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• A Fonte Âmbar (de Ana Lúcia Merege) - Último volume da "Trilogia Athelgard", iniciada em O Castelo das Águias e A Ilha dos Ossos, que se passa num mundo medieval fantástico, um tanto inspirado nos antigos celtas, com espada e guerreiros, magia e magos (mas uma magia discreta, sem muitos efeitos de luz, bola de fogo e encantamentos em latim macarrônico), elfos (bastante humanos, na minha opinião) e até dragões (ok, só "vi" um na série toda, e de longe - mas que eles existem lá, existem).

O primeiro volume, O Castelo das Águias, conta a chegada de Anna de Bryke para lecionar na Escola de Artes Mágicas de Vrindavahn (não, não é Harry Potter, tem a palavra "medieval" ali no alto, viu?), seu envolvimento com novos colegas e ambiente, a defesa das águias da região contra os militares que as querem usar para seus fins sem pensar na consequência para os animais e, principalmente, o romance dela com Kieran, o ranzinza Mestre das Águias. Talvez esse foco no romance (depois de um primeiro capítulo agitadíssimo) irrite alguns, mas é um bom livro.

Depois vem A Ilha dos Ossos, em que Anna desaparece numa viagem, e Kieran vai atrás dela de sul a norte no lado oeste do continente. Acho que é o livro que mais gostei, devorando as páginas. Nosso personagem ranzinza vai juntando as peças do paradeiro da companheira e seguindo em frente, e ninguém consegue impedi-lo, nem se tiver séculos de idade ò_ó E não, não é um livro com "donzela em perigo", já que a desaparecida usa inteligência e recursos disponíveis para se manter viva e virar o jogo assim que for possível =) Única reclamação que tenho desse livro é o final "solto", ele não parece fazer parte do corpo do texto, nem os personagens anseiam/esperam/procuram pelo que foi conseguido ali.

A Fonte Ambar tem ritmo mais quebrado que o livro anterior, por trabalhar com vários narradores, geralmente o casal Kieran e Anna, mas outras pessoas compõem o mosaico de vozes. E nisso a autora se destaca positivamente, os narradores estão bem distintos, só escorregando poucas vezes, talvez por serem personagem menos interessantes.
E o que acontece nesse livro, mushi-chan? A guerra está chegando às Terras Férteis e nosso casal de magos vai à cidade de Scyllix - em parte para ajudar na preparação para a guerra, parte para resolver a questão das águias guerreiras e também para investigar poderoso mago que dizem estar por detrás do exército inimigo.
[pinte com o mouse se você curte spoilers]E esse mago talvez seja o calcanhar de Aquiles do livro: são dois, sendo que o mais novo se "converte" fácil demais para o lado dos narradores. Ok, é coerente com o personagem, mas fácil demais.... e, poxa, o vilão mais velho (bem velho), não previu que isso poderia acontecer?
Por sinal, esse mago era desinteressante e apagado na trama, e quando se revelou, ficou meio óbvio e chamativo. E continuou muito interessante
. Apesar que o grande "inimigo" do livro é o espectro da guerra chegando, não as pessoas.

# Veredicto: é uma boa série que recomendo sem medo. Tem o problema do patinho feio da série ser justamente o começo dela, mas tendo sido o leitor avisado do nível de açúcar, tudo se resolve x)
# Bom: a narrativa flui gostosa, o universo é rico e "vivo", o par central é cativante e cheio de personalidade. E, para quem gosta, o segundo livro tem um vampiro e o segundo tem uma cena de ataque de zumbis :P E, na Fonte Ambar, gostei da interação e evolução da relação de Kieran (e Anna) com sua irmã ranzinza.
# Mau: algumas partes são mornas. Apesar das partes de ação, tem muita política (especialmente na Fonte Âmbar) e como leio beeeeeeeeeeeem parcelado, me embananava nos contextos explicados porque simplesmente já tinha esquecido metade do que tinha lido antes =_= Inclusive, tenho o mesmo problema com a multidão de personagens de nomes "estranhos" que povoam a série, mal me acostumei com o cast da Escola de Magia...
196 páginas (Castelo das Águias), 296 páginas (Ilha dos Ossos) e 300 páginas (Fonte Âmbar) • R$35,90 (Castelo das Águias) e R$49,90 (Ilha dos Ossos e Fonte Âmbar) • site oficial da série

Pateta Repórter (de Walt Disney de Teresa Radice & Stefano Turconi) - Mais um encadernado Disney, e esse ia deixar passar, até ser indicado por uma amiga que é bem exigente nas indicações: as histórias da dupla italiana (e também casal) Teresa Radice (roteiro) e Stefano Turconi (arte) se passam nos anos 30, numa cidade que remete à Nova Iorque daquela época, fazendo uma releitura divertida, com clima próprio dos personagens da "família" do Mickey: Pateta é um repórter (contratado por acidente), Minnie além de péssima cozinheira, tem um noivo que nunca aparece (e vocês sabem quem é), Clarabela é cartomante, a cidade tem como prefeito o Horácio e João Bafo de Onça e outros vilões menores aparecem como gangsters a serviço de Basil Blackspot (quem for esperto, vai saber quem ele é de cara^^), que também é o dono do jornal onde o Pateta trabalha.
A arte é diferente do normal, tem personalidade, que casa perfeitamente com a construção delicada do cenário e dos personagens - por sinal, acho foda a apresentação dos personagens no primeiro capítulo. Vários dos enredos fazem homenagem a enredos típicos do período (temos Chaplin, temos uma re(f/v)erência à Agatha Christie (foi por isso que me minha amiga leu o volume), aos primeiros aviadores que cruzaram oceanos, espiões, safaris na África, etc) e tem seu humor próprio, gostoso, meio inocente, mas não escrachado.

# Veredicto: recomendão. Acho que até quem não curte Disney vai curtir - alguns dos personagens estão saudavelmente distanciados dos modelos originais.
# Bom: só elogiei, né? Tem uma cena que é pura poesia pra mim, quando, numa caça ao tesouro em outro continente, um personagem meio que se declara à outra. Não se vê algo tão bem trabalhado por aí sempre.
# Mau: algumas histórias são só ok (discos voadores) e achei irritante a diagramação de algumas páginas necessitar de flechinhas guiando a leitura dos quadros.
480 páginas • R$59,90

Saga #4 (de Brian K. Vaughan e Fiona Staples) - Saga é aquele gibi famosão, que curto ler cada volume que sai em português, mas que não é essa coca-cola que anunciam. É legal, é bem contado, bem ilustrado, mas não revoluciona a cabeça de ninguém.
O que é: num universo com aliens humanóides (a maioria parece uma mistura de gente + algum bicho) (a minoria restante é uma mistura de gente com televisão....), um casal de espécies em guerra (Alana e Marko) tem uma filha, Hazel - e, sim, tendo uma filha mestiça eles fizeram algo proibido nas regras daquele universo. Assim, eles têm de fugir e se esconder por vários mundos, sobrevivendo e tentando criar a menina.
E, claro, tem caçadores contratados para captura-los.
A graça é que Brian K. Vaighan não é um autor raso. Os personagens são humanos, com defeitos irritantes e momentos iluminados. A trama segue um bom ritmo, quando você vê, já leu o volume todo. Só me preocupa o fato de que a cada edição entra mais gente e mais subtramas, fazendo o novelo crescer e crescer... (às vezes o autor é cruel e faz uns cortes dolorosos, quase que de surpresa...).

