Results matching “isto é”

(Ka-zar)
Kevin Plunder é o filho mais velho do cientista e nobre britânico, Lorde Robert Plunder. Enquanto procurava um elemento desconhecido que acreditava existir em algum lugar do planeta, Lorde Plunder descobriu a selva oculta no continente antártico, que ficou conhecida como Terra Selvagem. Lá, ele confirmou suas teorias, encontrando o elemento que chamou de Antimetal - uma substância capaz de destruir a estrutura molecular de qualquer metal conhecido. O nobre inglês retornou a seu país e, ao chegar em casa, soube que sua esposa havia falecido enquanto ele estava viajando. Percebendo que também era um simples ser humano sujeito a morrer a qualquer hora, Robert Plunder guardou a amostra do Antimetal que havia trazido, e, com um pequeno fragmento dele, esculpiu um medalhão que poderia ser usado como "chave" para libertar os poderes do elemento. Logo a seguir, ele dividiu o medalhão em duas partes, e entregou-as a cada um de seus dois filhos, Kevin e Parnival. (Os dois irmãos se tornaram grandes inimigos ao atingir a maturidade. Parnival roubou a metade do medalhão que estava com Kevin e usou o Antimetal para favorecer sua carreira criminosa, a que deu inicio com o nome de Saqueador.) Não passou muito tempo e os agentes de uma poderosa força inimiga tomaram conhecimento da descoberta de Lorde Plunder. Imediatamente, eles tentaram extrair dele a localização da fantástica substância, mas o inglês foi salvo pela chegada providencial de seu mordomo armado. Temendo pela segurança de seus dois filhos, Robert Plunder enviou Parnival a um lugar secreto com o mordomo, enquanto ele e Kevin partiram para a Terra Selvagem. Chegando à misteriosa região, Plunder levou o filho até a montanha do Antimetal, sem saber que estavam sendo perseguidos pelo nativo Maa-Gor e sua tribo de homens-macacos. Os selvagens assassinaram Lorde Robert e, quando se preparavam para fazer o mesmo a Kevin, foram atacados por Zabu, o último de uma raça de tigres dentes-de-sabre que os homens-macacos haviam caçado até praticamente extinguir a espécie. Formando imediatamente um elo de simpatia com o assustado menino, Zabu ajudou Kevin a fugir para o Lugar das Névoas, uma região na qual os selvagens se recusavam a penetrar. O incidente logo se transformou em lenda para os homens-macacos, e eles passaram à chamar o garoto de Kazar, que significa "filho de tigre". Na terra das névoas, o jovem cresceu até atingir a idade adulta, com seu companheiro felino protegendo-o de todo e qualquer perigo. Com Zabu, Kazar aprendeu tudo sobre a fauna e a flora da Terra Selvagem. Logo após a morte de seu pai, Kevin baniu de sua mente quase todas as recordações de sua vida luxuosa como filho de um nobre e passou a agir e pensar como um selvagem. Com o passar do tempo, influenciadas por visitantes de outro planeta, sua mentalidade e inteligência se tornaram bastante refinadas. Chocado com a morte repentina de seu amigo, Tongah - que ele dizia ter acontecido devido à precariedade da Medicina na Terra Selvagem - Kazar mergulhou na cultura ocidental e se tornou um irreverente aventureiro americanizado. Isto foi reforçado pela convivência com sua companheira americana, Shanna O'Hara (veja Shanna). Um dos primeiros personagens da Marvel, criado em 1934, Kazar não possui superforça. Em compensação, tendo passado a maior parte de sua vida lutando para sobreviver na Terra Selvagem, ele desenvolveu sentidos extremamente aguçados, capacidades atléticas e grande habilidade de combate. Como arma, o herói usa apenas uma faca e uma funda, a qual maneja com extrema habilidade.


Índice: ABCDEFGFHIJSobre esse projeto

Mais um cadin de coisa que esqueci de comentar no post anterior: é bem evidente que os autores dos sinópticos andaram se copiando, o consenso hoje parece que Marcos fez a lição de casa primeiro, depois Mateus e Lucas pegaram o trabalho alheio com outras fonte. Há também a tradição, que diz que Mateus veio primeiro e Marcos fez um resumão.
Mas o que achei interessante é que os evangelistas não se seguiram linearmente: além de cortes e inserções, a tabela que estou montando me mostrou que os autores também brincaram de embaralhar as passagens do texto alheio, assim:


confesso não ser a melhor pessoa pra fazer gráficos

• Mateus insere texto equivalente a Marcos 1 a partir do capítulo 3, continua seguindo no capítulo 4 e pula pro capítulo 8... mas aí ele inverte a posição de alguns versículos de Marcos: o que vem antes vai pro fim e vice versa.
• Lucas copia Marcos a partir do capítulo 3 também, segue pro capítulo 4, vai pro 5, depois volta pro 4 (se seguirmos a ordem dos versículos de Marcos 1) e volta mais uma vez pro capítulo 5.
• Já João segue, do seu jeito, o começo de Marcos 1 no seu primeiro capítulo, depois se afasta e vai contar a história do jeito dele.
Nessa brincadeira, muitos fatos mudam de ordem, fora que alguns ganchos para cenas seguintes tem resultados totalmente diferentes de um evangelho pra outro XD


Aproveitando a audiência, queria deixar expresso que meu foco aqui é de como estas narrativas estão estruturadas (e como foram remontadas). Não tenho conhecimentos nem autoridade religiosa, nem de história, muito menos de língua grega - que seriam ideais para uma análise melhor ainda, apesar que muito já se fez nos estudos destes textos, muito além da imaginação de uma reles joaninha.
Os textos bíblicos estou pegando da Bíblia Online (mas, eventualmente, terei de caçar uma tradução em domínio público) e estou lendo e pesquisando bastante sobre formação destes textos - é um assunto que me entrete, mas tento não passar do limite em que deixa de ser diversão :P)
Por fim, essa semana me chegou essa coisa linda aqui que vai me ajudar num segundo momento nesse jogo de por textos sagrados em paralelo:


