado em uma sorveteria quando foi atingido por um raio invisível, enviado à Terra pelo alienígena humanóide Rhomann Dey. Rhomann era um centurião da Corporação Nova - o exército espacial do planeta Xandar - e havia sido mortalmente ferido em combate contra um alienígena de nome Zorr, cujos planos eram destruir Xandar completamente. No interior de sua nave em órbita da Terra, Dey usou a tecnologia xandariana para transferir seus poderes super-humanos a algum terrestre, esperando que esse ser, fosse ele quem fosse, pudesse dar prosseguimento a sua luta contra Zorr. Tendo seu corpo sobrecarregado pelo repentino influxo de energia, Rider teve que ser levado a um hospital das proximidades. Enquanto encontrava-se em coma, Rhomann Dey, às portas da morte, explicou telepaticamente ao jovem o que havia lhe acontecido e qual seria a sua missão a partir daquele momento. Quando Richard se recuperou e saiu do hospital, Dey enviou-lhe um último presente: seu uniforme de centurião. O rapaz se viu, então, dotado de superforça, e capaz de voar. Ele mal teve tempo de testar seus poderes recém-adquiridos, quando Zorr revelou sua presença na Terra, em Manhattan. Rider foi atrás do extraterrestre e combateu-o por vários minutos, até que Dey conseguiu localizar telepaticamente o lugar exato onde Zorr se encontrava. Então ele teleportou o vilão para o interior de sua nave e usou a energia do computador do veículo espacial para desintegrar seu adversário. De alguma forma, o corpo de Dey foi destruído durante o processo. Feliz com seus novos poderes, Rider, assumindo o nome de Nova, começou a patrulhar Nova Iorque na esperança de combater criminosos e criar uma reputação como super-herói. Entre os primeiros criminosos super-humanos que ele enfrentou estavam o Condor e Potencius (veja Condor e Potencius). sendo este último um xandariano, vitima de amnésia, enviado para encontrar Rhomann Dey. O Condor, um mutante alado cuja aspiração era tornar-se um grande criminoso, havia descoberto a existência do imortal chamado Esfinge (veja Esfinge) e viu nele um rival para seus intentos. Mais tarde, em combate contra o Esfinge, Richard Rider foi dominado e sondado mentalmente. O Esfinge então descobriu que todos os conhecimentos que ele havia passado os cinco últimos milênios procurando - uma forma de terminar sua vida imortal - encontravam-se no cérebro do rapaz. Como era impossível extrair todas as informações à força, sem danificar a mente do jovem, ele deixou Nova partir, mantendo-o sob constante vigilância. Meses mais tarde, depois de ter vivido uma série de aventuras, Nova foi transportado para o interior da Espaçonave Nova junto com dois superseres, o Vigilante e o Cometa. Lá, ele descobriu que o Esfinge havia tomado o controle da nave, tendo descoberto sua localização através do computador humanóide de nome Quasímodo (veja Quasímodo), e a estava conduzindo até o planeta Xandar, onde havia um vasto sistema de computa dor planetário armazenando os conhecimentos que o Esfinge procurava. Com uma tripulação composta por Nova, Cometa, Vigilante, Diamante, Dr. Sol e Potencius, o Esfinge viajou para Xandar, que mal havia sobrevivido ao ataque de Zorr e existia apenas como quatro planetóides artificiais. Criado por Marv Wolfman em 1976, além de superforça, super-resistência, incrível velocidade e capacidade de voar, Nova possui um capacete dotado de um circuito de rádio capaz de captar ondas de qualquer frequência. Feito com uma substância extraterrestre desconhecida, o elmo pode se tornar tão maleável quanto pano e facilmente guardado quando não em uso.


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(Nick Fury)
Nicholas Fury era o mais velho dos dois filhos de um piloto americano morto em combate durante o último ano da Primeira Guerra Mundial. Criado no setor de Nova Iorque conhecido como "A Cozinha do Diabo", em 1941, quando os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra, o rapaz decidiu alistar-se no serviço militar. Submetido a treinamento básico pelo sargento Charles Bass, um austero militar, Nick demonstrou ser um excelente soldado, o que rapidamente elevou-o ao posto de sargento. Partindo para a Europa, Fury liderou o "Comando Selvagem" (veja Comando Selvagem), um grupo de soldados especialmente treinados, cujos feitos de bravura e técnicas de combate lhes valeu grande fama nos meios militares. Durante uma missão na França, Nick foi ferido e submetido aos cuidados do doutor Berthold Steinberg, que primeiro inoculou-o com a "Fórmula Infinito" - um soro que Nick tem tomado anualmente desde então -, o que reduziu bastante seu processo de envelhecimento. O sargento Fury permaneceu na ativa durante toda a guerra da Coréia, ocasião em que o Comando Selvagem foi reunido para uma missão especial. O sucesso dessa missão fez com que Nick fosse promovido a segundo-tenente. Seus trabalhos de espionagem realizados para a França, no Vietnã, nos anos 50, o elevaram ao posto de coronel e, eventualmente, ele acabou ingressando na CIA. Fury permaneceu na organização por vários anos, até que a recém-formada agência de espionagem internacional SHIELD ofereceu-lhe o cargo de diretor (veja SHIELD). Criado por Stan Lee e Jack Kirby em 1963, muitos detalhes de sua vida foram deliberadamente obscurecidos por questões de segurança nacional.