# Veredicto: leia sem medo, só não espere uma revolução :)
# Bom: a Gata da Mentira. Tem personagem secundário que vale mais que dimensões ficcionais inteiras.
# Mau: essa edição em si tá meio abaixo das anteriores, meio que centrada no trabalho novo de Alana (que podia ser algo mais interessante, só que ficou nhé), mas segura a qualidade.
152 páginas • R$65

PS: alguém me confirma que a língua alien que surge em alguns momentos é Esperanto?


outras resenhas:


Transcrição:

Mário: "...que eu tenho no armário"
Raquel: numa garrafa!! Eu não acredito que estou presa numa garrafa!!
Raquel: ...mas acreditei que passei num vestibular que nunca fiz, numa cidade fora do mapa...
Raquel: meu, era óbvio que tinha algo errado... como pude cair como uma pata nessa?
Raquel: e... e minha companheira de quarto que definitivamente não é desse planeta??
Raquel: por que não fugi gritando desesperada como qualquer pessoa normal?
Raquel: agora estou aqui....


A história até aqui: Raquel é uma universitária normal que passou em universidade nenhuma, exceto na O.M.N.I., que ela não se lembra de ter feito prova para entrar. Curiosa, foi até lá e coisas estranhas começam a acontecer....

Pra quem chegou agora (e desmemoriados em geral): Raquel é uma personagem antiga minha, que teve fanzine, depois rebootei a série quando a moda eram HQs em flash, depois fiz mais dois outros reboots. Pretendo colocar todo esse material no site das tirinhas, mas esse é um trabalho lento e devagarzinho estou 'remasterizando' a arte, colocando letras legíveis e mandando pra vocês antes de todo mundo :)
Quer relembrar o que aconteceu na história até agora? Leia o primeiro capítulo de Raquel, o segundo aqui e o terceiro (mas aviso desde já: é uma história incompleta - e estamos na penúltima página!)


Penúltima página, e a segunda que tive de caçar num caderno velho o texto que ia para ela, decifrar minha letra feia, e fazer caber as falas. Essa página também teve duas dificuldades, até tirei foto e pus no instagram, vejam aqui.
Viram? A primeira é que tinha uma longa coluna à direita escrita "xerox". Acho que era para ter recortado cenas dos capítulos anteriores e fazer uma montagem da personagem recordando o que aconteceu até esse momento. E assim fiz, agora com photoshop porque não sou masoquista x)
A segunda é que o olho direito da Raquel no último quadro estava numa posição errada DEMAIS. Tentei arrumar, não ficou 100%, mas segue a vida.

Falando em segue a vida (que continua em ritmo pesado por causa do trabalho e, pelo jeito, até o começo do segundo semestre será assim. Ao menos vai gerar bastante material pro "trabalhar dá sequelas") sexta retrasada morreu o Bóris, a ovelha de pelúcia que pensava ser um cachorro que vivia comigo e minha família desde antes de vocês nascerem (2002).

Escrevi um texto rápido sobre ele no meu blog, bem aquém da presença dele aqui em casa e da falta que deixou. Cada bicho que passa na vida da gente deixa um monte de histórias, nos faz aprender monte de coisas - respeito, dependência, comunicação, carinho, e não só isso - e mesmo que doa no fim, ou tenhamos de fazer decisões doloridas, vale a pena ter um bicho por perto, cada minuto.

Ah, sim, to falando de animais domésticos. Não seja babaca e não pegue um animal silvestre para criar em casa. E qual a graça de manter passarinho preso? ¬¬'
E lembrem: bicho não é enfeite, é um ser com personalidade e requer um contrato para uma vida toda ò_ó

Making of:


TRANSCRIÇÃO:

Klara: Maria, por que cantenianos falam "errado"?
Maria: É que não ouvimos direito, daí...
Klara: Hmmm...
Maria: Klara, nessa idade e você ainda acredita que tamanho é documento?


A história até agora: o desenhista Miguel Jacob redesenhou várias das primeiras tiras de Klara e Maria. Como o trabalho ficou lindo e vou demorar para finalizar a continuação do Leilão (onde os pais de Klara estão numa distante mansão com gente esquisita), decidi ir postando estas páginas aqui ^^

Para quem não lembra/viu, a a página acima é baseada nesta aqui, e mais uma vez essa versão ainda funciona melhor que a original :)

Por sinal, quem quiser ver as páginas anteriores que ele fez, é só clicar aqui ^^

Uma coisa que não explico muito nas tiras é o porquê das falas de Maria serem "sujas", sempre parece ter outro texto embaixo do que ela fala, tem ruído. E aqui meio que dá a resposta disso, mas nunca fui claro: Maria ouve MAL, assim como todo o povo dela, e isso reflete na fala, ela troca muitas consoantes ("g" com "c", "s" com "z", etc), às vezes falando sons intermediários.
Ela não é surda, mas foi legal ter feito pesquisa sobre os surdos e sua cultura (viva a internet!), inclusive fazendo perguntas para colegas, já que ela compartilha alguns problemas deles. Também fiz meus próprios experimentos com sons e... acho que foi legal. Por motivos de incompetência de autor, Maria não demonstra 10% do que aprendi para compô-la direito, mas um dia chegaremos lá =)
E, voltando: a medida que ela for crescendo, ela errará menos, como dá pra ver nas falas da mãe dela ou do mordomo do leilão.
Ou não: houve uma época que os surdos eram obrigados a aprender a ler lábios e falar ("oralização") e por causa dessa pressão e da difícil curva de aprendizado - "eu não deveria estar gastando meu tempo e energia em aprender outras coisas em vez disso?" - dizem que a oralização não é bem recebida por algumas comunidades. Os surdos tem seus próprios idiomas, que são as diversas linguagens de sinais espalhadas pelo mundo, que são ricas como qualquer idioma falado e geralmente não são aparentadas com as línguas faladas em seus respectivos países.
Nessa lógica, talvez Maria se "revolte" contra ser obrigada a falar uma língua que não ouve direito.
Ou não: ela é boazinha demais pra isso :P

Em tempo: cantenianos podem ser duros de ouvido, mas enxergam MUITO bem.



Ah sim, o blog teve atualizações: além do texto contando minhas aventuras virais mais alguns causos do dia a dia, coloquei um vídeo sobre a previdência (e por que não?) e fiz mais três "reenhas"
1) Tempos de Guerra, uma HQ nacional de 1993, por José Duval.
2) Quadrinhos A2 #5, trabalho da Cristina Eiko e Paulo Crumbim.
3) e Espada de Gelo, um gibi da Disney.
Cliquem aqui para ler tudo :D

Notas não relacionadas:
1) Vocês sabem que minhas tirinhas estão em inglês em dois sites ao menos? No The Duck e no Tapastic
2) A Trasgo, revista online de contos de ficção científica e fantasia está em campanha para publicar seu primeiro livro físico. Cliquem aqui, conheçam a campanha (e o material deles) e adquiram: https://www.catarse.me/pt/trasgoano1. Também visitem o site oficial, a revista já tem treze edições para baixar! ~> http://trasgo.com.br/
(colocando imagem da capa aqui por que há mil semanas que prometo pro Lucas Ferraz que vou falar da campanha na newsletter e só me lembro no minuto seguinte depois de apertar "enviar" =_=')


Transcrição:

Mário: desde o meu primeiro dia em meu cargo
Mário: eu nunca cometi esse tipo de erro
(mulher): cargo muito disputado, por sinal e... ouvi rumores por aí...
(mulher): bom, eu tomaria cuidado com os esqueletos de teu armário.
Mário: todos temos os nossos, não?
(mulher): certamente.
(mulher): amanhã trago a nova aluna.
(mulher): passar bem.
Mário: não são exatamente esqueletos...