é grego, mas na outra página tem dupla tradução em inglês^^

Como prometi, comentários aleatórios* sobre o mapeamento dos evangelhos que estou fazendo =p E vou começar por Marcos por ser o mais curto dos 4 evangelhos (e, por isso, ter terminado bem antes de todos o "quem/quando/quem/o quê") e por ser considerado o mais antigo e que provavelmente foi fonte para os textos de Mateus e Lucas...


cliquem pra ampliar e talz - cada coluna é, respectivamente: Marcos, Mateus, Lucas e João

...bom, o print mostra como os três evangelhos (chamado de sinópticos) são bem alinhadinhos, tanto na ordem dos fatos quanto no tema. Já João, de outra tradição mais tardia, é do contra e muda toda a história do rolê :P


Vou deixar estes gráficos aqui, pegos sem autorização do blog Irreducible Complexity (que, se não me engano, é ateu^^), cujo autor também peguei o mais texto natalino da geladeira =p

Vermelho: material exclusivo de Mateus
Verde: Marcos
Azul: Lucas
Amarelo: material que só tem em Mateus e Marcos
Magenta: Mateus e Lucas (geralmente associado à fonte Q)
Ciano: Marcos e Lucas
Preto: material comum a todos os sinópticos.

....

Já o gráfico abaixo é João:

...onde bege é o texto exclusivo desse evangelho, que realmente é bem diferente dos demais :P


* (e preciso mesmo parar de fazer superproduções pro blog e improvisar textos random sobre o que me interessa no momento, que também é random)

O texto é uma tradução daqui (o site original, de Ian Millington, aparentemente não existe mais). Como diz o texto na introdução, os dois evangelhos que narram o nascimento de Cristo (Mateus e Lucas) não tem muito em comum. Marcos e João não narram esse fato, nem outros livros da Bíblia.


meu presépio favorito tem lhamas!

Legenda:
verde: texto em comum com Mateus e Lucas.
vermelho: Lucas.
azul: Mateus.
em negrito: texto bíblico mais fiel.
letra normal: é quase o conteúdo da Bíblia, mas não é exatamente isso...
textos riscados: são interpretações erradas dos textos bíblicos.
itálico: tradição, idéias que não estão nas narrativas bíblicas
em cinza: emendas que o autor do texto pos para a narrativa fluir.

Ah, passando o mouse em cima do texto colorido, tem mais algumas informações^^


José e Maria estavam para se casar. Uma noite a virgem Maria foi visitada pelo anjo Gabriel que lhe diz que ficará grávida pelo Espírito Santo e dará a luz a um menino, que deverá ser chamado de "Jesus", como tinha sido profetizado. O anjo também aparece para José para evitar que ele se divorcie de Maria.

Um censo é decretado e todos devem ir para sua cidade natal. Mas Maria está no fim de sua gravidez, é pleno inverno e a viagem sobre um burro é dolorosa e longa. Quando chegam em Belém com a neve começando a cair, os dois descobrem que a estalagem não tem vagas.

Um gentil dono de pousada permite que eles durmam nos estábulos com os animais: um burro e um boi. Naquela noite, Maria entra em trabalho de parto e nasce o menino Jesus, que é embrulhado em panos e colocado numa manjedoura. Ele é nomeado "Jesus", como o anjo os orientou. Jesus dorme calmamente em sua primeira noite na Terra.

Enquanto isso, fora do estábulos, o céu da noite é iluminado quando uma brilhante estrela é vista sobre Belém. Ela é vista em todo o mundo. Três Reis, sábios do Oriente: Gaspar, Baltasar e Melquior vêem a estrela no oeste e viajam de longe para adorar o bebê recém-nascido. Eles se inclinam e adoram a Jesus como o Rei dos Reis, dando-lhe como presentes ouro, incenso e mirra.

Nos campos, três pastores tentam se aquecer em torno de uma fogueira, cuidando do rebanho de ovelhas. De repente um anjo aparece e eles ficam com medo. O anjo os tranquiliza e diz para descerem até a cidade para encontrarem o recém-nascido Jesus na manjedoura. Quando eles estão para sair o céu se enche de um coro de anjos cantando. Os pastores levam um de seus cordeiros recém-nascidos como um presente para Jesus.

Deixa eu colocar uma coisa pra fora do armário: tenho meu lado religioso e ele nunca foi pequeno, mas é "do meu jeito", católica não-praticante e tal, ou "católico-turista", que praticamente só entra em igreja quando estou turistando (e na Sé, todo sábado :P). Tanto que devagar e sempre vou lendo e relendo a bíblia, estou na 3ª ou 4ª leitura (explico por alto aqui e aqui) e textos sobre formação do texto bíblico são um dos assuntos que mais me atraem.


deixa eu ostentar aqui a prateleira religiosa-mitológica de minha estante

De uns tempos pra cá decidi "mapear" os Evangelhos. A idéia era só marcar versículo a versículo onde acontecia a cena (mais "quando", "quem" e "o quê") e gerar uma página no google maps, tipo essa que fizeram para Faroeste Caboclo, mas a idéia cresceu e sabendo do conceito de evangelhos sinóticos e da fonte Q e decidi fazer um tabelão comparando Mateus, Marcos, Lucas e João.
...sim, já fizeram isso antes, várias vezes, tem até nome: "harmonia evangélica". Mas todas as que acho tentam juntar os quatro textos em um só, e isso acaba descaracterizando demais tudo, então decidi fazer quatro versões... assim, por exemplo, se algo em Marcos está nos outros três textos, vai aparecer na tabela. Se não tem em Marcos, ignoro. E quero fazer o mesmo pros outros três livros.

E é isso, estou me divertindo com essa comparação de textos + caça de dados e a idéia é, no fim, gerar um PDF pra download (seria legal se eu pudesse pedir um preço módico por ele... :P). E, enquanto isso não acontece, vou por por aqui alguns prints e comentários aleatórios com o que encontro, então não estranhem.