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Série de posts em que deduro meu consumismo e tento (tá difícil) tomar vergonha na cara =P
Posts anteriores: janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, agosto e setembro.

Nacionais
6 de outubro
Relógio do Juízo Final #2, #3 e #6: achei as edições finais. De resto, mesma opinião que aqui :P (12 edições)
Astro City #12: é sempre uma alegria achar mais Astro City nas bancas. Tem resenhas aqui, aqui e aqui, e logo tem mais :D
The Ancient Magus Bride #6: da série "mangás que estou comprando às cegas e vou ler tudo numa sentada só Algum Dia. Espero não me arrepender". Não façam isso, crianças, faz mal. Aparentemente a ediçã 7 já saiu (12 volumes publicados até agora)
13 de outubro
Saga #9: mesma opinião que aqui^^ Alcançamos a publicação gringa e entramos em hiato junto. Dizem as lendas que serão 18 volumes no total.
Príncipe Valente 1949: mesma opinião que aqui, como conseguir números atrasados? :P
27 de outubro
Jambo e Ruivão: continuando as releituras dos personagens da Hanna-Barbera pela DC. Certeza que essa edição em específico será uma bomba....
Quarto Mundo #3: mesma opinião que aqui e torcendo muito para que vão até o fim^^
Akira #5: falta um! E dizem que sai até o fim do ano!! Mesma opinião que aqui :P

Importados:
27 de outubro
Frontline Combat #2: mais um gibi da EC, vale a mesma opinião dada em "Vault of Horror #5".
Donald Duck: “Christmas in Duckburg” (The Complete Carl Barks Disney Library): mesma opinião que aqui^^

Leituras de outubro
Yeshua Absoluto
Novos Atlantes
Da Terra à Lua
Desafiadores do Destino
• Astro City #4

Esse mês comprei menos coisas ou sairam menos coisas? :P Só o futuro dirá....


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Desafiadores do Destino - Disputa Por Controle (de Felipe Castilho, Mauro Fodra e Mariane Gusmão) - Mais uma HQ nacional retirada da pilha, onde os personagens tem pose e estilo tão fortes que você nem se lembra da palavra "clichê", idem pro mundo "steamfantasy" onde tudo acontece: cinco pessoas especiais de origens (bem) diversas são convocadas para acompanhar um embaixador de uma ilha onde haverá o embate de duas potências - Atlântida e Lemúria - e, sendo gibi, é óbvio que isso dá confusão =P
O ritmo dos acontecimentos é intenso, os fatos se atropelam e, por isso (além da escassez de páginas), nada é muito desenvolvido. Temos fragmentos de quem e o quê aqui e ali, principalmente nos flashbacks da convocação do não-grupo de protagonistas e de repente a briga estoura, cresce e você não tem muita noção de quem está brigando e onde - nem tem muito tempo de ficar perguntando por isso. De qualquer forma, a história se fecha à contento, mesmo achando que ficou faltando "a cena", algo para arrematar ou virar o jogo no nível da epicidade construída e mostrada.

# Veredicto: Leitura ágil, divertida, mas um tico confusa. Divido igualmente entre roteirista, artista e colorista os méritos e deméritos da afirmação anterior :P.
# Bom: Apesar dos problemas citados, o roteiro está redondo e as apresentações dos personagens estão na doce certa. A arte está excelente, a diagramação idem e as cores estão à altura do conjunto sem dever nem disputar atenção.
# Mau: A pressa: mal sabemos quem os personagens são e o que fizeram... e, às vezes, até o que estão fazendo. Vários personagens do grupo são descartáveis e a história como está anda perfeitamente sem eles (inclusive temos redundância de robôs :P). E me causou estranhamento porem tudo isso acontecendo nas Falklands/Malvinas e não termos uma elo sequer nos garantindo que as ilhas fictícias e as reais tem algo em comum além do nome.
64 páginas • R$ 39,90 • 2018 • veja no site da editora