A história até agora: Raquel é uma universitária normal que passou em universidade nenhuma, exceto na O.M.N.I., que ela não se lembra de ter feito prova para entrar. Curiosa, foi até lá e coisas estranhas começam a acontecer....

Pra quem chegou agora (e desmemoriados em geral): Raquel é uma personagem antiga minha, que teve fanzine, depois rebootei a série quando a moda eram HQs em flash, depois fiz mais dois outros reboots. Pretendo colocar todo esse material no site das tirinhas, mas esse é um trabalho lento e devagarzinho estou 'remasterizando' a arte, colocando letras legíveis e mandando pra vocês antes de todo mundo :) Quer relembrar o que aconteceu na história até agora? Leia o primeiro capítulo de Raquel aqui e o segundo aqui (mas aviso desde já: é uma história incompleta)


Fim de semana retrasado tive uma emocionante virose (leiam mais em meu blog: "diante do trono - ou como os evangélicos vão acabar me mandando pro Inferno sem escalas") e isso me zoneou todo, um ser desorganizado que arrendou o tempo livre pra mil atividades pessoais diferentes. Então, assim que fiquei melhor corri com a página acima de Raquel, espero que gostem, por que deu um trabalhão :P

Mentira. Deu trabalho sim, mas não foi tanto, eu é que tava baleado.
Mas essa página é meio que especial: ao contrário das outras, o texto dela nunca foi colocado na arte original. Foi legal reler meu garrancho, alterar e condensar meu texto enorme para caber nos balões e finalmente ver a página pronta depois de MAIS DE VINTE ANOS.
...essa página é velha, quando ela foi feita eu nem era nascido ainda. Acreditem em mim .-.


E a publicação dessa página é sinal de que meu estoque de páginas de Raquel está acabando. Tem só mais duas (páginas seis e sete) e a história vai encerrar abruptamente.
...até encontrei outra que poderia ser uma oitava página para esse capítulo (página incompleta e riscada), mas foi alarme falso: era só uma versão descartada da página.
E depois?
Não sei exatamente. Como está escrito lá em cima, Raquel teve vários reboots, isso é, recomecei a história do começo, melhorando aqui, mudando ali e seguindo um rumo diferente a partir de certo ponto. Queria muito postar estas versões aqui, mas tenho medo de que fique confuso e cansativo reler o que parece ser a mesma história várias vezes... e também quero retomar, recontando (de novo!) e finalmente seguindo até o fim.
Se é que Raquel tem um fim :P Eu imagino uma série de situações pra personagem, e gosto de histórias assim, um encadeado de fatos que você se segue, sem se preocupar em chegar....

Making of:

• Tempos de Guerra (de José Duval): Essa é uma HQ antiga, daquelas que eu tinha na coleção e sumiu por motivos misteriosos (aposto em cleptomania de alguma amizade de meus irmãos) e que fui "obrigado" a recomprar, já que desde sempre achei que merecia estar na coleção. Apesar de ser é história nacional "séria" (no sentido de "não ser humor underground/infantil") no gênero que hoje é chamado de "distopia", Tempos de Guerra parece ter passado sem alarde na época em que foi publicada, o que é uma injustiça.
No futuro, o jovem Iágar muda para uma São Paulo dividida entre o povo que vive no chão, os pobres e as gangues (se matando em suas guerras e confrontando a polícia) e os que vivem nas "ilhas", as torres onde vivem os ricos e a classe média que a sustenta. Com o passar das páginas, o personagem descobre que muitas das gangues são lideradas por gente controlado pelos figurões das ilhas (e isso ele acaba resolvendo) e que as ilhas só se importam com eles quando dão problema (e falar disso é contar o fim da história).
Criação do (aparentemente sumido do mercado) José Duval, Tempos de Guerra tem todos os elementos desse tipo de história, com arte meio estilizada meio realista, contando em cenas que vão compondo uma história maior. Com quase um quarto de século, as críticas que o autor faz à sociedade, à manipulação política e da opinião pública, a cultura do "pão e circo" e o pessimismo quanto à efetividade "soluções" contra o status quo dominante continuam todas presentes.

# Veredicto: Se achar num sebo, compre! Merece muito uma republicação melhor que o papel "jornal".
# Bom: roteiro, arte, como o autor lida com os personagens e o mundo na medida exata sem sobrecarregar a história com muitas "aulas" (mas isso acontece ocasionalmente) (e, parando pra pensar, fiquei querendo saber mais desse universo :P). E o velho Muls é aquele tipo de personagem terciário que é um achado :D
# Mau: muitos elementos da distopia de TdG não são exatamente novos, e o ponto mais baixo é o tratamento dado aos personagens negros, quase como se fossem uma tribo africana de filme estereotipado ("Mibú e sua tribo", por favor, né? ¬¬'), que fazem a diferença, mas são sempre os secundários. Um clichê ruim que já era velho no ano em que a HQ foi publicada.
68 páginas • publicado em setembro/outubro de 1993

Notas:
1) José Duval fez algumas histórias para a revista do Niquel Náusea na época [insiram aqui elogios à Fernando Gonsales por décadas fazendo tirinhas sobre biologia e não ter perdido a graça ainda] e publicou outra HQ, O Entrincheirado Hans Ribbentrop, que apesar de ser humorístico, não curti tanto.
2) curiosidade histórica aleatória: apesar do clichê da ficção científica de "pobres em baixo, ricos na parte alta" (e na vida real temos os preços caríssimos de coberturas de prédio), no império romano isso não acontecia. Haviam prédios de vários andares, as insulae ("ilhas", assim como na HQ, mas em latim), destinadas as classes mais pobres. O térreo era dedicado ao comércio, e os andares superiores (alguns textos falam em sete andares!) eram para moradia, e quanto mais alto você morava, menos você pagava - já que água não chegava lá facilmente, e bom lembrar que não existiam elevadores na época. No geral as classes ricas vivia em habitações térreas/sobrados, os domus e as villae (devo ter errado alguma info, sempre erro, mas no geral é isso :P)

• Quadrinhos A2 #5 (de Paulo Crumbim e Cristina Eiko): Histórias do cotidiano de um casal paulistano (e seu cachorro), com um toque de fantasia e exagero, sempre com bom humor e um senso de narrativa gráfica afinadíssimo - é o que você vai ter aqui. Vai ter história com desespero implícito sobre pum, história boba sobre catota (falante). História sobre o que passa quando resolve meditar em silêncio por horas e outras, tem também.

# Veredicto: estou sempre esperando a edição seguinte (geralmente tem um A2 por ano), por ser divertido, sem pretensão e a arte/diagramação só evolui.
# Bom: além de tudo acima, acabamento gráfico. O livretinho (apesar de se chamar A2, é quase um A5) é bem acabado, melhor que muitas editoras por aí.
# Mau: além do volume ser rápido de ler, não é o tipo de história que todo mundo curte. E também diria que a edição estava boa, mas não foi das melhores^^"
140 páginas • R$15 • Clique aqui e adquira no site dos autores!


• A Espada de Gelo (Disney): Mais um encadernado Disney (dessa série já resenhei "Iniciativa Super-Heróis", "Um Brasileiro Chamado Zé Carioca" e "História e Glória da Dinastia Pato"), dessa vez juntando as quatro histórias em que Mickey e Pateta participam de uma premissa simples mas eficiente: eles são transportados às Terras de Argaar, uma dimensão típica de mundos de fantasia (há elfos, há monstros, há magos, há um arquivilão, tem até mapa!!), geralmente para enfrentar o Príncipe das Névoas (e, principalmente, problemas derivados dele), mas sempre na noite da véspera de Natal.
Ao contrário do que se pode esperar, o camundongo fica quase como coadjuvante: Pateta é o "herói" da trama, apesar que o mundo e seus personagens nativos que tem o maior naco da força narrativa. Enfim, a Espada de Gelo não é uma grande trama ou obra prima, mas dá gosto ver que um mundo meio desconjuntado e genérico no primeiro episódio ganha personalidade gradualmente, e quase que uma mitologia própria. E descobrir que nem sempre os mocinhos se dão bem, mas saem melhores do que chegaram assim mesmo.

