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Foi numa terça-feira: acordei cedo e minha mãe queria que eu visse algo que estava no portão: era um gatinho abandonado, todo molinho. Devia ter entre dois meses e dois meses e meio.
- Ele é cego? Ela perguntou.
Passei a mão na frente dos olhos dele...
- Não, acho que só tá fraco.
Os gatos grandes (Sansão, Raji, Téo, Juju) estavam por pertos, entre incomodados e curiosos pela invasão de um igual em miniatura. Com medo de doença, deixamos ele pra fora, e arranjamos um pouquinho de sopa molinha da minha sobrinha:


...e ele devorou

Logo tive de ir trabalhar e marissel improvisou uma "casinha" em separado pro inquilino....


mansão

....enquanto decidiamos como doa-lo, com cinco bichos em casa (felinos + poodle), não dá pra comportar mais um, mesmo tão pequeno.

Bom, ele acabou ficando, conquistando seu espaço na rotina do quintal.


Téo acima :P

E graças à irmã da namorada, conseguimos uma dona em potencial, só que no dia que a futura-dona-de-gato, ele sumiu O.O Problema é que nosso portão não é telado, as barras são juntas demais para um gato adulto passar, mas para um filhote, ainda mais pura pele, osso e barriga, foi fácil. Provavelmente o viram passear de noite e pegaram.
Afinal, bonitinho e olhos de duas cores, difícil resistir...

(menos para o fdp que o abandonou em nosso portão. Como falei, ele chegou famérico, fraco, dava pra sentir as costelas sob a pele :| )

...e dias depois aparece uma mulher com criança no portão:
- Oi, foi aqui que perderam um gatinho?
Minha mãe quem atendeu.
- É, foi....
- Então, meu marido achou um gatinho na frente da tua casa, pensou que não tinha dono, comprou ração, areia, etc pra ele, muito bonitinho. Mas a gente não pode ficar com ele por que meu filho tem alergia...
- Tenho não mãe ¬¬
E conversaram. No fim das contas, ficou na cara que era a mulher que não queria o gato em casa e foi até nós para se livrar dele.
No dia seguinte, vieram os três entregar o "Comercial de Omo" (é como eu apelidei, minha sobrinha maiorzinha o chamava de "Floquinho" entre outros nomes), esposo, esposa e filho. Não vi a cena, mas me contaram que o homem estava com os olhos úmidos de tristeza.
Lição pra vida: parceiro/a que não gosta de bicho não presta para isso, no máximo, pra amizade :P


"voltei"

Mandei mail pra ex-futura-dona-de-gato, e ela não o queria mais (Adotou outro? A decepção do roubo a desanimou? Achou que foi "sinal" para não adotar agora? Não sei, mas acho que dá pra entender a situação dela), e logo irmã da namorada achou outra dona: semana seguinte o entregaríamos :)


Gigante pela própria natureza

Duas semanas depois que ele desembarcou em casa, outra terça, o colocamos numa caixinha dentro de uma sacola de papel, juntamos noutra sacola todo o "enxoval" que a outro pai de família comprou pra ele e lá fui eu contrabandear o bichano: ônibus, metrô, metrõ. Sim, é proibido o transporte de animais (leia o item 7 aqui), mas tem outro jeito? Pior, o gato não se comportou e conseguiu romper a caixa que o escondia O.O


"Sou o novo Houdini!"

Sorte que o miado dele é baixissimo, quase não se ouve - pensei que fosse surdez, é bastante comum é gatos com olhos de duas cores diferentes - ninguém percebeu (ufa!), logo entregamos à nova dona, que logo estava me mandando notícias e fotos no instagram ^^

=^.^=

Fim da história: dona feliz, nós aqui com paz de espírito por ter dado destino a outro pequeno. A nova dona que levou ao veterinário, ele está bem, não é surdinho, O miado fraco é fraqueza e vermes, ele foi muito judiando antes da gente pelo jeito. E, é claro, ele ganhou um nome de verdade: "Yuki" (neve, em japonês), o que é bem a cara dele :)

[Siiiim, esse foi mais um post estilo "diário" usado como desculpas em colocar mais fotos de gatinhos pela internet. Vivam com isso :PP]