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(Ned Leeds)
Repórter do Clarim Diário muito dedicado à sua profissão, Leeds conheceu a jovem Betty Brant quando esta ainda namorava Peter Parker (veja Betty Brant e Homem-Aranha). Cansada da vida misteriosa de Parker - cuja identidade secreta de Homem-Aranha sempre o obrigava a desaparecer nas horas menos apropriadas -, Betty acabou rompendo seu namoro com o rapaz e, pouco tempo depois, envolveu-se amorosamente com Leeds, até que os dois acabaram se casando. Designado para ser correspondente do Clarim na França, Ned e Betty deixaram Nova Iorque para ir morar em Paris. Como a função jornalística tornava muito tempo de Leeds, Betty foi se sentindo muito sozinha até que, sem conseguir mais suportar, abandonou o marido e voltou a Nova Iorque. Assim que chegou à cidade, a bela jovem foi procurar Peter Parker, seu antigo namorado, na esperança de dar início a uma nova relação afetiva entre eles. Parker fez de tudo para evitar, não desejando trair o amigo. Vários dias se passaram até que Ned, desesperado, voou para Nova Iorque à procura da esposa. Flagrando-a junto com Peter. Leeds agrediu o fotógrafo fisicamente, até ser convencido por este de que Betty não o interessava. Criado por Stan Lee em 1964, Ned acabou voltando a conquistar sua mulher e os dois continuam juntos até o momento.


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Os Novos Atlantes (de Ismael Chedid, Frank Tartarus e Adan Marini) - A primeira vez que vi este gibi foi na Cultura daqui de SP: a capa dura dá sempre um ar de respeitabilidade à qualquer publicação (por mais que eu ache um recurso desnecessário), mas o desconhecimento dos personagens e dos autores me fez deixar os gibis onde estavam. Ou, como disse um conhecido "Cara, com um nome desses eu já encaro com desconfiança".
Mas, como fui num evento de literatura fantástica lá em Porto Alegre, acabei pegando o gibi na empolgação das compras: tava com desconto e quase que consegui autografar, mas os autores não estavam na mesa naquele momento.
Enfim, acabei pondo na pilha de leitura, meio que no espírito "se não for bom, menos um ocupando espaço na estante" e li, né? Bom, a trama se passa num país não-especificado da América Latina (pois é) e envolve deuses que na verdade são aliens do passado, crianças/adolescentes que ganham poderes, uma batalha com bichos feios que praticamente destroem uma cidade e basicamente é isso. É um amálgama de vários clichês e plots que são legaizinhos, mas que foram jogadas na trama de forma descuidada, apressada até... ilustrados por um traço regular-pra-bom que não brilha. A diagramação não colabora, nem as cores - que desconfio que foram mais prejudicadas ainda pelo papel, mas não manjo dessas tecnicidades.

# Veredicto: me deu vontade de pegar enredo, background, personagens, tudo e refazer direito pra mostrar como se faz ¬¬ E olha que não sou tão competente assim.
# Bom: a encadernação é bonita :P Alguns personagens prometem ser legais, mesmo forçados (tipo o mago que parece ser um primo (muito) distante de Constantine com o Zeppeli, de JoJo) e tem várias coisinhas que são bem feijão com arroz no gênero super-heróis, que dariam um pratão bem feito se não fossem colocados na mesa de forma tão corrida.
# Mau: Tá verde, muito verde, tanto roteiro quanto a arte. Tem personagens ali que não tem desenvolvimento, parecem só existir para cumprir o número mínimo de pessoas para a formação de um supergrupo. E tá apressado, demais: tem conceitos que podiam ser guardados para histórias futuras, colocadas aos poucos e ir compondo o cenário maior, tipo, por exemplo, o X-O Manowar do Robert Venditti).
80 páginas • R$ 25,00 • 2017 • veja no site da editora

Da Terra à Lua (de Estevão Ribeiro) - uma HQ inspirada no livro do Verne, no de H.G. Wells e no filme de Georges Méliès (três obras que preciso conhecer, diga-se de passagem): o Clube do Canhão dos EUA, em pleno século XIX, decide enviar pessoas à Lua. A história conta os motivos, os preparativos, a ida e a aventura que eles tiveram lá antes de voltar, no simpático traço do Estevão.
Aqui o enredo tá redondinho, os personagens tão construídos, algumas piadas funcionam, mas...... o roteiro e a diagramação precisassem de uma segunda demão, uma melhora e afinada nos elementos. Gostei da arte aqui, talvez precisasse trabalhar mais as cores. Talvez.

# Veredicto: É uma história gostosinha e simpática pra se ler numa tarde.
# Bom: Traço e personalidade dos personagens se casam muito, naquele humor de personagens cômicos se esforçando em serem sérios de desenhos antigos.
# Mau: Dava pra ser melhor, tem espaço pra isso. Mais de 300 mil quilometros de espaço :P
80 páginas • R$ 39,90 • 2014 • veja no site da editora