# Veredicto: me divertiu sem precisar desligar o cérebro, nem força-lo.
# Bom: os personagens "novos" são carismáticos, até por que são velhos conhecidos: o mago/sábio, os camponeses que tem de se virar como soldados, etc. Além disso, volta e meia a diagramação brinca com os quadros, fazendo eles assumirem formas estranhas ou colocando molduras nas páginas ou adotando soluções inusitadas.
# Mau: o texto introdutório tentando vender o peixe comparando A Espada de Gelo com Senhor dos Anéis ou Guerra nas Estrelas. Ignore isso - essa coleção de histórias não é tão grande-importante-megasaga como estas duas, mas tem sua própria personalidade. Outro defeito é o peso dos personagens Disney, mesmo com todo um ambiente legal em torno, Mickey continua o insosinho de sempre (deve ser por isso que virou coadjuvante) e Pateta está um tanto atenuado (senão não há epicidade que se sustente).
324 páginas • R$59,90


outras resenhas:


TRANSCRIÇÃO:

Klara: Por que ri de mim?
Rafael: Porque é esquisita, oras...
Klara: E por que sou?
Rafael: Porque fala com gente esquisita!
Klara: Então você também é, porque está falando comigo!
Rafael: socorro...
Klara e Maria: la la la...


A história até agora: o desenhista Miguel Jacob redesenhou várias das primeiras tiras de Klara e Maria. Como o trabalho ficou lindo e vou demorar para finalizar a continuação do Leilão (onde os pais de Klara estão numa distante mansão com gente esquisita), decidi ir postando estas páginas aqui ^^

Para quem não lembra/viu, a a página acima é baseada nesta aqui, e mais uma vez essa versão ainda funciona melhor que a original :)

Por sinal, quem quiser ver as páginas anteriores que ele fez, é só clicar aqui ^^

Ah, duas coisas antes de encerrar:
1) o sistema de assinaturas da newsletter estava com problemas e finalmente arrumei. Se você tentou se inscrever, tente novamente agora - já que por semanas simplesmente nenhum cadastro funcionou - é só preencher esse formulário aqui: http://eepurl.com/cxDZmz
2) eu, namorada e amiga estamos considerando ir para a FIQ no fim do ano, se o evento acontecer (toc toc toc), se tivermos dinheiro, se, se, se. Nessa, to considerando imprimir uma tiragem pequena das tiras, nem que seja para ficar no prejuízo e vender poucos exemplares - só não sei exatamente como fazer a idéia virar realidade. Aceito sugestões :P

Ah, me apareceu uma terceira coisa:
3) uma vantagem de assinar a newsletter é que as pessoas estão recebendo as tiras/páginas com mais uma semana de antecedência em relação ao site X) ASSINEM!

E é só^^/

(The Ghost)
Joost Van Straaten era um honesto capitão de navio até que sua obsessão por encontrar um tesouro condenou toda a sua tripulação à morte numa tempestade. Por sua atitude, nem o céu nem o inferno o aceitaram depois de morto, e Straaten foi condenado a vagar eternamente pelos sete mares como um espectro, conhecido pelos mortais pelo nome de Holandês Voador. Criado por Stan Lee em 1969, foi Mefisto, o príncipe do Mal, que o retirou do limbo para transforma-lo no perigoso Fantasma - um ser com poderes suficientes para conquistar a alma do Surfista Prateado para o demônio. Sentindo pena do espírito torturado de seu inimigo, o Surfista derramou uma lágrima de compaixão por ele - fato que o retirou do domínio de Mefisto e estragou os planos do ser maligno (veja Mefisto).


Índice: ABCDESobre esse projeto


Transcrição:

(mulher): Não me surpreendo...
Mário: Mas eu sim! Aqui não é um setor "baixo demais" para pessoas de elite" como você?
(mulher): É. Mas recebi ordens de cima para instalar uma aluna nova neste setor. Este quarto só vai estar cheio no meio da semana, certo?
Mário: Sim. Uma aluna tymyze só chegará aqui quarta. ...se os eventos necessários não se atrasarem.
Mário: D-de um modo ou de outro, eu decidi conferir as condições do alojamento...
(mulher): E agora este quarto só tem uma ocupante, não?...
(mulher): ...eu espero que você tenha colocado ninguém em quarto errado...


A história até agora: Raquel é uma universitária normal que passou em universidade nenhuma, exceto na O.M.N.I., que ela não se lembra de ter feito prova para entrar. Curiosa, foi até lá e coisas estranhas começam a acontecer....

Pra quem chegou agora (e desmemoriados em geral): Raquel é uma personagem antiga minha, que teve fanzine, depois rebootei a série quando a moda eram HQs em flash, depois fiz mais dois outros reboots. Pretendo colocar todo esse material no site das tirinhas, mas esse é um trabalho lento e devagarzinho estou 'remasterizando' a arte, colocando letras legíveis e mandando pra vocês antes de todo mundo :) Quer relembrar o que aconteceu na história até agora? Leia o primeiro capítulo de Raquel aqui e o segundo aqui (mas aviso desde já: é uma história incompleta)


A conversa entre os funcionários da O.M.N.I. (Mário e Helena) cita "tymyzes", uma das espécies alienígenas que aparecem nas minhas tirinhas:


A própria Helena era pra ser uma, mas mudei de idéia =p

Acho curioso esse superpoder de autor: uma letra, e você muda o sexo de Roberta pra Roberta, se mudar de idéia, alguns cliques ou riscos no papel mudam a cor da pele, crenças mais profundas ou forma de falar. Também você pode dividir um personagem em dois diferentes, ou juntar vários em um só, destruir para sempre cenas importantes da vida dela.... E isso vale para personagens ("pessoas imaginárias"), mas para cidades, países, mundos, eras que só existem na cabeça da gente.
Autores são "deuses" dos seus personagens? Capaz de fazer TUDO com eles?

Bom, se eu tivesse esse nível de poder com minhas cria(çõe)s, eu os traria pra vida real e os faria trabalhar por mim. :PPP

Como isso é impossível, a resposta é não, autores não são "deuses" nem do que eles criam, a gente não é essa coca-cola toda não....


Colocando uma tirinha dos Malvados aqui para dizer que postei algo pertinente à vida real:



E estes dias andam exaustivos no serviço, intensamente exaustivos, e tive de me virar sozinho em casa por semanas, com cachorro idoso doente, então fiz bem pouco de artes e de cuidar dos meus dez trilhões de projetinhos na internet, tipo o blog. Praticamente só resenhei:
1) Black Silence, HQ de Mary Cagnin.
2) Homem Máquina, um gibi da Marvel que só comprei porque achei barato na banca.
3) Armada, livro de Ernest Cline.
Cliquem aqui para ler tudo :D

Making of:

Um velho ônibus "monika", que circulou em Sampa nos anos 60/70:


23set13 - estava exposto em frente à Prefeitura nessa época

E um lugar que merece ser visitado (nota mental: levar namorada, que gosta de museus e história) é o Museu da CMTC dos Transportes , de onde certamente devem ter tirado esse ônibus acima. Ao que me lembre, você consegue entrar nele. Ou conseguia, não vou lá há DÉCADAS.