Para ler as páginas anteriores de Raquel, cliquem na imagem à direita --->

Como falei no começo dessa "republicação" de Raquel, eu mal me lembro desse segundo número do fanzine e da história que tinha nele. E vendo as páginas seguintes à essa, me lembrei menos ainda :P Fiquei com a impressão que caí na síndrome que contaminou o seriado Lost e o anime Evangelion: comecei a inventar coisas sem nexos para ir ocupando espaço, depois resolveria o que é.
Espero que isso não influencie a opinião de vocês :P

....alguém lê estes comentários que faço? x)

E estes dias postei no blog um "curriculo" do que andei fazendo na vid... digo, internet desde o começo dos tempos: http://www.mushi-san.com/geladeira/2015/01/bibliografia.php <- visitem lá, tem muita coisa (que considero) legal ^^

Transcrição:
Foi o que me disseram, mas sei lá...
O que foi Raquel? Você tá pálida
.....

Making of:

Lembro que, uma vez, quando criança algum adulto pediu pra eu ler um rótulo, talvez por curiosidade quanto à minha alfabetização. Como aprendi sozinho, não conhecia todas as variações de letras e números, então quando via o "g", abreviação de grama, junto aos números, pensava que era um "9". Assim, contém "100g" eu teria lido como "1009" naquela minha notação infantil.

Semanas atrás, vimos alguns boxes com novelas da Globo em DVD. Quer dizer, novelas bem picotadas, porque duvido que caibam meses de história nas 40 horas prometidas na embalagem.... enfim, vende quem é dono, compra quem acha que vale. E xeretando as letras miúdas, algo me chamou a ponto de exclamação:
- [insira nome de minha namorada aqui], estes DVDs são feitos de adamantium!
- Por quê?
- Olha:


- Um DVD não aguenta tudo isso!
- Olha esse outro de novela (devem ser os argumentos quentes :P #besta)

- To achando que alguém confundiu o símbolo de grau ("°") com o zero... olha esse filme que não é da Globo, aqui está correto:

Enfim, achamos esquisito ou engraçado. Com certeza alguém recebeu por esse trabalho - e com certeza vai culpar o estagiário pelo errinho :P

Assim, caro desconhecido, o símbolo de grau não é o zero. É até bonitinho quando você tem 6 ou 7 anos confundir letras e números, mas com mais de dezoito, alfabetizado e supostamente formado, é feio, bem feio. E se você não sabe achar esse número em teu teclado windows, fiz um guiazinha besta alguns anos atrás (aqui), mas adianto aqui: "alt da direita" + "/" = "°"
De nada :PPPP

Nota: não lembro que adulto pediu pra eu ler o rótulo, mas não era parente. E era Galak ou Farinha Láctea :P

P.S.: a @strixvanallen mandou avisar que "alt da direita" + "E" também gera "°" (e "Q" e "W" dão em "/" e "?", respectivamente)

Para ler as páginas anteriores de Raquel, cliquem na imagem à direita --->

Na página 5, primeiro quadro: na mesa do alojamento de Raquel/Catarina tem uma das distopias mais incômodas de todos os tempos, 1984, de George Orwell (que divide meu panteão pessoal com "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley) e um mangá não-identificado (o escrito parece ser "fushima V" [ふしまV], mas "fu/ふ" pode ser "bu/ぶ" ou "pu/ぷ", e o "ma/ま" talvez seja um "ho/ほ" - ou "bo/ぼ", "po/ぽ"...).

Transcrição:
uau!...
Você acorda todo dia assim?!
ehehehehehehehehe
E o que deu em você ontem, hein? Caiu como uma pedra lá fora...
Eu estava com febre?
Pelo contrário, tava gelada!
Aí apareceu um médico do nada dizendo que você tinha era apenas cansaço de viagem!
Cansaço?

Making of:

Ando colocando texto demais nas tiras =_='

Ah, já devo ter anunciado por aqui: eu e namorada temos um fanzine e em novembro lançamos a terceira edição. Quem quiser conferir o conteúdo dessa e das edições anteriores, é só clicar na imagem abaixo:


http://sinequanon.mushi-san.com/

E o calor tostante hoje em Sampa me fez lembrar a "saga" de Rafael e a saia :P

Transcrição:
Então... você escreve as histórias em cima de pesquisas?
Sim, elas tem de dar dinheiro! Sou um profissional!
Mas... assim... tuas histórias não ficam... sem alma?
As pesquias mostram as preferências do público. Não é isso a alma dele?
Claro que não!! Pesquisas não mostram a alma de ninguém!
Até porque vocês não tem alma.
...sério, é claro que só tymyzes tem alma, não sabiam?