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Yeshua Absoluto (de Laudo Ferreira Jr. e Omar Viñole) - Adaptação em quadrinhos da vida de um cara lá de Nazaré. Gibizão nacional, um tijolo de capa dura com trocentas páginas em preto e branco - inclusive dei "oi" pro autor numa FIQ, pena que eu não tava com o tijolo comigo para pedir um autógrafo... -, com traço que tende ao caricato, um acerto perfeito esta história, que não é ipsis litteris aos relatos dos evangelhos.
Para alguém que anda lendo, relendo e virando do avesso os quatro textos canônicos é legal ver as pequenas alterações que o autor colocou pra fazer a história funcionar como tal, fora inclusões que devem ter vindo de outras fontes tradicionais (inclusive o gibi começa com a narração da concepção de Maria Miriam, que eu nunca tinha lido :P) e apócrifas. Laudo faz recriações bem engenhosas e críveis de várias passagens e vários dos personagens que são quase que planos no Novo Testamento ganham personalidade e temperamento bem distintos, e também muito bem encaixados no contexto e até no canon (ainda mais considerando a pouca informação dada nos textos oficiais :P)
Por exemplo, Pedro Shimon (esqueci de dizer: todos os nomes tradicionais foram substituídos por mais próximas do original) é pai de família, cético, pé no chão, irascível. Mateus Matitiyahu é um cobrador de impostos meio bonachão, mas, mesmo com poucas cenas você percebe o fdp que ele é/foi (cobrador de impostos, né?) por trás daquele sorriso fofo. Judas Yehudah (o Iscariotes, não o Tadeu) mal chega e já mostra pro leitor o tipo de mentalidade e background que o farão ser o judas da história: o cara bem intencionado, e cheio de falhas, que acha que joga grande e só depois vê que foi persuadido por jogador mais calejado e fez merda. Outro personagem que tá bem retratado é João Yohanán (o Batista).... afinal, era um tipo meio doido pregando no deserto. E é a primeira vez que vejo JC e JB se tratando como os parentes que Lucas diz que são. Outro personagem que achei bem caracterizado é Pilatos Pilatus, mais pragmático e menos mocinho que nos quatro evangelhos - provavelmente mais próximo das fontes históricas da época ;p
Voltando a falar em fontes apócrifas, deu para perceber que o roteiro tem muita influencia dos textos gnósticos da época - e pelo jeito terei de ler esse material :P Isso se reflete muito em Maria Madalena Miriam Magdalit (personagem que cresce bastante, e de forma desconhecida para quem só leu a Bíblia), desconfio que material fora do cânon foi fonte das cenas da esposa de Pilatus (ela tem um versículo em Mateus e ganha páginas e páginas no gibi :P) e tem umas mensagens nos diálogos que deixariam alguns puristas de cabelo em pé e que certamente vieram destes textos "aliens" :P Outro ponto de nota é que os milagres são narrados de forma bem discreta, alguns são descritos como fatos corriqueiros que foram tomados como sobrenaturais, como por exemplo o exorcismo de Legião e, talvez, a Multiplicação dos Pães. E ao menos um milagre fica bem em aberto (evito spoilers :P) se foi ou não.
O arco da Natividade está legal, com uma reinterpretação quase completa das cenas relacionadas aos Magos e mais pra frente Herodes Hordus filho lembra o que o pai aprontou para evitar a chegada do Messias x) E a construção política que levou Jesus Yeshua ao calvário tá muito bem feita, inclusive encaixando alguns das atitudes dEle em Jerusalém Yerushalaim na progressão dos fatos.
E, para encerrar, também achei foda Ele errando, vendo que fez errado e pedindo desculpas, o que só engrandece o personagem (e qualquer pessoa).

# Veredicto: uma das melhores leituras desse ano.
# Bom: o traço caricato e extremamente expressivo, a recriação bem redonda dos fatos, os personagens estão bem construídos em cima do que sabemos deles.
# Mau: Sinto muita falta de notas de rodapé mostrando de onde o roteirista catou algumas passagens e o que ele tirou da própria cabeça :P Também fizeram falta algumas passagens que talvez dessem capítulos legais (Bodas de Caná, o Discipulo Amado) e em vários diálogos os personagens vivem citando que Jesus carrega multidões e tal, mas você não tem esse feeling na história, visualmente o grupo é ele e os poucos de sempre. Yeshua é um gibi caro, mas vale cada lépton investido.
548 páginas • R$ 140,00 • 2016 • veja no site da editora