Mas vai ser engraçado ver versículos misturados com fotos de gatinhos, trechos do Dicionário Marvel e outras aleatoriedades que acabam entrando aqui na geladeira X)

Aqui vai um "texto" improvisado, na verdade uma lista meio bagunçada compilando o que encontrei: RPGs em que os jogadores usam personagens crianças.

Por que essa lista? Porque, apesar de não jogar RPG há décadas, quero fazer um RPG com minhas personagens, e a maioria é/está criança. E, olhando os manuais dos jogos mais mainstrean, eles tratam personagens mais novos sem muita granulação, com uma ou duas regras genéricas para colocar todos os personagens adolescentes para baixo numa categoria só. E quem já foi criança um dia sabe que tem um universo de diferença entre você estar na 1ª ou 4ª série, imagina em todo o leque de séries e faixas etárias que existem entre acabar de vir ao mundo até a reta final da aborrecência.

Assim, nos últimos tempos (meses, anos) andei fazendo várias pesquisas no google e em fóruns atrás e sistemas soluções - e decidi colocar aqui o que encontrei, para ajudar outras pessoas do futuro que tenham demandas parecidas que eu^^ E, claro, será uma lista marromenos extensa, mas superficial por falta de prática no jogo.

Ah, todos os links estão EM INGLÊS, exceto quando indicado.


Little Fears - http://www.littlefears.com - "Este é um jogo sobre crianças, seus medos, e a sua imaginação. O mundo é muito diferente para as crianças, cheio de regras, restrições e coisas que elas não compreendem totalmente, e isso, como sabemos, gera medo. O medo, então, gera os monstros que são os vilões desse jogo, os quais os personagens irão enfrentar. O jogo é baseado, segundo o autor, em filmes, quadrinhos e livros que tratam desses temas, como Goosebumps, Goonies, e outros que misturam aventura, terror, e investigação. Além disso, essa parte traz as clássicas explicações sobre o que é o jogo e como ele é jogado." • (de resenha retirada do blog "Pontos de Experiência").
Teve duas edições e a primeira é mais controversa. Uma versão em português foi tentada em 2013, via catarse, mas não conseguiu alcançar o valor necessário.

Grimm - https://www.fantasyflightgames.com/en/products/grimm-rpg - "Grimm é um RPG publicado pera Fantasy Flight Games sobre as aventuras de crianças do mundo real (o nosso mundo) que acabam presas no mundo fantásticos dos contos de fadas, lendas e mitos." • (de resenha retirada do blog "Pontos de Experiência").

Innocents - https://www.worldofdarkness.com - "Monstros não se escondem apenas em florestas remotas, boates, favelas ou nos telhados da cidade. Eles estão em seu bairro, observando-o enquanto você caminha até a escola. Eles o esperam nas matas atrás da sua casa enquanto você e seus amigos constroem um pequeno forte. Eles estão embaixo da sua cama. Adultos aprenderam a viver nesse Mundo das trevas ignorando o sobrenatural, fingindo que ele não está lá e prosseguindo com suas vidas criadas por eles mesmos. Você não possui esse luxo. Você enxerga o mundo a partir dos olhos de uma criança, e isso significa que você ainda não aprendeu a desviar o seu olhar. Tenha cuidado. A Inocência é algo frágil." • (de resenha retirada do blog "Ambrosia"). É da editora e universo do famoso Vampiro: A Máscara e afins.

O que vi até aqui: uma tendência de colocar crianças em histórias de terror :P Não é exatamente o que procuro, mas os livros acima tem bastante boas idéias de caracterização e de arquétipos de personagens infantis.

Mas existe pelo menos um jogo indo em outra direção, Forever Summer, que é mais simplezinho e promete ser mais "Goonies".

E uma menção honrosa, em português, é a adaptação de Strange Things para 3D&T pelo Bruno Schlatter, que tem várias idéias interessantes :) Está na Dragão Brasil 112, que é gratuíta :D


Invertendo minha busca - RPGs voltados para jogadores crianças. Agora os links aqui são em português :)

Hero Kids - "Criado por Justin Halliday esse RPG é voltado para crianças de 4 a 10 anos de idade, possuindo regras simples e de fácil entendimento, é uma diversão não é apenas para os pequenos mas para toda a família. Hero Kids recebeu prata no Ennies em 2013." - do blog "Aventuras Inacabadas".

Kids & Dragons - "Recentemente o blogueiro Jimm Johnson adaptou as regras do D&D para jogar com seus filhos e os amigos deles, uma ideia cujo resultado deu muito certo." - da página da Red Box Editora. Os links estão quebrados, mas existem cópias em outros lugares... (e acredito que não seja pirataria o link, já que o jogo era disponibilizado gratuitamente)

Ícones - "O sistema foi feito para crianças por isso ele utiliza linguagem iconográfica por ser de assimilação mais fácil e tem regras tão simples e reduzidas se comparadas à maioria dos RPGs." - um artigo no blog "Aventuras Infinitas" com um sisteminha simples mas bem desenvolvido e com mais idéias que achei interessantes.


Dois RPGs japoneses que não são nem com nem para crianças, mas que acho que podem dar alguma inspiração de histórias diferentes que fazer crianças encararem monstros que fariam muitos adultos entrarem em posição fetal:
Golden Sky Stories - http://starlinepublishing.com/our-games/golden-sky-stories - "O Golden Sky Stories, a Heart-Warming Role-playing, foi criado por Ryo Kamiya e Tsugihagi Honpo e se trata de um RPG não-violento onde os jogadores assumem o papel de henges, animais que têm poderes mágicos e que podem assumir formas humanas para interagir com as pessoas, ajudando-as a enfrentar seus dilemas e curar as feridas de seus corações. Ele é um jogo sobre as coisas do dia a dia, mas repleto de magia." - do blog "Mundos Colidem".
Ryuutama - http://kotohi.com/ryuutama - "Ryuutama se difere [...] por não ter uma ambientação tão fundamentada em elementos da cultura japonesa, mas sim ter um cenário que, em um primeiro momento, parece ser uma fantasia medieval mais “clássica.” Digo em um primeiro momento porque não demora muito para notar as diferenças: não se trata aqui daquela sua fantasia épica de algum imitador de O Senhor dos Aneis, mas sim de uma fantasia muito mais mundana, focada no cotidiano e em viagens fantásticas por paisagens encantadoras – alguns o chamam mesmo de “o Oregon Trail de Hayao Miyazaki.”" - do blog "Rodapé do Horizonte".