Making of:

Para ler as páginas anteriores de Raquel, cliquem na imagem à direita --->

Quando foi que eu postei Raquel da última vez mesmo? Novembro? ^^"
(Culpem a conjuntivite - ainda estou tomando colírio - mais preguiça e estas páginas com muito preto que tem de ficar retocando no photoshop)

Para quem não se lembra da história, ou se você chegou agora, as páginas anteriores estão aqui: http://livro.mushi-san.com/2arias/tiras_rz1.php (foram 2½ fanzines que fiz nos anos 90, já aviso que a história não foi concluída)(pra variar^^)
E essa semana dei uma atualizada nas páginas com fanarts e ilustrações minhas, cliquem nas imagens abaixo visitem, é legal :D

E acho que meu de 1996 gasto meio vidro de nanquim nessa página....

P.S.: tá escrito ハケルの弟 (Hakeru no otōto), "irmão mais novo de Raquel" ao lado dele no 1º quadro.

Transcrição:
Daqui a pouco ele me aparece
Ô burrona, acorda!
ハケルの弟
irmão + novo de Raquel
Fratricídio é crime?
...talvez até me dÊem uma vaga numa faculdade cara por serviços prestados à espécie humana.
Harvard seria uma boa.
Acho melhor eu parar de fingir que estou dormindo e levantar!
clik
ô burrona, acorda!
VAI ENCHER O SACO DE OUTRA!

Making of:

Feliz ano novo!! Bora por a vida em dia? :P

(Por motivos de força maior, a tira 139 foi feita há quase dois meses atrás, então boa parte de vocês já devem ter perdido o fio da meada =_= Bom, para isso o arquivo de tiras do meu site, onde esse arco do Leilão está todo guardado lá: http://livro.mushi-san.com/2arias/tiras_015.php <- cliquem aqui e refresquem a memória^^)

Como falei antes, o "Super-M" deve ter sido meu primeiro personagem. Ele na verdade, era desenhado como boneco palito, tipo os quatro exemplos em torno da versão grande ^^
Só que fiz ele nesse visual diferenciado "por exigencia de mercado", ia ser estranho eu colocar um boneco-palito gigante na tira (e aproveito a deixa para dar um cutucão em autores que aparentam rejeitar suas obras =p). Enfim, mostrei esse desenho para meu eu de dez anos de idade, que vivia a rabiscar contando histórias para ele mesmo sobre o Super-M, e a eterna guerra contra o povo do planeta Negativo, etc... ele ainda tá decidindo se achou esse "update" legal ou não, mas creio que aprovaria ;)

P.S.: fiz uso bagunçado dos símbolos de ©, ® e ™ =p

Transcrição:
"Super-M" foi...
• um personagem tosco.
• um amontoado de clichês.
• criado sem planejamento algum!!
• (eu era jovem, inconsequente e com muito tempo de sobra. E nem sabia fazer um círculo à mão livre!!)
• só que acabou fazendo algum sucesso, mas nunca me deu dinheiro de verdade...
• e, mesmo assim, até hoje tem fãs me aporrinhando para continuar fazendo histórias dele!! =_=
...e isso me come toda a paciência!
E quando vai ter mais histórias?
Klara já decorou todos os episódios...

Making of:

Primeiro a mensagem mais importante: FELIZ NATAL!! (sim, tá atrasado, mas aposto que ninguém liga)
Eu *ia* fazer uma ilustração de Natal esse ano, mas não deu certo e resolvi reciclar uma arte que eu fiz antes de vocês nascerem :D

Abração para todos, muitos presentes e não exagerem na ceia e tal. Se exagerarem, bem feito :PP

P.S.: Para quem chegou agora, quase todas as tirinhas estão aqui: http://livro.mushi-san.com/2arias/tiras_index.php
P.S.2: as personagens são Catarina e Raquel http://livro.mushi-san.com/2arias/tiras_rz1.php. Um dia escrevo a história em que elas descobrem que Papai Noel é um vilão. Óbvio.