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(The Spider Woman)
Filha de um pesquisador de engenharia genética, Jessica Drew foi envenenada pela exposição a radiatividade do urânio. Suas células começaram a se deteriorar, e o processo degenerativo não tinha cura. Desesperado, seu pai resolveu aplicar-lhe um extrato de aranha, ainda em desenvolvimento, que, teoricamente, poderia tornar um ser humano tão resistente a radiação quanto os aracnídeos. Nenhum efeito se observou, e a jovem continuou em coma. Pouco tempo depois, a mãe de Jessica morreu e seu pai, angustiado, sumiu. O companheiro de pesquisa de Jonathan Drew, mais tarde conhecido como Alto Evolucionário (veja Alto Evolucionário), começou a cuidar da menina. Tratada intensivamente através de complexos processos de aceleração genética, Jessica Drew despertou, e percebeu que havia se transformado em algo mais do que humano. Seu corpo podia aderir às paredes. Sua força era descomunal. Ela havia se tornado uma aranha humana. Colocada aos cuidados de Bova pelo Alto Evolucionário (veja Bova), ao completar 17 anos a jovem foi até um pequeno povoado para aprender a viver entre os seres humanos. Não demorou muito e Jessica se envolveu com um rapaz chamado Wladyslav. Surpreendida por seu pai quando abraçava Wladyslav, a jovem acidentalmente descarregou seus poderes bioelétricos, matando seu namorado. Fugindo de uma multidão enraivecida, Drew foi salva pelo conde Otto Vermis, então lider da organização Hidra na Europa (veja Hidra). Reconhecendo as fantásticas habilidades da moça, Vermis submeteu-a a um intensivo treinamento de espionagem e artes marciais, transformando-a numa agente especial da ordem criminosa. Para assegurar sua lealdade, Otto aplicou-lhe uma lavagem cerebral, fazendo-a crer que, na verdade, não era uma mulher, mas sim, uma aranha altamente desenvolvida. Ele também ordenou que um agente de nome Jared estabelecesse um relacionamento amoroso com Jessica. Recebendo um uniforme especial e o cognome Aracne, a jovem foi enviada em sua primeira missão: assassinar o diretor da SHIELD, Nick Fury (veja SHIELD e Nick Fury). Descobrindo que a Hidra estava dedicada ao mal, a jovem traiu a organização e fugiu. Assumindo o nome de Mulher-Aranha, Jessica encontrou Modred, o Místico, em Londres (veja Modred) e ele a livrou dos efeitos da lavagem cerebral. Tomando conhecimento de que era humana, ela ficou obcecada com a idéia de encontrar seu pai. A procura dele, a jovem encontrou-se com Magnus, o fantasma de um mago que havia ocupado o corpo de seu pai algumas décadas antes, e que, no momento, encontrava-se na forma de um excêntrico alfaiate (veja Magnus). Ele sentiu que estava em débito com Jonathan Drew por ter tomado sua forma e quis saldar essa dívida ajudando Jessica. Magnus e a Mulher-Aranha viajaram para Los Angeles e acabaram descobrindo que Jonathan havia sido assassinado por uma organização subversiva com a qual ele havia se envolvido. Depois de capturar os assassinos, Drew decidiu se estabelecer em Los Angeles. Lá ela confrontou inúmeros inimigos, entre os principais, a feiticeira do século VI, Morgan Le Fey (veja Morgan Le Fey). Preocupado por estar se envolvendo emocionalmente com Jessica, Magnus repentinamente deixou-a para devolver o corpo que havia tomado emprestado em Londres. A jovem ficou um tanto perdida, sem saber o que fazer ao certo com suas super-habilidades. Finalmente, associando-se ao criminologista Scott McDowell, ela tornou-se publicamente conhecida como caçadora de recompensas (veja Scott McDowell). A Mulher-Aranha foi criada em 1977 e, além da habilidade de aderir em tetos e paredes, seu sistema,ao ser afetado por alguma substância, desenvolve imunidade contra ela para que nunca mais surta efeito em seu corpo. No uniforme, a heroína possui um par de asas, que a permitem planar, e ela é capaz de emitir rajadas bioelétricas pelas mãos.


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Muito tempo atrás, nessa mesma galáxia, eu e colegas tínhamos um fanzine chamado "CYMB ótico".


Nas doze edições que ele durou, fiz alguns textos que curti fazer, alguns que o povo elogiou e muitos que já se esqueceram :P Um dos textos foi o passeio ao Inferno de Dante - que compilei aqui, e fiz um texto de apresentação aqui. Outro dessa lavra é o "Capitão W.A.S.P.", uma paródia de super-herói estadunidenses mais o conservadorismo daquele país. É bobo, bobíssimo, algumas piadas venceram e outras são ofensivas e as mudei levemente para esta versão aqui no blog (mas a manterei na versão html do site, porque não me sinto confortável em esconder que já fiz merda na vida).
Um dos motivos por ressuscitar esse personagem é que tive bom feedback lá no século passado, outra é que cada dia acho mais que ele tá necessário para rirmos das desgraças que só crescem, geradas por pessoas e ideias semelhantes ao Capitão e seus auxiliares mirins. Castigat ridendo mores.


ver imagem em tamanho maior


Bom, o texto segue adiante, e faço mais alguns comentários depois que ele acabar :P