Por fim, adaptações dos jogos mais mainstream para usar personagens crianças (sim, são soluções que não gostei), todos os links em inglês:
Dungeons & Dragons: rules for Children Characters
Child (3.5e Template)
GURPS Children Stats
Roleplaying a Child Character

Quem me acompanha sabe que tenho um fanzine com minha namorada, o Sine Qua Non. E ao menos duas vezes caprichamos na produção das capas do zine, afinal - já que a gente faz ele por diversão, fazer algo diferente e que fique legal no fim faz parte do processo :D

Na edição #6 (prometo por o making of aqui Um Dia, se eu achar as fotos) fizemos graça com a enxurrada de livros com o nome do escritor George R. R. Martin grandão na capa, mesmo em livros que ele só tenha escrito "falou valeu" na capa traseira. Nessa decidimos abordar outra febre recente nas livrarias: as histórias não-oficiais de Minecraft.


a capa é essa aqui

Material:
• um globo, que comprei pra fazer uma versão 3D do planeta Cante.
minha coleção de brinquedos
• mais os melhores "legos de pobre" da minha infância: montatudo, pinos mágicos (ambos ainda fabricados pela Elka) e meu pequeno construtor/arquiteto (não consegui identificar o fabricante atual, acho que tem mais de um no mercado)
• outras coisas diversas que entraram na bagunça =p

(para quem gosta mais de Playmobil que de Lego, estes três brinquedos são bem mais legais que as pecinhas que viraram moda nessa geração :P)








Aí aproveitei meus parcos dons de montar coisas para fazer um boneco "de minecraft" com espadinha, Lia fez o rosto dele num post-it...





...e essa é a foto que virou a capa do zine:


06mai18 - tcharãs!


Extras (ou, imagens que sobraram no texto e queria colocar aqui):


fotos da bagunça


...e Téo inspecionando o que a gente estava fazendo no alto da escada =p

No site tem a lista de todos os textos que tiveram nos zines, versões em PDF da maioria deles para baixar e uma página explicando como conseguir as edições atuais e as anteriores :D

Só tinha ido ao Museu do Ipiranga uma vez na vida, no ginásio - e usar a palavra "ginásio" denuncia que isso faz tempo =P - e com esperanças de conquistar uma menina que foi pra grande lista das que nunca me deram bola :P

A longo prazo, eu não sabia na época, foi sorte, porque achei alguém mais legal que ela, disposta a zanzar pela cidade caçando Mônicas, vacas, semáforos diferentões e tudo o mais que valha uma boa caminhada juntas :D

E setembro do ano passado, além de experimentarmos coca-colas esquisitas, fomos ao museu (interditado até 2022) tirar foto dos sinais de trânsito:




29set17 - tentei tirar foto com museu atrás, mas não deu mui certo....

Mais ou menos depois desse dia acabamos indo umas três vezes pro bairro para um karaokê ao lado do museu, fora ter feito uma amiga que mora alguns quarteirões dali :P

(mas o que não entendo mesmo é um riacho histórico como o Ipiranga ter sido canalizado e enterrado. É tipo uma metáfora pra nossa independência?) ignorem, por essa foto desse artigo vi que ao menos a parte histórica está visível :P

Lista do semáforos té agora registrados:
Theatro Municipal
Prédio do Banespa
Liberdade (luminárias)
Liberdade (arco)
Monumento às Bandeiras
Edifício Copan
MASP
São Bento

Pátio do Colégio
Pinacoteca
Estação Júlio Prestes

Pela minhas contas, além das postagens que não pus aqui ainda, faltam dois semáforos para conferirmos se ainda existem. O do Memorial da América Latina foi retirado antes de eu tirar foto, e não fomos checar ainda os do Pacaembu e da Ponte Espraiada por serem muito longe =/

A lista das coisas que andei fazendo nessa vida ^^
...ou "currículo das coisas que gostei de ter feito" :) - versão 3.0 :P

Nota: datas terminadas com um sinal de mais (+) indicam que a publicação continua em andamento.


Quadrinhos:
Raquel: (roteiro), 4 capítulos até o presente (2017+) - link
Na verdade, Raquel é uma série que já teve várias versões online, a atual é a quinta e, espero, definitiva. A seguir, informações das quatro versões anteriores:
 ○ versão 1: (roteiro, arte), 2 edições (1998, 2014-2017) - link
 ○ versão 2: (roteiro, arte (partes 1 à 9), animação), 10 capítulos em flash (2000-2003) - link
 ○ versão 3: (roteiro, arte do capítulo 1), 2 capítulos (2004-2006) - link
 ○ versão 4: (roteiro, arte), 8 páginas (2008-2009) - link
Mushiíces: (roteiro, arte), mais de 160 tiras (2012+) - link
Uran: (roteiro, arte, cor): história fechada (2004-2006, 2013) - link

Contos Publicados:
Hic sunt monstra (em "Monstros Gigantes - Kaiju", 2016, editora Draco - organizadores: Daniel Russell Ribas e Luiz Felipe Vasques) • Publicado apenas na versão digital - link
m3d0 (em "Pacto de Monstros", 2009, editora Multifoco - organizadoras Mônica Sicuro e Rúbia Cunha) - link

Textos em Série:
Raquel: 4 capítulos (2018+) • roteiro da quinta versão em quadrinhos - link
Cia de Asas: 4 capítulos (2014+) - link
diversos textos menores no Wattpad