Certa vez no século passado, fui fazer a matrícula do colégio (ou de prova para entrar nele, não lembro) e estava com meu irmão. Como a escola era perto do museu, fomos lá e estava saindo da garagem uma réplica do primeiro bonde, o camarão, cheio de crianças de uma excursão. Entramos de gaiato, demos toda a volta (que foi até perto da Barra Funda e voltou) e isso valeu o dia :P

Antes, duas não resenhas: recentemente fui ao cinema com dona namorada e vimos:
A Chegada (Arrival): O.trailer.diz.nada e fui com o espírito de "ah, legal, mais um filme de etê. Só vou ver pq tão falando bem". Saí do filme sem falas, procurando a frase em chinês que a doutora disse e xingando o roteirista por ser tão fdp escondendo coisa.
Estrelas Além do Tempo (Hidden Figures): um filme de estrutura mais simples (é um filme, não ciência de foguete!), mas com tema mais necessário nesses nossos tempos: racismo, sexismo, segregação e a maldita mania das pessoas enfiarem a si mesmo e os outros em caixinhas com regras limitadas. E sim, é um filme leve, divertido e pra cima =)
Talvez eu escreva algo mais "de verdade" quando sair DVD e eu reassistir ^^'


• Black Silence (de Mary Cagnin): Num futuro distópico, um grupo de astronautas vai a outro planeta, nosso futuro novo lar, já que a Terra está com os dias contados. No passado, Mary Cagnin fez a HQ Vidas Imperfeitas, que chegou a ser publicada no meu site :B E foi finalmente impressa e terminada em três volumes pela HQM. No presente, ela decide publicar sua ficção científica via Catarse, e consegue :D
Bom, eu sou desconfiável para fazer uma resenha aqui, um péssimo hábito meu é de ser muito bonzinho ou muito cruel com trabalhos de gente que eu conheço. Sou fãzaço do traço da Mary e certeza que a pessoa tem de ter uma pedra no lugar do senso crítico para não curtir a arte dela. Mas o enredo não me fisgou, talvez por ter poucas páginas, você sente que Black Silence tem uma explosão de idéias legais contidas para caber em pouco mais de cem páginas: os personagens volta e meia dão pistas de uma riqueza que não demonstram atuando (e você tem certeza disso lendo a ficha deles no final), e mesmo as interações são contidas. A história de nosso mundo naquela realidade futura parece ter acontecido muita coisa, mas só nos é revelado poucos fragmentos - a capa traseira quase dá mais infos que dentro da própria história - , e menos ainda é dito do enorme mundo onde eles vão parar, mas tão pouco que não dá combustível suficiente para gerar impacto na cena final.

# Veredicto: gosteizin e sei que sou chato exigente.
# Bom: representatividade (3 mulheres (duas negras, uma horiental), 2 homens (brancos)). A arte e os cortes de cenas estão perfeitos. A temática espacial me atrai, a capa é linda e espero que ela se arrisque mais com obras futuras =)
# Mau: faltou espaço para me apegar aos personagens, tempo para dar a história a força necessária.
104 páginas • R$30 • Clique aqui e adquira na loja da autora

PS: ainda to cismado que uma nave com apenas cinco pessoas, contenção de espaço etc tenha o luxo de um banheiro masculino e um feminino.


• Homem Máquina (por Tom deFalco, Herb Trimpe e Barry Windsor-Smith): Lembro de terem lançado esse gibizinho na última FIQ (melhor evento de quadrinhos <3) e estranhei: "ué, por que lançaram com capa dura e efeitos metalizados?" Nenhum dos autores estava no evento (ao que eu saiba) e a enredo não era lá grandes coisas (tanto que em 1988 tinha saido por aqui meio que escondida na falecida Heróis da TV (edições 102, 103, 104 e 105), da editora Abril - se você ver as capas, não vai achar chamada alguma sobre essa história :P)
Minto, tinha uma coisa legal (e só): o visual cheio de engrenagens de Arno Stark, o canalha Homem de Ferro de 2020:

2020? Ah, sim, esqueci de contar: o gibi foi escrito em 1984 e se passa daqui a três anos: nosso personagem principal, o Homem-Máquina (um andróide que nasceu como coadjuvante de luxo (graças à Jack Kirby) da quadrinização Marvel de 2001, uma Odisséia no Espaço) foi desligado na sua era e acorda nesse futuro distante aí, décadas depois, resgatado por um grupo de caçadores de sucatas robóticas.
Claro que esse tipo de história vai ter:
1) personagens da mitologia do herói revisitados com versões mais velhas (mas o HM é um personagem tão terciário que reconheci ninguém, tirando a sem sal da Jocasta)(e ainda pioraram o visual da robozinha),
2) uma megacorporação que controla tudo, e, obviamente, perseguindo o nosso amigo robô,
3) carros voadores, motos voadoras, deve ter até skate voador mas não prestei atenção,
4) briga de robôs,
5) e nenhuma previsão correta sobre a internet. Nem mencionam, na verdade.
E só teve isso. O enredo segue no automático, os personagens não tem apelo e nem tempo de se desenvolverem - sequer tem algo de novo neles. Acho que a Marvel só acertou criando um futuro quando criou o universo 2099.

# Veredicto: se for comprar, procure no sebo os gibizinhos dos anos 80 que citei acima: além do texto ir mais rápido (por estar reduzido para caber no formato), você vai conhecer o Thor em sua melhor fase. Esse gibi não vai morar na minha estante e continuo não entendendo por que uma história tão normal foi lançada em formato de luxo.
# Bom: além do visual do Homem de Ferro 2020, tem o traço do Barry Windsor-Smith, que arte-finaliza três partes (melhorando alterando bastante o traço do Herb Trimpe) e faz toda a arte do capítulo final. Não é dos meus ilustradores preferidos, mas é um senhor de respeito merecido.
# Mau: ia falar que Homem-Máquina seria mais um tijolo do Templo das Boas Idéias Desperdiçadas, mas o conceito da história não é tão bom mesmo, nem era criativo, em qualquer era.
100 páginas • R$26,90


• Armada (de Ernest Cline): Taí um livro que me "obrigou" a chegar até o fim: devorei as páginas em cinco dias, sempre querendo saber mais - sobre o destino dos personagens, sobre o que iria acontecer na cena seguinte, etc etc.
Então, é um livro excelente?
Não.
É bonzinho.
Mas antes, deixa eu falar do livro: jovem, criado pela mãe, já que o pai faleceu quando ele era bebê ainda, viciado em games e consumidor de muita tralha cultural dos anos 80 (culpa da herança do falecido: ele deixou filmes, jogos de video game, livros, rpgs etc) se acha doido por ver uma espaçonave inimiga de seu jogo preferido, Armada, voando perto da escola dele durante uma aula. Logo ele descobre que não está maluco, realmente viu uma nave, que o jogo não era só um jogo - mas um treino e seleção de pilotos de naves espaciais no mundo inteiro contra uma iminente invasão dos alienígenas de Europa (não a península com complexo de superioridade o continente, mas o satélite de Júpiter).
A partir daí, com essa premissa dando inércia, mais as estruturas de enredo mais que testadas em filmes juvenis da década homenageadas (O Último Guerreiro das Estrelas é inspiração assumida, tá na capa traseira), muitas, mas muitas referências nerds de todas as eras - pelo martelo de Grabthar!! - além do fato da história mais dá que tira do personagem: poucos obstáculos se sustentam, há perdas (algumas enormes), mas ele tem muito mais ganhos no placar. É muito satisfatório! E é óbvio que eu devoraria as páginas em velocidade de foguete até o fim.
Mas satisfatório tipo uma refeição de fast food, é saboroso dentro do que se propõe, os ingredientes e técnicas de montagem são familiares, só que não te nutre muita coisa. Só passou um tempo legal numa atividade de recompensas imediatas.
E, de quando em quando, isso não é mau de se fazer.