(The Fly)
O criminoso Richard Deacon foi baleado enquanto tentava escapar do Homem-Aranha e da polícia, após uma tentativa de rapto frustrada. Cambaleando para dentro do laboratório do doutor Harlan Stillwell - o cientista criminoso que produziu cirurgicamente criminosos como o Escorpião (veja Escorpião), Deacon convenceu o doutor a salvar sua vida, transformando-o em um ser super-humano. Stillwell ficou contente de ter uma cobaia voluntária para utilizar em sua mais recente área de pesquisa, e imediatamente começou a imprimir o código genético de uma mosca comum nas células de Deacon, utilizando avançadas técnicas de microcirurgia. Quando o processo chegou ao fim, Deacon havia adquirido as características de uma mosca. Para evitar que Stillwell o traísse, ele matou o cientista. Assumindo o nome de Mosca, o vilão passou a usar seus poderes para realizar ambições criminosas. Criado por Len Wein em 1976, o vilão possui olhos multifaciais, semelhantes aos do inseto que lhe deu o nome, e membranas transparentes em suas omoplatas que o permitem voar. Sua força é aproximadamente quarenta vezes maior do que a de um ser humano comum e seus dedos e pés produzem uma secreção adesiva que o permite escalar paredes e grudar em tetos. Além dessas capacidades, as asas nas costas do criminoso podem ser vibradas de tal forma que produzem uma onda de choque equivalente à explosão de vinte e cinco quilos de TNT a uma distância de dez metros. Apesar de já ter enfrentado vários super-heróis, seu maior inimigo é, sem dúvida, o Homem-Aranha (veja Homem-Aranha).


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(The Shroud)
O homem destinado a ser o Mortalha tornou-se órfão na idade de dez anos, quando seus pais foram assassinados por dois assaltantes. Amargurado, o menino decidiu dedicar sua vida no combate ao crime. Entrando na faculdade, ele estudou criminologia e submeteu-se a um pesado treinamento físico para condicionar o corpo e atingir o ponto mais alto de seu potencial físico. Assim que se formou, o jovem decidiu viajar para o Nepal, onde existia uma seita que combinava artes marciais com misticismo. O rapaz acreditava que, para levar adiante sua guerra contra o submundo, ele deveria usar métodos especiais, fora do convencional. Encontrando o templo do culto, Mortalha foi levado para seu interior pelos sacerdotes da divindade Kali e começou a aprender as disciplinas místico-marciais. Durante sete anos, ele estudou no local até aprender tudo o que podia. O jovem foi então preparado para receber o "Beijo de Kali" - um ferro em brasa cuja forma se assemelhava a figura da deusa. Mortalha gritou de agonia quando o ferro foi pressionado contra seus olhos, testa e maçãs do rosto. Acreditando que seus mestres o haviam traído, ele fugiu do templo para enterrar na neve seu rosto marcado. Quando se recobrou do choque e da dor, ele descobriu que sua visão havia sido substituída por uma mística percepção extra-sensorial. Incapaz de localizar o templo novamente, o rapaz partiu rumo à civilização e acabou retornando a seu país de origem. Lá chegando, adotou o nome de Mortalha. A partir de então, ao invés de combater os criminosos de forma declarada, o místico lutador achou melhor fazer isso de forma oculta, convencendo a todos de que era um fora-da-lei para, então, destruir todo o submundo a partir de seu interior. Várias vezes auxiliado por uma quadrilha, praticamente todas as centrais de inteligência do mundo acreditam ser ele um mestre do crime. Criado por Steve Englehart em 1976, o suposto vilão já se aliou ao Dr. Destino e vários criminosos, tendo que enfrentar muitos super-heróis, dentre os quais, o Homem-Aranha. Com suas habilidades místicas, ele pode provocar escuridão completa em um local abrindo uma passagem mística para uma dimensão negra e atraindo sua substância para a Terra. Mortalha também possui um sentido místico de percepção que o possibilita "ver" através de seu manto negro. Além desses poderes, o misterioso ser também é um atleta de nível olímpico e bastante hábil em lutas marciais.


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Príncipe Valente - 1938 e 1939 (de Hal Foster) - bom, o segundo volume da série veio encartado junto do primeiro e comprei o seguinte, com a idéia de que se gostasse, pegava os seguintes. E já que tinha comprado, deixei pra ler depois, eventualmente li e... ao contrário do primeiro volume, aqui a narrativa me pegou: o personagem, os personagens secundários e tramas evoluem. Por exemplo, um triângulo amoroso que tinha tudo pra ser mais do mesmo sai da caixinha e se torna algo diferente, com companheirismo e tragédia. Além de tragédia, também há humor e epicidade (Andelkrag!), tudo no traço foda de Foster.

# Veredicto: bobeei e deixei passar várias edições, como conseguir as atrasadas???
# Bom: roteiro simples e eficiente, a narrativa vai te pegando a cada página, com curiosidade do que acontece na seguinte. E Hal Foster é um artista de um realismo de te fazer buscar o queixo no chão.
# Mau: o gibi é caro e se você preza por historicidade dos fatos, vai se ofender: o autor não tem dó de misturar períodos históricos díspares na sua cronologia.
76 páginas • R$ 44,99 • 2019 • veja no site da editora