Fanzines:
Sine Qua Non (colaborador, co-editor), 8 edições (2014+) - link
Mushiíces (roteiro, arte) 2 edições (2018+) • compilação das tiras - link
Raquel (roteiro), 1 edição (2018+) • publicação física da HQ - link
[raquel] (roteiro, arte) 1 edição (2017+) • compilação das versões anteriores da história - link
MushiComics (editor), 1 edição (2006) - link
CYMBótico (colaborador, co-editor), 12 edições (1996-1999) - link

Sites:
Caverna do Dragão (1999-2005, 2008-2009, 2016+) • fansite sobre o desenho animado homônimo.
(url anteriores: http://www.geocities.com/TelevisionCity/7943/mat.html, http://welcome.to/caverna)
Meus Carrinhos de Brinquedo (2013+) • fansite sobre brinquedos de plástico com atualizações bem espaçadas.
Mushi-san no Heya (虫さんの部屋)(2000-2002, 2015+) • resenhas de revistas de anime/mangá. A partir de 2015 o site também começou a agregar links para todas as resenhas que fiz em meu blog.
(url anteriores: http://www.geocities.com/televisioncity/7943/heya/heya.html, http://www.mangax.com.br/heya, http://welcome.to/heya)
toki pona (2016+) • tradução para o português do curso da conlang toki pona.
MushiComics (2004-2012) • quadrinhos on-line de diversos autores.
(url anteriores: http://www.mushi-san.com/, http://www.mushicomics.com/)

Mapas:
Crônicas de Atlântida – o olho de Agarta (2016, editora Draco - escrito por Antonio Luiz M. C. Costa) • ilustrei vários dos mapas que integram o livro - link
Aleros (2018, editora Skull - escrito por Heitor V. Serpa) • ilustrei o mapa que vem encartado no livro - link
mais informações sobre meus mapas, aqui

Ilustrações:
Quotidianos (2014-2016) • site de contos ilustrados, onde contista e ilustrador são pessoas diferentes. Fiz as artes de contos dos escritores Simone Saueressig e A .Z Cordenonsi. Como o site está oficialmente fora do ar (uma url alternativa é https://projetoquotidianos.wordpress.com/), postei as artes feitas em um diretório do meu DeviantArt.
Deviantart (2004+) • minha galeria tem diversas ilustrações com intenções diversas x)


P.S.: eu sei que tem normatização pra isso, mas ¯\_㋡_/¯

(Jarella)
Depois de enfrentar o terrível Psyklop, o Incrível Hulk foi reduzido a um tamanho subatômico e transportado para o mundo de Kai, cujos habitantes possuem pele verde como ele. Lá chegando, depois de defender a capital do reino de uma grave ameaça, o monstro foi acolhido como herói e conquistou o coração de Jarella, a bela rainha do planeta. Através da ciência e magia do povo kai, a inteligência de Bruce Banner se manifestou no corpo do Hulk. Com isso, o amargurado cientista começou a desfrutar de dias de grande felicidade, em meio a uma raça que o venerava e uma mulher que o amava - apesar de ter sido obrigado a combater Lorde Visis, um nobre de Kai que pretendia destruir Jarella. Contudo, não demorou muito para que os momentos de paz chegas sem ao fim: Psyklop conseguiu devolver Hulk ao tamanho normal e este voltou a possuir um cérebro primitivo. O segundo encontro do gigante verde com Jarella se deu após Bruce Banner ter sido curado de sua maldição pelo dr. Peter Carbeau, que utilizou um processo alimentado por energia solar. Jarella, que ansiava rever seu amado, conseguiu, com o poder de seus conselheiros, alcançar nosso tamanho. O crescimento de Jarella e a cura do Hulk, dois processos quase simultâneos, deram inicio a uma reação em cadeia no interior do Sol - reação que poderia fazê-lo explodir como uma supernova. Para impedir o acontecimento fatal, Jarella teve que retornar ao seu mundo e Banner foi obrigado a novamente transformar-se no Hulk para salvar a jovem de um enviado de Lorde Visis, cuja missão era matá-la. O monstro esmeralda voltou ao planeta de sua amada tempos depois, ingerindo o soro de encolhimento de Hank Pym, potencializado pelo Figurador (veja Jaqueta Amarela e Figurador). Chegando a Kai, ele recuperou a inteligência de Banner e soube que Jarella havia sido raptada por Visis. Com muito esforço, o gigante conseguiu salvar sua amada e derrotar o vilão. Contudo, o efeito do soro terminou e ele voltou a seu tamanho normal. O último encontro entre Hulk e a rainha verde se deu quando, depois de ser encolhido para penetrar no cérebro do Major Talbot e tira-lo de seu estado catatônico, o monstro verde - que estava usando um capacete que lhe concedia a mente de Banner, projetado pelo Dr. Samson - perdeu completamente o controle. Para salvar Talbot, Samson reduziu o gigante a um tamanho subatômico e este voltou ao planeta Kai. Quando Samson reverteu o processo de encolhimento e o Hulk retomou sua forma normal, Jarella, que estava abraçada a seu amado, também foi ampliada, impedida de retornar a seu mundo, pois, a lâmina de microscópio de onde ambos emergiram foi quebrada sem querer pelo Hulk, a soberana foi vítima do ataque de um vilão e acabou soterrada ao tentar salvar uma criança de ser esmagada por uma parede de tijolos. Submetida a uma cirurgia de urgência, Jarella não resistiu e morreu na mesa de operação. Criada por Harlam Ellison em 1971, até hoje o gigante verde não aceita a morte da única mulher que o amou, tanto como Banner como na forma do Incrível Hulk.


Índice: ABCDEFGFHISobre esse projeto

Camaradas! Amanhã (na verdade hoje, mas não fui dormir ainda) tem abertura e o primeiro jogo na copa do mundo da União das Repúblicas Socialistas Sovi... e não me canso de fazer essa piada tosca, velha e defasada :P

Jogo 01, grupo A:


A não ser que aconteça algum milagre ou cataclismo, os russos ganham. Posso considerar esse um dos jogos de abertura mais anticlimáticos da história das copas?