# Veredicto: Uma boa distração escrita por quem sabe manter o ritmo da narrativa.
# Bom: Referências nerds (talvez até canse), não perde tempo. Apesar de todo personagem que não é o Zack Lightman (esse é o nome do protagonista, tinha esquecido de falar. Mal aí) ser bem menor que ele pra narrativa (além de serem bastante bidimensionais), as garotas, desde a mãe até a namorada que ele acha no caminho, não são "enfeites", elas fazem algo. E, curiosamente, ao que me lembre todas as baixas do livro são essencialmente masculinas. Ah, sim: é o livro que eu gostaria de ter escrito aos quinze anos!
# Mau: em alguns pontos tenho a impressão o autor está completando uma lista de coisas a fazer: valentão na escola ("check", ouço ele dizer em minha mente), namoradinha ("check"), primeira missão desastrada ("check"), etc. Isso é incômodo. Mas o que mais me deu coceiras é um personagem adolescente, na verdade, vários personagens civis (de várias idades), serem enfiados numa estrutura militar (no formato pasteurizado pela ficção de origem estadunidense) e eles aceitarem passivamente e até acharem legal isso. ¬¬
432 páginas • Editora Leya


outras resenhas:


TRANSCRIÇÃO:

Klara: Então todos te evitam por que é diferente?

Maria: É...
Klara: Bando de bobos!

Maria: Ei, conversar comigo não te faz diferente também?
(alguém): Ha-há! Olha duas loiras esquisitas!


A história até agora: o desenhista Miguel Jacob redesenhou várias das primeiras tiras de Klara e Maria. Como o trabalho ficou lindo e vou demorar para finalizar a continuação do Leilão (onde os pais de Klara estão numa distante mansão com gente esquisita), decidi ir postando estas páginas aqui ^^

Para quem não lembra/viu, a a página acima é baseada nestas duas aqui:


Sem bajular, a página tem mais clima, simpatia e naturalidade que as duas tiras. A narrativa na página do Miguel não está igual a das tirinhas, mas o sentido continua lá, bem melhor desenvolvidas^^

Depois de duas postagens colocando aqui páginas de HQs (que me apareceram no twitter, confesso) com diálogos que davam o que pensar (na minha opinião), pensei em procurar uma terceira já material não falta. Só que bateu uma preguicinha e decidi por aqui só uma foto que postei no meu blog estes dias - quem é paulistano vai entender do que se trata:

Mas não quero falar disso, não aqui & agora. Só quero perguntar para vocês, ou ao menos os de vocês que leêm gibis, mangás, comics, quadrinhos: que páginas ou cenas de HQ te marcaram? Podem responder aqui nos comentários ou por e-mail (mushisan arroba yahoo ponto com) mesmo, eu não mordo, só demoro a responder x)

Eu sendo eu mesmo: finalizando uma sequência de postagens depois de UM ANO. #aiai


"O Quotidianos é foi um projeto de histórias ilustradas onde 10 escritores e 10 ilustradores tratam de quotidianos fantásticos, estranhos e insólitos em publicações online diárias." e fui um dos dez ilustradores, primeiro fazendo parceira com a escritora Simone Saueressig, este ano com o A.Z. Cordenonsi.

Infelizmente o site não existe mais (reclamem com o Rober), mas a última história, Henrique e o Arlequim, foi dividida em cinco partes, e fiz o mesmo com a arte. E até agora, não tinha postado todas as artes num arquivo só:


(clique na imagem para ampliar e talz)

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E minha mini-biografia no Quotidianos.


Transcrição:

carta: Catarina.
Voltei para casa.
Desculpe não te esperar
Beijos
Raquel


(alguém): Agora é faxineiro, Mário?

A história até agora: Raquel é uma universitária normal que passou em universidade nenhuma, exceto na O.M.N.I., que ela não se lembra de ter feito prova para entrar. Curiosa, foi até lá e coisas estranhas começam a acontecer....

Pra quem chegou agora (e desmemoriados em geral): Raquel é uma personagem antiga minha, que teve fanzine, depois rebootei a série quando a moda eram HQs em flash, depois fiz mais dois outros reboots. Pretendo colocar todo esse material no site das tirinhas, mas esse é um trabalho lento e devagarzinho estou 'remasterizando' a arte, colocando letras legíveis e mandando pra vocês antes de todo mundo :) Quer relembrar o que aconteceu na história até agora? Leia o primeiro capítulo de Raquel aqui e o segundo aqui (mas aviso desde já: é uma história incompleta)

Lado depressivo de revisitar estas histórias antigas minhas: nunca fui grandes desenhistas, mas eu fazia esse trabalho bem melhor nos antigamente. E é divertido notar que Raquel, além de um livro de química, trouxe para a Universidade OMNI um livro de contos de H. P. Lovecraft. Para quem não conhece, esse americano (maluco, xenófobo, antisocial) escreveu contos de horror e suspense, onde o universo é habitado por monstros ancestrais que enlouquecem um ser humano só de estar perto deles. É tipo a vida real no ano de 2017.
Era um cara meio obscuro nos anos pré-internet, mas isso mudou com o tempo e boa parte de seus textos entraram em domínio público, e está bastante fácil encontrar coletâneas de seus contos nas livrarias do país - quando eu fiz Raquel, ele só tinha sido publicado pela editora Francisco Alves (a mais antiga do país!) uns dez anos antes de eu desenhar estas páginas.

Sobre o bilhete que Mário deixou na mesa: o original estava me lápis bem apagadinho, provavelmente para procurar alguém com letra mais legível e feminina que a minha para escrever e ficar mais crível que foi a Raquel. Fiquei na dúvida se eu faria isso mesmo ou pegava uma fonte com cara de letra de menina e no fim achei melhor deixar como está no original ¯\_(ツ)_/¯

A DC Comics, editora lar do Super-Homem, Batman, Mulher Maravilha e outros, está publicando HQs com os velhos personagens da Hanna Barbera repaginados. Algumas experiências parecem interessantes (tipo um crossover com a maioria dos super-heróis da editora, tipo Herculóides com Space Ghost com Os Impossíveis), outras fedem de tão toscas (Corrida Maluca transformada num clone de Mad Max) e recentemente surgiu a notícia de que o Leão da Montanha ("saída, pela esquerda") será um personagem "dramaturgo gótico gay sulista" em uma HQ própria. Aposto que muita gente deve ter chiado por causa do "gay", pra mim indifere: a maioria desses personagens são amplos o suficiente pra caber praticamente qualquer adjetivo neles.
Mas não é isso que queria falar, é que soltaram uma página da tal HQ (nota: achei a arte estranha) dele conversando com o Bobby Filho, em que o personagem diz coisas que levo para a vida faz tempo:


se o texto estiver esquisito, culpem o tradutor: eu) (mas lembrem-se que o LdM falava todo empolado :P

Fiquei tentado a fazer um textão falando as opiniões do meu umbigo sobre cada um dos pontos levantados numa página de gibi estrelada por animais falantes da minha infância - todos eles me pareceram relevantes - mas só vou destacar um: não se entra em batalhas para vencer, se entra por que tem de se lutar.

Tem tanto a ser feito. E a vida é curta.

(só prestem atenção para não estar no lado errado da luta, tá?)