"O Quotidianos é um projeto de histórias ilustradas onde 10 escritores e 10 ilustradores tratam de quotidianos fantásticos, estranhos e insólitos em publicações online diárias." e agora sou um dos dez ilustradores, fazendo parceira com a escritora Simone Saueressig ;)

Meu segundo conto é "A reforma" (sim, já postaram o terceiro conto, mas esse blog é de um ser lerdinho, vocês sabem disso)


clique na imagem para visitar o conto - comentários sempre são bem vindos :D


Ao contrário do conto anterior, decidi usar técnica diferente: em vez de colagem de referências na internet, criar uma arte a partir do zero. Não ficou tão boa quanto eu queria, tá meio spoilerenta, mas até que gostei do efeito visual, como um conjunto, como um desafio pessoal.
A idéia seria variar de tipo de arte digital à cada história, mas esse projeto vai fracassar já na próxima arte... :P

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20%

Duas quarta-feiras atrás, 26/11, meu olho começou a ficar irritado durante o expediente e alguns colegas de trabalho deram o vaticínio: "é conjuntivite, vai pro médico!". Será? Olho vermelho volta e meia tenho, ponta de cabelo comprido gosta de bater no olho. Olheiras? Tinha dormido pessimamente aquela noite. E coceira nos olhos.... bom, conjuntivite é que nem piolhos: você ouve falar e começa a coçar o corpo, impressiona psicologicamente de forma a invejar toda a Publicidade.
Almocei, trabalhei, a sensação só piorava, a ladainha "é conjuntivite, vai pro médico!" mantinha-se, recebi recomendações de médicos aqui e ali, até que cheguei à chefia que estava insuportável e tinha de ir para um médico já. Como o dia estava mais fraco que a média, seguraram os atendimentos que faço, atendi os três ou quatro que restavam na fila e fui até uma dessas redes de clínicas fast-food que pipocam pela cidade que nem sarampo - até em metrô tem postos!
Fui bem atendido, a recepção me preveu uma hora de espera, mas assim que fizeram a triagem, a médica praticamente estava me procurando: oftalmo é sempre menos disputado em Sampa, terra dos problemas respiratórios.... Cinco minutos de exame depois, eu já tava com atestado médico de uma semana (CID H10), dois remédios para comprar e uma porção de exames para fazer depois que sarasse.
Sim, estranhei estes exames para fazer depois, conjuntivite é daquelas doenças que todo mundo tem de ter no currículo da vida, não é novidade, e nunca tinha ouvido falar da necessidade deles. Suspeito que é uma forma do convênio fast-food tirar uma graninha extra do meu plano de saúde. Afinal, para cada hamburguer vendido, sempre tentam te empurrar uma batata maior ou uma sobremesa tentadora como um plus a mais.

Sossegado, afinal é só conjuntivite, segui meu tratamento. Remédio no horário e compressas caprichadas (me avisaram que o micróbio é termossensível, então eu fazia um sanduiche de dois algodões com gelo formado em torno do congelador, molhava com água fria, separava os algodões e colocava sobre as pálpebras, com cuidado de não queimar a pele, etc). Como previsto, a doença foi do olho direito pro esquerdo, sarou do primeiro lado... mas no olho "novo" tava chatinha ainda, a impressão de ter eternamente um cílio perdido no canto superior direito daquela órbita era constante.
Não é uma boa sensação.
Mas não estranhei, essa é uma doença chata, tem de ter paciência. Não tinham marcado retorno, mas decidi tentar outra consulta, voltaria para o serviço no dia seguinte e achava que não tinha condições para trabalhar, com aquele olho inchadaço de irritado e tudumais.


Ah, sim, esqueci de contar um causosinho rápido: "Médica 1" (vou chamá-la assim, mas ela não aparece mais na história) manuscreveu meu atestado, receitas e tudo o mais. Saí do consultório ainda digerindo a notícia da doença, passei numa loja de brinquedos (a clínica é num shopping aqui perto), tomei uma casquinha mista do Mc, entrei no ônibus... e pedi para descer no primeiro ponto: a letra do atestado estava ilegível o.O Voltei pra clínica, o carinha que faz a triagem não entendeu o que estava escrito, a moça que controla os pacientes perto dos consultórios também não compreendia aquele dialeto do garranchês (e olha que eu sou mestre nisso) e fui liberado para esclarecer as dúvidas gráficas com a autora da obra.
E, mais tarde, depois que entreguei o atestado ao banco, tive de fazer a tradução por telefone para a colega que estava preenchendo os papéis da minha licença..