O vídeo é longo, mas para mim vale cada segundo gasto :D




Página 13
Raquel: Catarina?
Raquel: Você está legal?
Raquel: Catarina?
Raquel: Vou entrar, tá?
Raquel: Ninguém!?
Catarina: Pronto, tô mais leve
Página 14
Catarina: Então você checou acora, né?
Raquel: Sim
Catarina: Péssimo jeito te estracar um sábato, já eu não, cheguei ontem e fui tireto pla "visita do gampus" e... É UM SAGO!
Raquel: É?
Catarina: É!
Catarina: Já sei, vem gomigo, vou te mostrar eu mesma a Universidate. A visita não é obricatória, me avisaram só tepois que eu terminei de visitar cata prétio dagui
Raquel: M-mas, eu...
Catarina: Vamos!
Raquel: Mas, mas...
Para quem chegou agora: Raquel é uma HQ escrita por mim e desenhada pelo Miguel Jacob. É também um "remake" de uma história que já fiz mais de uma vez, mas dessa vez pretendo que seja a definitiva, em livro E em quadrinhos! :) Espero que curtam^^

Estes dias no blog teve:
1) Um gato usando óculos 3D.
2) Algumas coisas para nerds bem nerds de quadrinhos de super-heróis norte-americanos.
3) Postei mais alguns causos qua aconteceram no meu emprego. "Trabalhar dá sequelas" uma série de postagens que faço faz tempo e to cheio de material para ser polido e colocado lá :P
4) Também tem o rascunho de uma idéia de "língua plutoniana", mapeamento das ruas paulistanas batizadas com dias de abril (e descobri que existem no Brasil duas ruas batizadas "31 de abril"!!) e uma lista parcial do que andei comprando e lendo (mais comprando que lendo) de livros.

Ei, quer receber tirinhas e páginas de Raquel no conforto do teu e-mail, muito antes de eu publicar no site? Cliquem aqui e preencham este formulário :D

(The Inhumans)
Os Inumanos são uma raça de seres que, cerca de 25 mil anos atrás, divergiram do curso evolutivo da humanidade - isso ocorreu devido a uma experiência genética com seres humanos realizada por alienígenas krees (veja krees). Desejando criar uma raça de servos especiais, os krees modificaram a estrutura genética de vários primitivos. Embora tivessem conseguido formar uma pequena tribo de seres altamente avançados, os extraterrestres abandonaram seu plano de utilizar aqueles seres e voltaram sua atenção para a construção de um império intergalático. Quando seus criadores abandonaram a Terra, os Inumanos vagaram pelo continente europeu, até se estabelecerem em uma pequena ilha do Atlântico Norte, a qual eles deram o nome de Atillan. Lá, as criaturas começaram a desenvolver tecnologia e cultura de forma bem mais acelerada do que os krees. Em alguma época, durante seu primeiro milênio de existência, o geneticista inumano, Randac, descobriu uma substância química capaz de causar mutações - substância que ele chamou de Terrigênio. Acreditando que o preparado fosse a chave para se conseguir grandes avanços genéticos, Randac submeteu-se a uma imersão total em uma névoa dessa substância e obteve grandes poderes mentais. Eleito soberano da raça, devido a sua superioridade genética, o cientista instituiu um programa para que todos os inumanos que desejassem também pudessem submeter-se à milagrosa névoa. Esse programa foi interrompido quando metade dos que foram expostos ao vapor apresentaram terríveis alterações físicas, que os transformaram em seres não-humanos. Séculos depois, um inumano de nome Gral cansou-se da discriminação contra aqueles que não tinham características humanas. Cheio de ódio, ele instituiu um verdadeiro reinado de terror e fez com que toda a população de Atillan fosse involuntariamente submetida à névoa terrígena. Mais de três quartos da população foram transformados em tipos não-humanóides. Durante anos, eles foram confinados em Campos de Mutação, até que depuseram Gral, e um inumano de nome Auran ensinou seus semelhantes a aceitarem suas transformações sem revolta. Atualmente, Atillan é governado por Raio Negro, filho de Agon, o líder mais popular dos inumanos depois de Auran. De aparência humana, Agon conseguiu significantes avanços na utilização da névoa terrígena e submeteu-se, bem como Rynda, sua esposa grávida, ao elemento transformador. Raio Negro, o filho do casal, nascido meses depois, tornou-se o inumano mais poderoso de toda a história da raça, superando até mesmo o incrível Randac. Agon e Rynda convenceram seus parentes mais próximos a submeterem seus filhos a névoa, e cada uma das crianças adquiriu habilidades super-humanas. Quando seus pais morreram, vitimas de uma nave espiã kree, Raio Negro assumiu a liderança do povo (veja Raio Negro). Sob sua direção, a cidade de Atillan foi transferida para as montanhas do Himalaia, no Tibete, com o objetivo de não ser localizada pelos seres humanos. Criados por Stan Lee em 1964, atualmente existem cerca de mil e cem inumanos no mundo, todos vivendo em Atillan.