E essa semana, no meu blog, atualizei meu site de carrinhos de brinquedo (não, isso não é uma luta a ser lutada, é um sonho recorrente que tive uma época :P) e também resenhei
1) Magias e Barbaridades, HQ de Fábio Cicone.
2) Don Drácula, um mangá de Osamu Tezuka, que virou um anime que passava no programa da Xuxa na extinta TV Manchete (nesses momentos as pessoas denunciam a idade)
3) Laputa, ou Castelo no Céu, um anime de Hayao Miyazaki.
Cliquem aqui ou na imagem acima para ler tudo :D

Making of:

Não se assustem, to tentando gerar assunto pra minha newsletter :P

Magias & Barbaridades volume 3: Vida na Cidade (de Fabio Ciccone): Vontadezinha de puxar a orelha do Fábio Ciccone tive quando fui na Comix e encontrei o terceiro volume com as coletâneas das tiras dele, depois de receber zero aviso pelo Twitter, nenhuma divulgação por e-mail, etc. Nem todo mundo tem facebook, que já não é aquele respeitável canal de divulgação de antigamente.
Nesse volume, o trio de personagens (Remmil ("um mago arrogante e incompetente"), Oc ("um bárbaro fã de Shakespeare") e Idana ("uma amazona renegada e um tanto atrapalhada")) procura resgatar o Bastão da Chuva, o que resulta em confusões, idéias malucas que darão certo nunca (mas dão!) e depois embarcam numa curta viagem metalinguística, mas bastante interessante - por sinal, vendo a foto na primeira orelha do livro, você se toca quem é a inspiração para o misterioso personagem que conduz esse arco :P

# Veredicto: uma série de tirinhas consistente e que diverte, li numa sentada só :) Aguardo o próximo volume!
# Bom: para quem acompanhava as tiras pela internet, tem páginas extras e, olhem só, coloridas!
# Mau: falta de divulgação e o hercúleo esforço em escolher cores secundárias para criar as capas. Falta algo nelas para faze-las interessantes.
72 páginas • R$21 • Clique aqui e adquira na loja da editora

Don Drácula (1979, mangá em 3 volumes) (de Osamu Tezuka): Mais um caso em que felizmente quebrei a cara: assim como Astronauta: Assimetria, eu não tava com muita expectativa ao pegar a série de mangás para ler, "assim que terminar, certeza que vou por para vender que nem o bonzinho Kobato".
Né?
Não.
Em primeiro lugar, é um trabalho de Osamu Tezuka, o cara que DEFINIU o gênero mangá. Existiam quadrinistas japoneses antes dele, sim, mas ninguém antes teve o impacto no meio que o chamado "deus do mangá". (notinha para as pessoas "normais": ele foi o autor dA Princesa e o Cavaleiro e o Menino Biônico)(eu disse "normais", não nascidos na segunda metade dos anos 80 em diante)
Em segundo lugar é um trabalho dele maduro, calejado, do autor mais ensinando do que aprendendo. Ok, é um trabalho menor em pretensão e quantidade de páginas, mas um trabalho não reduz quem o faz :P
Enfim: Don Drácula é um mangá de comédia/terror que conta as aventuras do famoso vampiro, que foi morar no Japão com sua filha adolescente Chocola (ou Sangria, na versão em anime que passou na Manchete) e o assistente Igor. Além de problemas comuns aos vampiros (ter de sugar sangue, medo do sol, cruzes, alho) e de pais de filhas adolescentes na escola noturna, ele tem de fugir do Professor Van Helsing (que tem hemorróidas, e elas sempre atacam o personagem na hora H) e às vezes lidar com outros entes sobrenaturais - e é aí que em alguns episódios o humor leve da série dá lugar à mortes, algumas horríveis, só amenizadas pelo traço "fofo" do autor, que não sente a necessidade de mostrar as tripas, mutilações e dezenas de corpos carbonizados (sim, acontece disso), que você sabe que estão lá.
E foi na facilidade em que muitas vezes o autor transita de um gênero para o outro sem quebrar o encanto que mantém o leitor preso ao texto que o mangá me cativou, além de ter algumas transições de cena e técnicas de passar informação ao leitor que me deixaram de queixo caído. Tipo: em vez de mostrar cena a cena o que acontece, Tezuka tira tudo o que não é essencial, coloca na história apenas o mínimo necessário e é hábil o suficiente para não ficar truncado - pelo contrário, fica no tamanho exato, as vezes a cena não é importante, só complicada, não tem de disputar atenção com o cerne da história.
(para quem tem o mangá: quando li volume 1, páginas 40-41-42, balbuciei "caralho, que manobra de roteiro arriscada!")
Por sinal, não há uma grande história a se seguir em Don Drácula: é um mangá de episódios soltos, sem cronologia, podendo ser lidas em qualquer ordem. Drácula às vezes é terrível com suas vítimas, exigente do tipo que só prefira moças bonitas e virgens (machista?), mas também é um pai coruja antiquado adorável. No fundo é uma boa pessoa que deu errado em algum canto da vida, senão não seria um vampiro x) Chocola é uma boa garota, estudiosa (ao contrário do genitor) e se preocupa com os amigos. Corre o risco de morrer de fome se continuar assim X)
Para quem quiser conhecer os personagens sem gastar dinheiro, vários episódios do desenho animado estão na internet, inclusive o lendário do Panda e Filhote de Tigre, que fez muita criança chorar^^

# Veredicto: muito bom (não ótimo) mangá, vai morar na minha estante mais tempo do que eu pensava :)
# Bom: bons personagens, uma aula de como fazer histórias curtas. A edição nacional tem excelente acabamento.
# Mau: fim precoce - apesar das virtudes, a série acabou abruptamente com apenas seis meses de publicação e tem vários episódios mais fraquinhos, escritas quase que no automático. Também me incomodou os... er... critérios do personagem para escolher suas vítimas (bonita, virgem, novinha, etc), mas isso reflete MUITO homem na vida real, só que o mangá nem de longe tenta criticar isso. Idem o tratamento dado à Blonda, que é gorda e "alivio cômico" da série =_=
230 páginas em média • R$26 cada volume (são 3) • Clique aqui e adquira na loja da editora

Duas notinhas:
1) sobre o Menino Biônico, procuro muito foto/scan de embalagem das pipoca-doce-de-embalagem-cor-de-rosa Panda, que vendiam em SP e tinha o personagem estampado.
2) o estúdio de animação de Tezuka era o Mushi Production. Quando adotei meu nick, nem sabia disso, feliz coincidência :D