Na terça-feira antes de retornar ao serviço (2/12), apareci novamente na clínica e talz. Mesmos procedimentos de triagem, tudo positivamente rápido: disso só tenho elogios à clínica. Médico 2 olha rapidamente com a máquina um zóio, zóia rapidamente com a máquina o outro olho, já sabe que estou dentro do prazo pra ficar curado e diz que tá tudo ótimo, amanhã posso voltar a trabalhar.... mas, e ei, e esse olho irritado, doutor?
De volta à máquina, inspeção mais detalhada da órbita esquerda.....
Diagnóstico: herpes no olho, marcou consulta com ele mesmo na sexta próxima, nove da madrugada, mas lááá na sede da clínica. Trocou os remédios, e já podia trabalhar no dia sequinte.
õ.O
Saí do consultório sem discutir, vai que o olho inchado melhora de uma vez no dia sequinte, né? E o remédio novo era uma pomada - antes era só colírios - que tinha de aplicar várias vezes ao dia por sobre o olho doente. Nas primeiras vezes, cada passada do treco eram altas emoções, confesso à vocês, fora o preço dele na farmácia. Ardia, eu me tornava por vários minutos um caolho lidando com a dor.

Dia seguinte, quarta, fui à senzala, com olho inchado, vermelho, empapado de remédio: "mas Marcelo, não era pra você voltar hoje, era amanhã".
É, me enganei. Sem maiores comentários sobre isso :P

Mas reapareci no o dia depois, de manhã, só para dizer: "estou indo ao médico de novo, sem condições de trabalhar assim". O olho parecia menos irritado, mas ainda estava uma merda. No dia anterior, depois de voltar para a senzala, dormi a tarde inteira porque não conseguia manter os olhos abertos, era a eterna sensação de uma areia invisível, de um cílio inexistente arranhando aquele canto interno do olho. E continuava assim, em escala levemente menor, mas ainda estava lá.
Infelizmente, dessa vez o atendimento na clínica não foi de pronto: um problema de sistema e de comunicação fez uma consulta que seria 11:20 acontecer depois das 13:00. Achei deveras pitoresco todos os médicos irem almoçar praticamente juntos. Enfim, Médica 3 era simpática. Joguei meu motivo sincero que fui vê-la por puro interesse, o de ganhar um dia até ter "A Consulta de Verdade" no dia seguinte. Passei de novo pelo exame na máquina tal, tirei dúvidas sobre os remédios, já que o anterior me deu pouco espaço pra contar meu caso e tirar dúvidas, ganhei mais um dia de atestado, meu CID digivoluiu para H10.1 e fui tomar mais um sorvete de casquinha.

Sexta-feira.
Acordei, passei pomada (que já estava pegando as técnicas, mas ainda ardia), ganhei carona, cheguei às nove em ponto no hospital lá na Móoca. Médico 2 atrasou meia hora, mas... quem nunca? Atendeu duas senhorinhas antes de mim, mais de quinze minutos cada. Achei legal, ele me pareceu atencioso, menos apressado que na terça-feira. De repente, ali era um ambiente mais clínico e menos entre-e-faça-o-seu-pedido. Da minha parte, fiquei escrevendo, tentando destravar o final de Carlos - essa tentativa de livro que estou escrevendo tem de acabar e esse mestiço de tymyze com terrestre está amarrando tudo ¬¬
Bom lembrar que meu diagnóstico era herpes no olho. Doença incurável, que geralmente não incomoda exceto quando irritada. Tenho na pele =_= Doutor não falou nada na primeira consulta, só perguntou se eu tivera antes. Falei que não. E a primeira consulta com Médico 2 só foi isso praticamente. Depois disso deduzi que talvez a tivesse pego, não manifestado e a conjuntivite ou remédios (ele cortou corticóides) a tivessem irritado. Mas, como disse, isso foi dedução minha, não informação desse médico. Tenho formação alguma, exceto a de ser brasileiro e, por isso, ser autorizado em palpitar em tudo.
Enfim, depois de muitas páginas de rabiscos inconclusivos no wannabok, finalmente doutor me chama e a consulta não durou o tempo que demorei pra escrever os dois parágrafos acima.
"Espere no saguão que vou te passar para outro médico mais especializado"
Hm?
Esperei.
Depois Médico 2 saiu da sala dele e foi pra outra sala, conversando com outro profissional, o Médico 4. Ficaram um tempo lá com portas fechadas até me chamarem. Médico 4 me pôs no aparelho (o mesmo de sempre, onde você apoia o queixo e luz branca forte incomoda), foi rápido, falou algo tipo "continue tratando como se fosse herpes" para Médico 2, mantiveram o procedimento-padrão de não me perguntar nada e me dispensaram. Ficaram em silêncio até eu sair da sala. Fecharam porta, conversaram mais um tanto. Logo Médico 2 saiu, disse que consulta estava encerrada. Perguntei do atestado do dia - sério, não quero ganhar falta sem ter condições de trabalhar, e meu trabalho é ficar olhando para o computador - me mandou esperar do lado de fora do consultório que já ia me entregar o papel.
Mais alguns minutos e recebi o documento com um H44 por escrito, a orientação orientação de retornar com ele na quarta seguinte e a promessa que tudo estaria bem melhor na segunda, voltaria a trabalhar. Sem mais explicações.
Achei que eu estava precisando de um monte, tipo "é contagioso?" ou "como lidar depois?" ou "o que estava incerto na tua avaliação para pedir a opinião de outro profissional?". No fim das contas, ele ganhou um zine e eu ganhei o que pensar.