Índice: ABCDEFGFHSobre esse projeto

• Até o Fim (de Eric Peleias, Gustavo Borges, Michel Ramalho) - "Um grupo de amigos sofre um acidente de carro e uma deles tem até o sol nascer para escolher um destino adequado para os outros e voltar a vida". Peguei esse gibi numa promoção, sem esperar muito, e foi o que recebi: uma HQ nacional bem desenhada, com um roteiro bem conduzido e personagens simpáticos - mas nada muito além disso.
Ok, tem umas reviravoltazinhas espertas na história e a escolha de colorir a revista toda em tons de azul foi arriscada - funciona para dar o clima de limiar entre vida e morte, noite e dia - mas faltou ousadias maiores, e o tema da HQ é daqueles que dá muita margem pra isso.
# Veredicto: vale uma leitura, se achar com preço em conta.
# Bom: a história flui, o acabamento físico da revista é excelente.
# Mau: o uso de capa dura certamente encareceu o produto, mas duvido que conseguiria espaço nas livrarias se usasse capa cartão.
96 páginas • R$39,90 • 2017 • veja no site da editora

Ragnarök (de Walter Simonson) - Quando era menino e lia gibis de super-heróis da editora Abril, achava o Thor um personagem insosso. Numa época em que se publicava, por exemplo, X-Men e Novos Titãs em seu auge, as melhores histórias que li do Deus do Trovão eram bem medianas, bem burocráticas. Pros meus primórdios de gibi, ele era tipo um figurante de luxo nos diversos mixes editorais e nas equipes super-heróicas, um personagem que não faria falta se sumisse, o chamado "dedinho do pé".
Mas isso mudou quando descobri a fase escrita e desenhada pelo Walter Simonson. Confesso que peguei o bonde andando, depois de comprar um gibizinho (sim, era na época que os gibis eram pequenos) na banca após um dos meus hiatos longe dos quadrinhos por falta de $$. E, assim que li algumas das histórias, vi que estava com um material diferenciado e fiz questão de sair caçando as edições anteriores nos sebos para acompanhar religiosamente até o final: apesar de mais conhecido como desenhista, Simonson soube escrever o filho de Odin, dar personalidade a cast de personagens secundários, transformar Asgard e arredores em lugares interessantes, eu sentia que ali era um fã colocando a alma no trabalho, um profissional que pesquisou a mitologia nórdica e a reescreveu para aproveita-la da melhor forma para as histórias que queria contar. Além de uma boa surpresa como roteirista, é um desenhista estabelecido, com traço estilizado pessoalíssimo, que sabia diagramar e a rara arte da tipografia.
(e em certa altura, Walter passa a arte para Sal Buscema, um artista da velha guarda que eu não via graça - ele trabalhou trocentos anos com o Hulk antes, num encadeamento besta de histórias que tem lá seus fãs - mas que pareceu ter ganho vida nova no novo trabalho, mais expressividade até: milagres que um bom roteiro faz)
Enfim, Thor deixou de ser um genérico oxigenado do Superman (ser que veio de outro mundo, que voa e tem superforça, uma fraqueza, identidade secreta e um triangulo amoroso envolvendo suas duas identidades e uma bela mulher que trabalha com ele) com fala empolada para se tornar alguém. E mesmo quando virou sapo (é!!), era um personagem legal. Mas... tudo que é bom termina, Walter Simonson terminou seu run de forma épica, entregou o personagem para outro profissional e a magia acabou. E para mim, o personagem acabou ali.

Sim, esse foi um texto de fã, que gastou uma boa grana quando saiu um encadernado com todas as histórias em inglês do Thor do Walter Simonson - originalmente publicadas entre 1983 e 87 - e não se arrepende nem um pouco disso.

Mas, vamos falar da revista que supostamente estou resenhando aqui:
Em 2014, em outra editora (a IDW) Simonson começou a escrever e desenhar uma história em que Thor desperta de um longo sono, com aparência de um zumbi sem mandíbula, eras depois do fim de todos os deuses e do próprio reino de Asgard... e não, não é o personagem da Marvel que ele trabalhou uma vida atrás, mas é impossível não relacionar Ragnarök como uma continuação, mesmo que "espiritual" ou "moral" do mesmo personagem. O clima é outro, mas o universo é o mesmo, o traço e autor são o mesmo. Minto: o traço está melhor, além da colorização estar estupenda :) E o roteiro está bem amarrado, com algumas reviravoltas e personagens secundários sendo construídos no ritmo certo.

# Veredicto: se você conhece o trabalho anterior, compre sem medo. Eu li com sorriso de orelha à orelha e aguardo as próximas edições - quando saírem. Se não conhece, recomendo também (lembrando que é uma história mais ou menos fechada, há um segundo volume a ser lançado em breve e foi anunciado um terceiro nos EUA) e sugiro que procure as histórias antigas: não vão mudar tua vida, mas são diversão honesta e bem escrita :)
# Bom: já não elogiei demais? Achei legal a construção do arco de Brynja, a elfa negra (pensei que cairia no plot batido de "personagem legal mas com obrigação moral de fazer algo terrível para um personagem que gostamos", e vira outra coisa) e a cena em que os mercenários tentam matar Thor e e eles que são mortos: um a um, seus rostos são riscados como se fosse uma planilha em quadros a parte pela página, é muito bem bolado :D
# Mau: história curta e infelizmente não é diretamente relacionado ao seu Thor dos anos 80.
164 páginas • R$79,90 • 2017 • veja no site da editora

P.S.1: enquanto eu escrevia o texto acima, saiu o segundo volume :DDD
P.S.2: pros mais curiosos, a fase dos anos 80 saiu no Brasil pelo menos três vezes:
1) está sendo anunciada uma coleção de luxo em três volumes com um preço meio salgado.
2) uns dez anos atrás saiu tudo em cinco revistas pela Panini, formato americano, mas o preço no mercado de usados tá pra lá de abusivo. Se fosse investir numa coleção nacional, comprava a coleção acima.
3) e, se você não se importa em HQs com cortes de páginas, texto resumido, colorização simplificada, tamanho reduzido e muita, mas muita nostalgia, você pode caçar os formatinhos da editora Abril, que são relativamente abundantes nos sebos. Só que o run do Simonson está bem espalhado:
Heróis da TV 101 a 111;
Superaventuras Marvel 76;
Thor (mini-série em 6 edições);
Superaventuras Marvel 83-85, 88-91, 101-107*;
• (* Entre as edições de Superaventuras Marvel 106 e 107 os encadernados costumam encaixar a mini-série de Balder, desenhada e escrita pelo Simonson. Saiu por aqui em: Superaventuras Marvel 89, X-Men 25-27);
X-Men 32-33 (parte de um crossover com X-Men e outros personagens, mas dá pra entender o que acontece sem sair do personagem)(mas já que tá com as revistas na mão, pq não ler tudo? :P O arco inteiro chamado "Massacre de Mutantes" saiu entre as edições 31-34 da então revista dos X-Men;
Superaventuras Marvel 111-112;
• e tudo conclui em Superalmanaque Marvel 4. Existem algunas referências internas a algumas histórias externas, mas dá pra entender sem elas, até melhor assim.