Laputa/Castelo no Céu (1986) (de Hayao Miyazaki): Pra quem vive muito longe da bolha onde existo: Hayao Miyazaki é considerado o maior nome da animação japonesa vivo e seu estúdio, Ghibli, é sinônimo de qualidade em roteiro e técnica. (Um de seus trabalhos ganhou o Oscar (A Viagem de Chihiro) (não que o Oscar indique muita coisa, mas é uma referência pra maioria das pessoas :P))
Feita a apresentação, digo tem três dos trabalhos iniciais do Miyazaki no Gibli que são meu xodó: Tonari no Totoro ("quem não gosta de Totoro boa pessoa não é", é uma de minhas leis), Kiki's Delivery Service (preciso rever, é só ter tempo livre com dona namorada)(e sim, eu uso os nomes em inglês e japonês dos animes sem critério) e Laputa, que tem esse nome engraçado por causa das Viagens de Gulliver (preciso ler), onde ele encontra uma ilha voadora com esse nome. Pelo jeito Jonathan Swift sabia bem o que "la puta" quer dizer em espanhol (um escritor irlandês, ele fez da ilha uma crítica aos ingleses), mas para o mercado japonês significa nada, então o nome do anime - que vocês já devem ter percebido, também tem uma ilha voadora - ficou esse mesmo. Aqui no Brasil foi batizado de Castelo no Céu.
A trama é simples, mas bem executada: Pazu, um garoto que trabalha numa mina encontra Sheeta (outro bendito nome...), uma garota que caiu do céu, literalmente. Logo descobrem que 1) ela é procurada pelo exército e inteligência do país onde vivem 2) e que ela tem a chave para encontrar a lendária cidade voadora de Santo André da Borda do Campo Laputa, escondida dentro de um tufão, que guarda riquezas materiais e tecnológicas. A partir daí, temos um encadeamento de aventuras, culminando na dita cidade, com lições sobre cobiça das pessoas. Tudo isso temperado com um visual retrô + tecnologia inexistente para a época, o que hoje se chama steampunk: o anime se passa supostamente no fim do século XIX, com toda aquela carinha de Revolução Industrial (máquinas a vapor, minas de carvão), mas tem aviões e dirigíveis de uma forma que nunca existiram no mundo real, ainda mais naqueles anos.
Por sinal, essa estética é um pontos altos da animação para mim (tem até uma cena de briga que se parece muito com as primeiras animações da Disney), junto da trilha sonora. Os personagem devem um tanto em brilho (exceto, talvez Dola, a chefa dos piratas aéreos)(sim!, também tem piratas!!) e em profundidade - para o bem e para o mal, a maioria são caricatos ou arquetípicos (Por exemplo, Pazu não vai muito além do "garoto bonzinho sem medo com uma missão a cumprir e lições a aprender"). Mas isso é uma escolha consciente do roteiro, que optou em fazer uma história aventuresca onde os bons são bons, os maus são malvados mesmo e todos sabem que vão quebrar a cara no fim.

# Veredicto: é um anime "para garotos", para se ver sem pretensões, é divertido, faltam histórias assim.
# Bom: além da ambientação ser rica e com vontade de "queria saber mais sobre aquele mundo", a animação e trilha sonora são caprichadas.
# Mau: Sheeta, a mocinha, me irrita. Ela é muito "donzela em perigo", raramente toma atitudes, tem pouca força como pessoa, mesmo sendo uma jovem moça do bucólico interiorrrrrrr daquele país. (A figura feminina forte no enredo é uma pirata-mãe-dominadora que se deixassem, roubava a trama pra ela).
126 minutos •

Mais duas notinhas:
3) se o texto aparentou que eu não gosto do anime, desculpe, gosto sim, e muito :P Mas é comum eu apontar os defeitos e não ter competência em apontar o que curti^^""
4) por algum motivo, sempre imagino Geni e o Zepelin ocorrendo na cidade de mineiros (mineradores, não cultivadores de pão de queijo) à beira de um "abismo" como a apresentada nesse desenho ^^
5) a Livraria Cultura estava vendendo esse anime e outros do Ghibli em dois boxes, vale muito a pena correr atrás, mas... infelizmente um deles parece que já se esgotou :(


outras resenhas:


A história até agora: o desenhista Miguel Jacob redesenhou várias das primeiras tiras de Klara e Maria. Como o trabalho ficou lindo e vou demorar para finalizar a continuação do Leilão (onde os pais de Klara estão numa distante mansão com gente esquisita), decidi ir postando estas páginas aqui ^^

Para quem não lembra/viu, a a página acima é baseada na segunda, terceira e quarta tiras de mushiíces. E essas aqui:





Coincidência é a linguagem secreta do universo, diriam alguns, e coincidiu de ter de publicar esse quadrinho logo após o governo de uma potência mundial fazer uma proibição demente baseada no preconceito das pessoas e na necessidade de fazer ibope (se você anda longe dos noticiários, Trump assinou decreto impedindo a entrada de viajantes de sete países de maioria muçulmana (coincidentemente, países que Trump tem negócios (alguns notórios exportadores de terroristas) foram poupados). Pessoas foram impedidas de desembarcar nos aeroportos, foram algemadas, uma professora universitária foi deportada, várias histórias que dão engulhos. E agora os estadunidenses estão considerando pedir seus posts, sites favoritos e agenda telefônicas antes de dar o visto de entrada....)

Isso tudo não muito depois de anunciar a construção de um muro entre a gringolândia e o México, como se muro resolvesse alguma coisa - só resolve o orçamento das empreiteiras que vão construir. Alguém que topa arriscar a vida cruzando o deserto a pé ou o mar a nado não vai se intimidar com um muro. O que vai acontecer é que o tráfico de gente vai ficar mais caro, profissional e perigoso - proibições sempre dão nisso, vide a Lei Seca, vide a "guerra contra as drogas" que ouço desde que me entendo por gente.

(mas o triste nessa história é que um presidente eleito legalmente nos EUA fazendo merda incomoda mais a gente do que um golpista fazendo merda na nossa terra)

Quer dizer, pro americano médio, os problemas do seu país são os "muçulmanos terroristas" (quando é um branco cristão atirando em escolas, nas ruas etc de lá, ele é só um doido) e os "imigrantes ilegais"... o que me lembra dos preconceitos daqui em Sampa contra nordestinos e (mais recentemente), bolivianos, que vem de longe para ser de mão de obra barata.

Não faz muito tempo que tive de cortar um colega de serviço que estava quase fazendo "piada de boliviano". Ao menos ele nunca mais repetiu o erro.


fonte da imagem: X-Men: Years of Future Past #2 (não li, mas amei essa cena)

A merda é que muita merda começa com "uma piadinha". Temos piadas de negro, de japonês, de gay, de nordestino, de qualquer grupo que não seja majoritário (já viu piada sobre homem branco? São raras, né? Então...), e piadas repetidas à exaustão transformam grupos humanos em coisa ridículas. E o que é ridículo tem de ser eliminado, o mundo está uma bagunça, só o que é direito tem de prevalecer.
Exagero meu? Não é não...

Piadas não só são piadas e cada palavra dita tem um poder que as pessoas fingem não saber que tem. Não é a toa que tem tanto "humorista" reclamando de "censura", quando a palavra certa devia ser "responsabilidade".

(acabei falando demais de novo, desculpaaaaaa)
(e peço desculpas também pelo excesso de links em inglês sem tradução, infelizmente não achei a info em português - se é que tem - a tempo de escrever esse muro de texto acima)

Há anos tenho um blog e estes dias eu:
1) atualizei minha postagem narrando a viagem ao Japão que fiz em 2011 :D (no fim do post tem um menuzinho com links para as outras partes, espero terminar essa narrativa antes de 2020... =-=


2) resenhei três HQs que li recentemente: Astronauta: Assimetria; Kobato; e Iniciativa: Super-Heróis.

3) e fiz outras coisices, tipo postar um dos artesanatos que a minha mãe fez na conta do deviantart dela.

Ah, nesses dias também andei desenhando tirinhas, juro!

INTERVALO COMERCIAL
Um conto meu foi lançado em ebook na Amazon pela editora Draco, comprem, nem precisam ler :) Vejam aqui ~> http://www.amazon.com.br/dp/B01CRC3GHW/
Ele é baratinho (R$2,99!) e dá para ler no kindle e em celulares/tablets/computadores que tem o aplicativo da amazon (que é gratuito). Para quem quiser ver os outros contos da coleção: http://editoradraco.com/?s=monstros+gigantes

Transcrição:

Ser nossa amiga? Já se viu no espelho?
Por que não sobe de volta pra tua terra?
Queria muito ir para uma escola sem essa gente diferenciada
Estamos conversando coisas que só a gente entende
Menina esquisita...
É, só as entendidas aqui!
Tem uma desbotada vido pra cá
Até tenho amigos da cor dela, mas...
Maldita inclusão social!

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