Fui pra senzala, deixei atestado lá e recolhi indicações de outros oftalmos. Da Móoca até meu bairro, ganhei a necessidade de uma segunda opinião. Com nomes e endereços em mãos, cheguei em casa, conversei com marissel (para não gerar preocupações, antes eu não tinha falado do diagnóstico de herpes, mas dessa vez foi) e ela me falou de um médico com consultório na avenida, que ela e meu pai sempre vão.
Curiosamente, quando pedi sugestões pros familiares antes, só tinha recebido bolinhas de feno como resposta.


Fui lá, paguei (não aceitava cartão de débito, era fora do meu convênio), um doutor idoso, Senhor-Miyagi-like, me atendeu. Contei a história até então, ele ouviu, me fez passar por meia dezena de aparelhos que não eram mais de ponta faz um bom tempo, me fez ler letreiro com um olho, com o outro. Aí passou um contraste amarelo e resolveu fuçar o olho "com herpes" com um cotonete. Girou e tirou de lá dentro uma membrana enorme enrolada na ponta do bastão com ponta de algodão.
Não era herpes.
Segundo ele, era uma ulceração, decorrente da conjuntivite, que gerou membrana. Vou ter de re-epitelizar o olho, deu remédios (welcome back, corticóides), herpes tem um padrão "em árvore" nas feridas que não havia. <--- Estou só repetindo o que me lembro, o formado em medicina não sou eu e não vou googlear a respeito: procurar doenças faz você encontrar imagens feias, ou diagnósticos errados.


legenda: "me sinto um pouco doente, melhor olhar meus sintomas na rede" "eu tenho câncer no cérebro"

E o incômodo do Eterno Cílio Dentro do Olho acabou. Terça-feira retorno com este mesmo médico, o único em cinco médicos (20%!!) que literalmente tocou no problema. Sobre o Médico 2, desconfio que ele fez uma avaliação apressada/desinteressada, quis me jogar pra Médico 4 desde o começo, que talvez fosse mais especialista, e não soube lidar quando viu que diagnóstico estava errado. Espero.
Não parei pra pensar o que um tratamento nada a ver poderia me fazer, afinal, eram antibióticos. Ainda estou cismado com essa segunda virada no tratamento, mas esse último médico ao menos ouve, é experiente e é "alcançável": subir alguns quarteirões na avenida, marcar a consulta, seja o que Deus quiser. Colocamos nossa vida nas mãos de quem estudou para isso, não dá para fazermos tudo.
E assim seguimos.