Senhor Milagre - 1 e 2 (minissérie em duas edições; de Tom King e Mitch Gerads) - mesmo depois da decepção que Visão foi pra mim, eu ainda tinha vontade de arriscar mais uma do Tom King e dessa vez não me arrependi. Óbvio que comecei a leitura com má vontade adquirida, com medo que mais uma vez um autor famosão estragasse os personagens do Quarto Mundo do Kirby - que não tenho muito apego, mas dá dó de ler as cacas que fazem com eles, tipo em Sete Soldados da Vitória e Crise Final, do Grant Morrison - mas nesse caso revelou-se um gibi bem construído, interessante de ler e que interfere nos personagens "reais" se você quiser ou não, depende da sua interpretação dos fatos da história :P

Uma pausa explicativa simplificada, baseada no que sei por alto lendo outros gibis e textos por aí: "Quarto Mundo" é como são chamados o conjunto de personagens e histórias que o desenhista Jack Kirby criou em meados dos anos 70, em que há um mundo bom, Nova Gênese, e outro mal, Apokolips. O primeiro é regido pelo Pai Celestial e o outro pelo famosão Darkseid (esse surgiu bem antes de Guerra nas Estrelas, ok? :P) e em algum momento eles fizeram um acordo, em que um criaria um filho do outro, ainda crianças. O filho de Darkseid, Órion teve vida boa em Nova Gênese, com direito a profecia de que um dia matará o seu pai biológico e o pequeno Scott Free, o Senhor Milagre, se fudeu de verde, amarelo (e vermelho) sendo educado em Apokolips pela Vovó Bondade, no inferno que deve ser viver num mundo com nome remete ao fim do mundo. Assim mesmo, lá ele se tornou mestre do escapismo (de fugir de lugares, não de ficar lendo ficção barata tipo gibi se super-herói) e encontrou o amor da sua vida, Grande Barda, que era parte de alguma tropa feminina chamada Fúrias Femininas. Como falei, não li estes gibis ainda^^

Saber disso acima não é spoiler, é história antiga dos personagens que inclusive é citada aqui e ali nessa história e em boa parte de outras histórias que estes dois (e os outros) aparecem.

Voltando: eventualmente o casal foge pra Terra, tem interações com outros personagens do universo da DC etc. E o gibi mostra uma fase da vida dos dois, já estabelecidos como casal, depois de Scott tentar fazer a maior das fugas possíveis =/
O ritmo da série é estranho, meio doentio e parte da HQ passamos na Terra, junto dos problemas e esperanças comuns à qualquer jovem casal normal e parte nos mundos de origem deles, com sua guerra eterna, com mortes, ascensões de hierarquia e diplomacia, tudo com um forte clima burocrático, claustrofóbico, doentio. Barda e Scott transitam de um cenário para o outro como alternamos da vida em nossos empregos pra rotina doméstica. E em ambos os ambientes a história vai avançando, os fatos e surpresas se sucedem e o autor vai usando inteligentemente a mitologia criada quarenta anos atrás, mais algumas armas de Chekov bem plantadas :)
Mas, como falei, o índice de "esquisitice" na história é acima da média, e a resenha não aborda interferências na arte que não tenho certeza se tem algum significado mais profundo ou se era só frescura do desenhista :P

Uma última consideração: o personagem Funky Flashman foi criado por Jack Kirby para ironizar e criticar o ex-colega da Marvel, Stan Lee, cujo bordão em vários dos textos era "Excelsior!" e que o personagem repete ocasionalmente em Senhor Milagre, enfatizando a ligação entre Lee e Funky. E, curiosamente, aqui temos uma espécie de redenção do personagem.

# Veredicto: vale a leitura =) Mas espero que o tal King escreva coisas diferentes de "fases da vida do nerd usando super-heróis como metáfora": se Senhor Milagre é a história do jovem casal construindo família, Visão é a crise dos sei lá quantos anos, com família crescida e fingindo ser exemplar pros vizinhos, com carreira estagnada em algum departamento da vida etc etc.
# Bom: a arte enjaulada num grid 3x3 quadros funciona, o roteiro tá bem construído. A cena do xixi é excelente, assim como Senhor Milagre tem um dos melhores anúncios de que vem mais uma pessoa para viver com o casal :)
# Mal: Alguns frufrus nas mensagens que se forem algo além de "construtores de clima" fracassaram lindamente pra ingnorante aqui, tipo os diversos "Darkeseid é". E aparentemente tem uma ligação "enigmática" com a situação atual dos gibis da DC que é bem desnecessaura. E não posso deixar de citar a frescura que foi a distribuição destas duas edições pela Panini, quem viveu, lembra.
156 páginas • R$ 23,90 e R$ 24,90 • 2018 e 2019 • veja no site da editora: 1 e 2


Índice de resenhas e movimentações da minha estante:

...e estou vendendo parte da minha coleção, veja a lista aqui

• Black Hammer: Era da destruição – Parte I (de Jeff Lemire e Deam Ormston): ok, a série acabou me pegando, mesmo não tendo nada de novo :P A trama e os personagens estão se desenvolvendo, o autor está brincando em criar "genéricos" de outros personagens (aqui aparecem a versão dele dos Perpétuos (isso, de Sandman!) e Desafiador e outros XD) e nessa altura nada mais é de como era no começo. A história mostra que há um grande plano e uma grande mentira por trás de tudo...