[e eu achando que esse guia ia ser simplezinho de fazer....]

Multiverso (de Grant Morrison) - Grant Morrison é um autor de quadrinhos que respeito na mesma medida que o acho superestimado: ele é parte genial, parte alguém que escreve sob efeito uma overdose de cogumelo estragado e parte disco riscado, insistindo em algumas temáticas sempre e sempre. Tá, não sou profundo conhecedor do escocês careca, mas toda obra dele que chega às minhas mãos corrobora o que digo - e Multiverso consegue ser tudo isso em um pacote só. E "pacote" meio que serve para definir esse gibizão, já que é um conjunto de histórias praticamente soltas, amarradas por um fiapo de trama:
• na primeira história, O Lar dos Heróis, somos apresentados à um início típico de mega-saga: são nos mostrados os personagens, os vilões (gostei deles!), cenários, o perigo que vão enfrentar. Tem algumas doses de metalinguagem muito interessantes, e... termina com um gancho para a próxima história...
• ...que não é a seguinte do volume. Sociedade dos Obstinados Super-Heróis é uma boa história sobre uma batalha de anos entre heróis e vilões, em que o mal está vencendo, e que um a um dos mocinhos quebra o voto de não matar. Termina com um gancho para a próxima história...
(ah, esqueci de comentar: praticamente todas as histórias são com versões alternativas de personagens clássicos da DC, acho que nenhum do universo "padrão" aparece)
• #TerraEU é um mundo onde os descendentes dos heróis mantém o legado dos seus pais, mas é um mundo onde os personagens são fúteis, os jovens estão mais interessados em aparentar do que merecer os dons que tem (flecha!), os adultos ficam repetindo glórias passadas. Parece muito as redes sociais :P Também termina com um problemão fatal para uma história seguinte, e gostei muito do jeito sem pressa em que ambiente e trama são construídos.
• o segundo maior problema de Pax Americana é ter um desenhista ruim que só é elogiado por ser protegido pelo campo de distorção de realidade que também beneficia o Morrison. O maior problema é que seria genial se não tivesse escalado usando escada rolante um monumento dos quadrinhos chamado Watchmen e levantado uma plaquinha lá em cima "olha, mãe, cheguei mais alto". Aqui há muita idéia legal em diagramação e construção de história, metáforas sobre processo criativo (cachorro!), mas tem muitas alfinetadas entre "magos", inclusive na escolha dos personagens. Ao contrário das histórias anteriores, o final é relativamente fechado, mas deixa trocentas pontas soltas para o futuro.
• "Capitão Marvel e o dia que nunca existiu" é fechadinha, tem um recurso no enredo que é bobo e genial ao mesmo tempo, típico de quando as histórias eram mais inocentes. Diversão das boas e uma das minhas preferidas aqui =)
• O Guia do Multiverso é uma história que tenta explicar a estrutura dos universos da DC, inclusive mostra um guia dos 52 universos da editora. É a história mais relacionada com a primeira do volume (além de ter personagens da história anterior) e termina com uma cena de "continua no próximo episódio" básico.
• E se em vez de uma cidadezinha no Kansas, o foguete que veio de Krypton trazendo o jovem Kal-El tivesse caído num território ocupado pelos nazistas em plena Segunda Guerra? Em O Fim do Explendor, temos Hitler cagando e gritando com um subordinado, temos um Super-Homem décadas depois arrependido de ter construído uma utopia em cima de cadáveres (entre outros arrependimentos), temos um Tio Sam terrorista tentando recuperar seu país do jugo dos (super-)nazi, nem que tenha de matar uma metrópole para isso. Merece palmas por tirar algo novo e pertinente em um dos temas mais batidos da ficção :P
• Então finalmente aparece Ultra Comics, a revista dentro da revista, citada em praticamente todas as histórias até agora. Tem mais metalinguagem ainda, personagem quebrando a quarta parede e... sabe o cogumelo estragado que falei lá em cima? Então, aqui ele desandou, a magia virou chacota e, realmente, siga a sugestão da capa: você não deve ler este gibi. Dê valor (ao tempo perdido d)à sua vida, salve o mundo (começando pelas árvores).
• E Justiça Encarnada encerra o volume, fechando a primeira história e tudo o mais. Depois de uma primeira história instigante seguida de várias idéias de qualidade superior, o autor que desenvolveu mundos e personagens centenas de páginas antes parece não estar mais aqui. O final é burocrático, confuso, praticamente anticlimático - e isso tem muito de Grant Morrison também.

# Veredicto: é um mostruário de idéias muito loucas, tem ouro aqui. Só falta acharem um escritor para usa-las.
# Bom: em várias das histórias, imaginação e técnica sendo exercitadas de forma intensiva. Dá até para ver a barriga tanquinho nelas.
# Mau: um monte de ganchos abertos que nunca mais continuarão :P E em muitos momentos um autor escrevendo para o umbigo, provavelmente os cogumelos são criados lá.
484 páginas • R$125 • 2017 • veja no site da editora

P.S.3: para os não iniciados em quadrinhos, tanto Grant Morrison, quanto Alan Moore (autor de Watchmen) são magos e não se bicam. Ou, ao que me parece, o primeiro fica provocando o primeiro para tentar escalar na fama do segundo, que tá de saco cheio disso. Por isso falei em "alfinetadas entre magos" :P


ìndice de resenhas e movimentações da minha estante:
  1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83  

Find recent content on the main index or look in the archives to find all content.

Pages

Powered by Movable Type 5.13-en