PS: ia colocar fotos do meu zoiozuado aqui, mas achei melhor postar isso

Nivel Zero #1 (de Waleska Ruschel): o povo que me conhece a mais tempo e me acompanhou no semi-falecido-um-dia-volta site mushicomics talvez reconheça o nome de Waleska Ruschel (saúde!) ou apenas Wa-chan: ela foi autora de Hime-Sama! (uma hq que estava com quase 150 páginas)(era uma das preferidas do povo do site^^) e Têmpera (uma historinha curta de seis páginas baseada num texto meu :P)
Assim, meio que de surpresa (apareceu do nada XD), meio que não (afinal, a moça é competente), fui informado que ela estava começando um novo projeto, que seria publicado pela editora Estronho. Comprei, esperei chegar, li e....
A história promete, mas não gostei do formato que ela é publicada: 48 páginas e lombada quadrada (colada), o volume fica fino demais e volta e meia dá medo de que as páginas descolem, ou que decolem se alguém abrir o volume de forma mais empolgada. E a Waleska usa uma narração bastante mangá, desenvolvendo aos poucos personagens, ambiente, colocando as peças no tabuleiro. Eu gosto de roteiros assim, o problema é que as 48 páginas são consumidos numa colherada só, mal deixando algum gosto na boca da gente - e pior, sem saber quando tem mais, já que NZ não é distribuído em bancas e não tem periodicidade clara :|
Sobre a história: num mundo onde todos tem poderes, Lia é uma garota de oito anos perfeitamente normal, mas da forma errada: ela NÃO tem poderes. Este volume trata basicamente sobre isso^^
Bom: uma artista competente conseguindo seu lugar ao sol no mercado :)
Mau: poucas páginas que equivalem a pouca história :\
Site oficial: https://www.facebook.com/serienivelzero


Fashion Beast - A Fera da Moda (de Alan Moore e Malcolm McLaren): ou, "a besta féxion" :PPPP
Mais que confesso que sou tiete do Alan Moore. Não o maior fã, só que, assim como a Laerte, para mim o Rouxinol de Northampton entrou na categoria "quando eu não entendo ou não vejo graça, é culpa minha por não ter base para entender, não dele".
Mas, essa história do barbudão não me pegou, ou melhor, quaaaaase me pegou: baseado num roteiro de filme escrito nos anos 80/90 que nunca se concretizou, conta a história de uma moça andrógina (segundo Moore, "uma garota que se parece um garoto que se parece uma garota") que se torna a modelo favorita do principal estilista de moda daquele mundo - que por sinal, está imerso numa guerra distante, porém sempre presente, deixando cicatrizes nucleares visíveis em diversos pontos do enredo. A idéia é esquisitinha, levemente calcada nA Bela e a Fera, e até daria algo interessante. Só que Fashion Beast é a obra de um autor fora da sua zona de conforto: personagens e universo estão bem construídos, são interessantes, mas a trama está truncada. Faltou um diretor e atores colocarem a história nos eixos, corrigindo as falhas de um roteirista de filmes competente porém 100% novato.
Bom: o autor :P Apesar dos problemas, dá pra perceber os velhos truques do mago. E a arte é competente.
Mau: é dispensável, nem o melhor Moore, daquelas obras que você esconde dos leitores iniciantes para não queimar o filme do escritor....



Resenhas anteriores
2014: Valente - para o que der e vier, Bram & Vlad, Como eu realmente... e São Jorge
2012: xxxHolic (mangá) e Tsubasa: Reservoir Chronicle (mangá)Capitão América (filme) e Hollow Fields (mangá)Epic Mickey (hq) e Av. Paulista (hq)
2000~02: mushi-san no heya

(Twitter: Pela primeira vez na Historia namorada cola a ultima figurinha de um album \o/)

Para ler as páginas anteriores de Raquel, cliquem na imagem à direita --->

Então, teve um segundo zine e... ei, vocês viram a capa e a página 1 ali em baixo, né?

Ok, deixa eu voltar: nem lembro se o Área #2 foi xerocado e distribuído (se foi, foram bem poucos, eu não tenho cópia), e a capa é uma colagem com várias coisinhas velhas que tinha a mão, e outras que fiz para o momento XD Em destaque, a "Klara" em caneta vermelha abaixo deve ser uma das primeiras versões da personagem, quando eu ainda tava entendendo esse negócio de desenhar mangá, lá pra mil novecentos e guaraná com rolha (1992? 93? 94?).
Ainda na capa, os "passe escolar ônibus" em marrom e verde tem historinha também: nos tempos pré-bilhete único e cartões para pagar passagem de ônibus, era essa a forma dos estudantes pagarem meia passagem nos coletivos. Certo dia eu estava andando pelo colégio e vi estes dois no chão, peguei... e vi que eram cópias: alguém pegou, escaneou e imprimiu a cores. A cópia ficou péssima, é visível a falsificação, mas foi a primeira vez na vida que peguei algo que foi escaneado!! E por alguém que tinha acesso à uma impressora colorida!!! Uaaaau..... XD
Pra encerrar, a colagem toda é feita em cima da capa de outro fanzine, o CYMB ótico #8, que brinca com o poster de Poltergeist, que já citei nas tirinhas :)