...que deve ser mostrada na próxima edição, que deve sair por volta de 2020 (sério)

# Veredicto: continuo comprando, continuem comprando, to curiosa :P
# Bom: As situações são apresentadas no seu ritmo, dando a profundidade necessária pra gente se importar com o que acontece.
# Mau: <aviso de coisice minha> houve uma alteração abrupta de contexto e tenho certeza que alguns traumas (amorosos) decorrentes vão ser bem subutilizados, ou tem de ser subtilizados, tratados de maneira estilizada mais pra frente </fim do aviso>. E o arco em que aparece o "genérico de Sandman" é mais encheção de linguiça que história, na minha humilde opinião.
136 páginas • R$ 44,90 • 2019 • veja no site da editora

• Astro City: Álbum de Família (de Kurt Busiek e Brent Anderson): o terceiro volume da série é nos moldes do primeiro, em que se intercalam histórias soltas, com o diferencial de que algumas duraram duas edições da série original:
• Existe uma regra em coletâneas que recomenda que a primeira e a última história estejam entre as melhores: com o começo e o final indo bem, você tem a ilusão que o meio também foi. "Bem Vindo a Astro City" não é o caso, em que os problemas superficialmente trabalhados de um pai separado (ao que parece), recém-chegado com as filhas à cidade que dá nome à série é só moldura para uma luta cósmica entre os heróis da cidade e uma entidade gigante. O ponto de vista do cidadão comum espectador dos fatos seria legal noutra série, mas aqui, num gibi que normalmente vai 1000% melhor justamente nesse recurso, faz esta historinha ser bem crua e sem sal.
• "Mais Um Dia" e "Aventuras em Outros Mundos" é quase um slice of life com Astra, uma filha de super-heróis com dez anos de idade, no caso a mais nova da Primeira Família, a versão daquele mundo do Quarteto Fantástico. Tem uma aventurazinha boba porém gostosa de acompanhar da menina, mais uma aventura paralela (muito legal) com os outros membros do grupo (por causa dela) e toneladas de referências à história desses personagens que dá vontade de saber mais sobre eles. Busiek pegou todos os clichês do primeiro supergrupo da Marvel em seus anos mais clássicos e os refez de forma reconhecíveis, mas diferentes.
• Um velho vilão narra "Mostre a Todos", e ele prova que até na profissão dele, sucesso financeiro não é tudo :P (e olha que ele só virou supervilão por causa do capitalismo :PPP). Ah, é tão esquisito ver locais brasileiros representados em HQ's gringas....
• O Caixa de Surpresas, já apresentado anteriormente, é o foco de "Dentes de Serpente" e "Dia dos Pais". Aqui conhecemos o passado do personagem, e veremos que não é o primeiro a usar o manto do personagem, nem será o último. Legado, o futuro vindo bater na tua cara como se fossem profecias más, incertezas do que fazer, etc são os temas. Além de uma cutucada leve no estilo de super-heróis dos anos 90.
• A biografia de Léo Lelé, um leão de desenho animado que veio para o mundo real é contada em "Astro das Telas". É praticamente uma narração da origem e altos e baixos do personagem, refletindo os problemas típicos que astros televisivos tiveram com o passar das décadas. História simpática e só.

# Veredicto: Apesar de ser aquém à Confissão, achei um tanto melhor que Vida na Cidade Grande.
# Bom: A construçao do "universo" em Astro City. Existe uma cronologia - e nós leitores mal sabemos dos detalhes dela - e assim mesmo ela não é um empecilho, é uma das ferramentas usadas para erigir as histórias.
# Mau: Vale reclamar que as últimas páginas do meu exemplar estão descolando? :P Fora isso, pela segunda vez Kurt Busiek falha em contar a história de alguém que é só espectador. E olha que ele fez isso magistralmente em Marvels.
228 páginas • R$ 25,90 • 2015 • veja no site da editora


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(Mordecai Boggs)
Famoso empresário artístico Mordecai Boggs é atualmente o responsável por todos os shows do jovem cantor Rick Jones (veja Rick Jones). Sem ter consciência de que até pouco tempo atrás Rick trocava de átomos com o Capitão Marvel e era obrigado a passar períodos na zona negativa, Boggs achava estranho os misteriosos desaparecimentos do rapaz, mas, ao mesmo tempo, considerava a vida de Jones fascinantemente enigmática. Criado por Roy Thomas em 1969, nos últimos tempos ele vinha tentando de tudo para fazer com que Rick e uma cantora negra, Rachel Dandrige, formassem uma dupla musical. A incompatibilidade de gênios dos dois, contudo, não tornou isso possível, e Boggs teve que se contentar em ter os dois com carreiras independentes.


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