A página 1 é um resumo da história + seção de cartas (a sugestão desse leitor é idéia bem diferene do que imaginaria pra Raquel em qualquer época, mas, de repente, naqueles anos, se o zine continuasse e continuasse tendo feedback....
Só que o mais importante nessa página é o fanart da Quel e Cat (com orelhas de gata :P) feitas pela sumida da Axia Stowe. Acho que foi o primeiro fanart de um personagem meu ♥

Em relação á página de HQ propriamente dita: eu até tinha esquecido que a Raquel tinha um irmão mais novo e mala :P Ele mal aparece, mas deixa sua marca ^^' E tem 3 "easter eggs": no segundo quadro, o moleque usa uma camiseta com os The Paraibanos do Subúrbio, personagem do Laérçon, no terceiro, tem um poster do mangá "Ranma½" no quarto (essa capa, para ser quase exato) e acho que Raquel veste uma camiseta das New Wave Girls, personagens da Axia Stowe =)

Que também fez esse fanart aqui da Raquel =D

Transcrição:
Burrona, carta procê.

Making of:

"O Quotidianos é um projeto de histórias ilustradas onde 10 escritores e 10 ilustradores tratam de quotidianos fantásticos, estranhos e insólitos em publicações online diárias." e agora sou um dos dez ilustradores, fazendo parceira com a escritora Simone Saueressig ;)

Minha primeira participação é no conto "Vírus"...


clique na imagem para visitar o conto - comentários sempre são bem vindos :D


Como o conto brinca com muito com alguns dos elementos da informática/internet nos nossos dias, achei lógico criar uma "arte" mais digital: as únicas coisas feitas à mão aí são a própria (é a minha :P) e o contorno dela.
As janelas são do Windows 2, que sei lá porque eu gosto do visual :P Também tentei imitar o jeitão dos antigos monitores de fósforo verde e por algum tempo pensei em fazer um espelho de parede (daqueles pequenos) com um cursor esperando o próximo comando, tipassim: C:\>_

Para ler as páginas anteriores de Raquel, cliquem na imagem à direita --->

E termina aqui o primeiro fanzine de Raquel ^^ Acho que nessa sequência final de páginas eu mudaria muita coisa - e na verdade, mudei, né? - mas tudo bem, teve mais páginas de quadrinhos adiante, logo escaneio e entupo a caixa postal de vocês com as páginas X)
Mas antes da nova HQ, logo abaixo tem as páginas finais do fanzine, já falo sobre elas, mas antes.... já viram o visual novo do meu site "principal", apontando cada um dos sites que fiz ou redes na internet onde estou? Olhaqui: http://www.mushi-san.com/

Transcrição:
"Foi então que eu percebi que tudo em torno de mim estava se clareando..."
"Fiquei sozinha, no nada"
"E o nada ia ficando cada vez mais apertado"
"(Ou era eu que estava crescendo)"
"Isso não importava mais"
"Não mesmo"
Continua...

Making of:


Páginas extras!, afinal, um fanzine é feito de capa e quadrinhos, mas também tem editorial:


Na transcrição das letras miúdas em torno: "Espalhados por toda a página, os 1ºs rascunhos de Raquel. Traduzindo: este que a vós escreve está satisfazendo seu ego com exibições imaturas. E aproveita o espaço para agradecer a "Gurps Illuminati University" pela inspiração, à Gen¹³ pelo insight inicial (e apenas isso!) e à Divina Comédia, Timeu e Crítias, Silence Man, O Chamado de Cthulhu, Ranma½, Nausicaä do Vale dos Ventos, Five Star Stories, Magic - The Gathering, Advanced Dungeons & Dragons, As Guerreiras Mágicas de Rayearth, Caverna do Dragão, X-Men, Project A-Ko, Tales From the Crypt, Meu Amigo Totoro e Esquadrão Atari pelas citações espalhadas nas 13 páginas desta história!!"


E a última página foi uma colagem de ilustrações antigas (também conhecido como: "to sem idéia do que colocar aqui"). À esquerda um longo trecho no meu código do diário da época (que estou com pregui de tentar traduzir), e no alto, à direita, ilustrações da @cristinaeiko

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